Por
Carlos Frederico March
(Freddy)
A
época em que mais estudei na vida, como já andei comentando aqui e ali, até em
posts, foi durante o curso para admissão a ginásio, no Alzira Bittencourt. Era
1961 e eu tinha apenas 10 anos de idade.
A
segunda, em ordem de interferência em minha vida particular, não foi o
pré-vestibular como relata muita gente de minha geração, e sim a PUC-RJ.
Decerto
a época em que cursei o pré-vestibular no Instituto Gay-Lussac em Niterói ficou
impressa a fogo na minha memória.Não por causa exatamente dos estudos, mas por
conta de minha luta pessoal em vencer as limitações criadas pelo acidente com
minha mão direita, ocorrido em 16/03/1968. Conversa para outro post...
O
INÍCIO
Tendo
feito a matrícula (nº 6913043), iniciaram-se as aulas com o discreto trote.
Optei por chegar logo no primeiro dia, bem cedo. Fui um dos primeiros a serem
pegos e aderi às brincadeiras sem reclamar. Cortaram meu cabelo, me pintaram e
me fizeram circular pela faculdade com uma bola de gás amarrada ao pescoço.
Estando dentro do campus, em momento algum a tirei.
Esse
comportamento me livrou do recrudescimento do trote ao longo do dia. Quem
chegou mais tarde pegou os veteranos já saturados das brincadeiras mais leves e
tinha até gente tendo de andar no riacho que corta o campus, subir em árvores,
pagar prendas pesadas...
Naquela
época tinha quem dissesse que o difícil era entrar numa faculdade, mas que
depois era moleza. Pois sim... Tentei me comportar de acordo com essa
expectativa. O1º período (semestre) deu pra levar, o 2º foi bem mais difícil...
Foi quando tirei as menores notas de minha vida.Em Cálculo Numérico, tirei 0
num dos testes. Em Álgebra Linear II tirei 2,5 no 1º provão e 1,7 num teste
subsequente, chegando ao 2º provão dessa matéria em situação desesperadora. Mas
deu pra passar com certa folga: imagina que tirei 9,4 nele?
No
3º período me danei todo! Acostumado que era a ser CDF desde que comecei a
alfabetização, fui apresentado à angústia de ficar para "exame vago"
(eufemismo para 2ª época) em Cálculo III. Passei na maldita prova, ufa!
Parêntesis...
Na PUC, a média para passar era 5, num complicado esquema envolvendo 2 provas
parciais (P1 e P2) e uma série de testes muitas vezes semanais. O maior peso
era da P2 na maioria das matérias. Quem tivesse CR (Coeficiente de Rendimento,
que era a média de todas as cadeiras do período) maior ou igual a 7 era privilegiado:
podia escolher mais de 6 matérias no período seguinte. Maior que 8 era CDF e
maior que 9 só para os "deuses". Eu sempre tive CR>7,
eventualmente entre 8 e 9 ao final do curso.
Continuando
minha saga, o 4º período foi um pouco mais brando, mas foi quando tive a menor
média de minha vida numa cadeira: 5,2 em Resistência dos Materiais, matéria do
Ciclo Básico de Engenharia ligada à Engenharia Civil. Passei raspando, contudo
sem ter de fazer exame vago.
No
5º período, já dentro da grade específica de Engenharia de Telecomunicações, quase
pirei! Tive o que denominei de "complexo de burrice". Não era
possível continuar assim, lutando feito um louco para passar todo ano, justo
eu, acostumado a sempre me dar bem! Estava decididamente desesperado!
REVIRAVOLTA
Fiz
uma profunda autoanálise e determinei quem era o ofensor: a distância entre
Niterói e a Gávea! A Ponte Rio-Niterói ainda estava em construção, só foi
inaugurada depois de me formar. Tinha de
acordar cedo, pegar ônibus (às vezes meu pai me dava carona), depois barca,
depois um ônibus do Terminal Rodoviário (onde é hoje o Terminal Menezes Cortes)
até a PUC. Ele passava pela Rua São Clemente, e se minha hora coincidisse com a
de entrada ou saída dos alunos do Colégio Santo Inácio, fodeu!
Numa
boa: 2 horas para ir e 2 horas para voltar. Todo dia! Quase perdi uma prova parcial
P1 de Cálculo II por causa do Santo Inácio!
A
PUC praticava o que eles chamavam de horário de dedicação integral. Aulas
espalhadas ao longo da manhã e da tarde, às vezes com intervalos de até 4 horas
entre elas. Colegas que moravam na Zona Sul do Rio iam pra casa, almoçavam e
até pegavam uma praia de vez em quando, me deixando cheio de inveja.
Eu
nunca fui bom de estudo fora de meu ambiente, de modo que a alternativa que eu
vinha usando de estudar na Biblioteca ou em salas vagas (sempre tinha alguma),
não rendia. Eu estudava mas não me concentrava nem aprendia! Era um esforço em
vão o que vinha fazendo. Não bastasse, meu importantíssimo tempo para lazer me
estava sendo subtraído!
Então
radicalizei no 6º período: peguei só 4 matérias, mais laboratório de eletrônica
II e uma teologia. Sim, em todo período tinha uma matéria à parte do currículo
de Engenharia, em geral da área de Humanas, com o objetivo de nos formar para a
vida e não apenas para a carreira. Por exemplo: Filosofia da Ciência, Teologia
I e II, Psicodinâmica das Relações Humanas na Família (foi uma matéria
excelente), Questões Especiais de Moral (aborto, divórcio, entre outras), Ética
Profissional, línguas em geral...
Voltando
ao tema, peguei essencialmente 4 matérias pesadas naquele 6º período: Métodos
Matemáticos da Física II, Eletromagnetismo II, Eletrônica II e Estrutura da
Matéria II. Sabem qual era o conteúdo de Estrutura da Matéria (I e II)? Era um
apanhado geral de Física Atômica, Teoria da Relatividade de Einstein, Mecânica
Quântica... Foda!!
Pois
bem: meu teste comigo mesmo rendeu mais frutos do que eu jamais esperaria. Em
primeiro lugar, confirmei que meu baixo rendimento era calcado na perda de
tempo em viagem e na dificuldade de estudar na faculdade nos intervalos. Com
uma grade de horários bem reduzida, só ia à PUC em 4 dias da semana e me dava
ao luxo de vez por outra matar um dia de aula, que eu usava pra estudar em
casa, no meu habitat. Ou seja, passava mais tempo em casa que na faculdade.
Meu
estudo rendeu tanto que tirei as duas únicas notas 10 da 1ª prova parcial de
Estrutura da Matéria II e de Eletrônica II das turmas daquele período. As notas
ficavam afixadas no mural do Departamento de Engenharia Elétrica e, bem... as
pessoas me procuravam para saber quem era o cara que tinha tirado aqueles
solitários 10. Passei a ser conhecido e reconhecido como CDF! Estava feliz! Eu
não era burro, afinal!
DERRADEIROS
PERÍODOS
Tendo
vencido o complexo de burrice, a partir do 7º período voltei a pegar novamente 7
ou 8 matérias por período, mas aí já tinha gente pra me ajudar, recebia bizus
de questões de prova, essas coisas. Eu não sabia, mas CDFs formavam um feudo
que eu não conhecia antes, mas passei a dele fazer parte depois daquelas notas
10! Incluíram-me no feudo sem que eu pedisse e, bem, a vida acadêmica ficou
mais fácil.
Formei-me
bem mais tranquilo, sem aquela afobação dos primeiros períodos, apesar de ter
de estudar muito, muito mesmo, em algumas matérias específicas do currículo de
Telecomunicações. Estudar muito em vão, sem resultados, é uma coisa. Estudar
muito e ter resultado é outra, bem mais interessante.
SATURAÇÃO
Considerando
os 5 anos de faculdade, estudei tanto, mas tanto, que ao sair de lá estava
absolutamente saturado! Nunca mais na vida pensei em retornar a uma
pós-graduação ou curso de extensão formal. Cheguei até a entrar na Cândido
Mendes de Friburgo para estudar Música em 2009, mas aguentei só 1 mês!
Até
hoje, mais de 40 anos depois, sonho com a PUC. Tenho verdadeiros pesadelos com
provas que eu não sei fazer, com os corredores, as salas, o campus em si... Um
inferno que me persegue!
Fazendo,
portanto, essas reflexões sobre meu passado acadêmico, fica bem claro pra mim
que estudei mais do que o necessário para cumprir com sucesso minhas
responsabilidades na Embratel. Se me fosse permitido voltar no tempo e refazer
a minha vida, com certeza uma das coisas que eu jamais faria era estudar na PUC
novamente.
As
vantagens teriam sido mais amplas que o simples não estudar tanto. Eu poderia
ter optado pela UFF, em Niterói. Para passar na UFF eu não precisaria ter saído
do Liceu, o que me garantiria também a consolidação de amizades já feitas, a
maior parte delas pertencentes ao grupo religioso Encontro Jovem. Mas como estreitar
convívio com eles, se mal me sobrava tempo para estudar?
Cursando
UFF, poderia até ter estagiado e faturado uma graninha antes de me formar. Tendo
cursado PUC, não o fiz por causa do tal horário de dedicação integral. Para
conseguir encaixar um estágio, só com muita habilidade na montagem da grade de
matérias, alterando as recomendações do departamento. Teria também de morar no
Rio, para ter menos perda com tempo de deslocamento.
Não
seria justo, no entanto, deixar de admitir que a alta performance intelectual
exigida pela PUC me facilitou em demasia meu desempenho na Embratel, como
comentei acima. É bem claro que dificilmente se aprende na escola o que se irá
usar na empresa, especialmente em se tratando de área tecnológica, em constante
e desenfreada evolução.
Vai
daí, mais que teoria de telecomunicações, aprendi a encarar qualquer desafio
profissional com serenidade e confiança.
Nada em 32 anos de Embratel foi mais difícil do que aqueles 5 anos na
Gávea!
COMENTÁRIOS
GERAIS
Lembro-me
do Bar das Freiras. Cara, não sabiam cozinhar nada! Nem um misto quente decente
saída daquele bar! No entanto, era o mais limpo e ficava bem localizado no
campus, para nós da Engenharia. Era também o mais frequentado pelas alunas da
Psicologia (!).
Tinha
o bar do português, onde a comida era um pouco melhor, mas era um tanto bagunçado
e as meninas não gostavam muito dele. O mais curioso era o nome: Nobrecidade
Católica. Nobrecidade? Bem, imagine um português falando Universidade e você
pega a coisa no ar (rs rs).
A
elite comia no restaurante do IAG (Instituto de Administração e Gerência), à la
carte e caro para o meu bolso. Vivia de mesada, só ia lá muito de vez em
quando.
O
bandejão? Fala sério... Quem me conhece entende perfeitamente porque eu jamais,
nunca mesmo, entrei no Bandejão da PUC. Aliás, até hoje me ver num quilo é
muito difícil! O Fafelli, perto de casa, é uma rara exceção.
Em
termos de condução, jamais vou me esquecer do 176 (Estrada de Ferro-Gávea) e do
178 (Harmonia - Gávea). Em alguns períodos minha aula terminava às 16:50 e eu
os pegava na hora de saída dos peões de obra, que iam para a Central do Brasil.
Lotadaço! Passava boa parte do trajeto gerenciando minha chegada perto da porta
de saída, para não perder o ponto de descida perto da Praça XV.
A
INVASÃO
A
ocorrência de maior tensão da minha passagem pela PUC foi em 1969, se não me
falha a memória. Era a época do Pasquim e de manifestações estudantis, das
quais eu me afastava como o diabo da cruz. Diretório Acadêmico? O que é isso?
Determinado
dia tocou o horror. Em meio a uma aula, adentrou um aluno berrando que a
faculdade estava sendo invadida e que a gente caísse fora! De fato, a PM entrou
na escola à cata de alguns “agitadores” , mas a maior confusão era no prédio da
frente, onde tinha aulas de humanas. Quem estudava engenharia, nos blocos de
trás, não tinha muito tempo para essas coisas.
Peguei
meu material e fui-me embora. Ao passar na travessa interna que levava à Rua
Marquês de São Vicente, tinha um verdadeiro corredor polonês de policiais. Nem
olhei para os lados. Passei decidido no meio deles e fui para o ponto do
ônibus. Nada daquilo me dizia respeito, era a minha verdade de então.
Só
para fechar esse episódio, o Reitor suspendeu as aulas e disse que só reabriria
a PUC se a prefeitura lhe desse garantias de que aquilo nunca mais ocorreria.
Alguns dias depois, as aulas foram retomadas e a PUC nunca mais foi invadida.
AMIZADES
Não
fiz amizades duradouras, a não ser uma ou outra que, mesmo assim, com o tempo
se desvaneceram. Nenhum de meus amigos niteroienses entrou comigo, à exceção de
um do Liceu, Paulo Roberto. Ele foi fazer Física e perdemos contato dentro
mesmo da escola. Pompilho eu conheci no pré-vestibular e, sim, mantivemos amizade
por longo tempo.
Já
dentro da PUC conheci José Marcos, niteroiense da área de engenharia civil,
estudamos juntos matérias do Ciclo Básico - que eram comuns aos vários ramos da
engenharia. Depois que nos formamos, cada um para um lado. Djalma estudou no
Liceu, mas só fomos ser amigos na PUC, amizade que perdurou algum tempo, mas
ele foi morar em São Paulo.
Meu
trabalho de fim de curso foi em parceria com uma das melhores alunas da turma
de 1969, a Amy. 4 meses e meio juntos estudando o assunto, debatendo com o
professor orientador o conteúdo, cheguei a ir ao apartamento dela uma vez para
darmos o toque final no texto. No entanto, depois de formados, também cada um
foi para um lado. Nunca mais nos falamos.
UM
CAUSO
Sobre
Paulo Roberto Gomes, uma curiosidade. Conhecemo-nos no curso de admissão, o
Alzira Bittencourt. Enquanto liceístas, fomos grandes amigos e chegamos a
frequentar um a casa do outro para estudar e fazer trabalhos. Ele também entrou
na PUC-RJ no mesmo ano que eu (1969) mas cursou Física, como já comentei acima.
Assim, nossos interesses nos afastaram,
a amizade arrefeceu (amizade precisa, como uma planta, ser regada), ele
foi trabalhar na Inglaterra, etc.
Eis
que, morando à R. Gavião Peixoto 343/1607 - Icaraí - Niterói, num dia na década
de 90 dou de cara com ele no elevador, raquete de tênis na mão, no meu andar.
Surpresa mútua.
-
O que faz aqui, cara?
-
Eu moro aqui! - ele me responde.
-
Onde?
-
No 1606!
-
Há quanto tempo? - retruquei surpreso.
-
Há uns 2 anos!
Foi
a única vez que nos encontramos depois de formados, morando um ao lado do outro,
mesmo prédio, mesmo andar. A vida é mesmo esquisita... Ou sou eu?
Caro Freddy,
ResponderExcluirPercebi um certo menosprezo, um desdém com relação a qualidade de ensino e a dificuldade exigida na engenharia da UFF.
Corro em defesa da Instituição, por dever de justiça. Certamente a UFF não está entre as mais notáveis do país, mas tirante, talvez, a USP, qual universidade brasileira tem padrão de excelência comparável as melhores do mundo? Alias nem a USP com todo seu gigantismo.
Mas por certo reduzir a uma menor expressão os cursos da UFF chega à leviandade. E vou argumentar com exemplo próximo. Na família, todos nos formamos em faculdades da UFF. Meu filho mais novo, inclusive, e por isso o escolho como exemplo, graduou-se, tanto quanto você, em engenharia de telecomunicações.
Desde calouro demonstrou enorme interesse pelo curso e por se envolver nas atividades do departamento de engenharia. Os professores percebem quem são os realmente interessados em aprendizado, e quem são os que estão apenas em busca do diploma universitário.
Dai que em pouco tempo ele estava envolvido em outras atividades, como monitoramento e participando de projetos.
Quando a UFF se integrou ao projeto internacional conhecido como o “laptop de 100 dólares”, meu filho estava escolhido para ser um dos representantes na UFF no projeto, o que lhe rendeu passagens pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) e pela Universidade de Princeton, porque uma coisa leva a outra. Um órgão do MIT criou o projeto e pretendia difundir, em todo o mundo, o conceito de computadores simples, de fácil operação, resistentes e baratos para utilização em escolas de todo o mundo.
E como os renomados doutores da comunidade científica se conhecem e reconhecem e se comunicam, quando esteve no MIT, em Cambridge, Massachusetts, nos Estados Unidos, conseguiu um convite para passagem por Princeton, em New Jersey.
Por contra de integrar o grupo de estudos no Brasil, cujos resultados seriam apresentados aos países sul-americanos interessados, viajou um pouco aqui no continente. O Peru, que me lembre, adotou o programa.
Estou dando uma pálida amostra do envolvimento da UFF com projetos desenvolvidos por instituições ensino com o prestígio de um MIT.
Bem, mas o Ricardo tinha (e ainda tem), seus projetos pessoais. Fez mestrado e doutorado. Deixou a área de conforto e resolveu fazer um trabalho de mais fôlego, e em inglês, para apresentar a banca. A tese, assim como outros trabalhos que já publicou, em inglês, acabam atendo mais visibilidade na comunidade acadêmica.
Assim, apresentou o trabalho : “Schedule-based asynchronous duty cycling with Nested Block Designs”. E conseguiu o titulo, o grau de doutor.
Mestre e doutor, quando surgiu uma vaga de professor no departamento de engenharia, candidatou-se, via concurso público de provas e títulos e obteve o primeiro lugar. Foi nomeado e agora é colega, na comunidade científica, de alguns de seus metres, inclusive os que conheceu no exterior.
Como professor já teve a honra de paraninfar turmas e agora é orientador/coordenador de candidatos ao titulo acadêmico de doutor.
Esta com 45 anos de idade, tem seus trabalhos, individuais e em equipe, eventualmente publicados em revistas especializadas internacionais.
Não precisou, até porque eu não poderia pagar os altos custos da PUC, ir diariamente para a Gávea em busca de seus objetivos.
Com todas as suas limitações, a UFF tem muito o que oferecer a quem está empenhado, inclusive no crescimento da Universidade. Bons alunos contribuem muito e efetivamente para o desenvolvimento da Instituição.
Agora chegou a vez de minha neta cursar aquela Universidade pública, nas pegadas do pai, que também se formou lá.
Confesso estar confuso com alguns pontos do post, por ter vivenciado o pré-vestibular em 1969 e ter feito o vestibular em janeiro de 1970, apenas 1 ano depois do Freddy.
ResponderExcluirEu tinha apenas 17 anos, e não consegui passar no vestibular de Engenharia da UFF, que era simplesmente dificílimo na época.Não era múltipla escolha, como o para a PUC. As provas eram dissertativas. Todas !
Tentei a PUC no vestibular da CICE, e não passei porque consegui tirar ZERO na prova de Descritiva, que era classificatória - a nota só tinha que ser diferente de zero, e eu consegui tirar zero ! As provas eram de múltipla escolha, exceto a redação de Português e a de Descritiva.
Para não perder a rara oportunidade de ingressar numa faculdade com meus 17 anos, fiz as provas da Gama Filho e passei com certa facilidade, em 48º lugar.
Diga-se de passagem, eu não era um estudioso, principalmente nessa fase da minha vida rsrsrs. Meu lance na época era me divertir muito mesmo !
Essa a minha dúvida em relação ao post do Freddy, porque ele diz que para entrar na UFF não precisaria ter saído do Liceu para fazer um cursinho pré-vestibular.
PS : formei-me na UFF em Engenharia Civil anos mais tarde. Um baita curso, com grandes mestres, principalmente nos 3 últimos períodos. O curso na época era em 4 anos, regime integral.
Na época em que prestei vestibular, o ranking das faculdades de engenharia na área e de eletrônica e correlatas tanto em dificuldade para entrar como dificuldade em levar o curso adiante era:
ResponderExcluirITA, IME, PUC, UFRJ, UERJ, UFF e as demais.
Para passar nas 2 primeiras havia que se preparar especificamente. Para PUC e UFRJ, tinha também que haver um esforço extra.
Da UERJ e UFF pra baixo, não.
Se eu tivesse feito UFF, além de teleco (que durava 4 anos e não 5 como na PUC) teria feito junto arquitetura (que era um sonho paralelo), tão fácil era cursar engenharia lá.
Se mudou depois, não me interessa.
Se as pessoas que cursaram UFF são bem colocadas no mercado também não vem ao caso. Se prestar atenção, eu mesmo declarei que para ser bem sucedido no mercado de teleco não teria havido necessidade de eu ter estudado tanto (PUC).
That's it.
Freddy
Quem está falando de bem-sucedido? Isto é relativo. Ser professor concursado em universidade federal, pode ou não representar sucesso.
ResponderExcluirEu estou falando é de aceitação e reconhecimento na comunidade acadêmica.
Você conhece pelo mensos meia duzia de doutores na área de telecomunicações, no Brasil, que sejam conhecidos na comunidade científica internacional, e sejam oriundos da PUC?
A Universidade faz muito pouco, o aluno sim faz diferença.
Continuo confuso.
ResponderExcluirFreddy, você jamais conseguiria fazer Engenharia e Arquitetura ao mesmo tempo na UFF. As cadeiras eram bem diferentes (no básico inclusive) e os cursos em regime integral.
Não esqueça que antes de fazer os 4 anos de Engenharia na UFF, eu fiz lá também 1 ano de Arquitetura, em 1972.
Depois mudei para engenharia civil, em 1973, e simplesmente quase NENHUMA cadeira foi aproveitada. Tive que fazer 4 anos de engenharia.
Vamos combinar o seguinte:
ResponderExcluiro importante, Freddy, é que você tenha ficado (sido) feliz com sua carreira, com o que conseguiu profissionalmente.
Isso é o que importa.
Mesmo tendo feito a UFF durante 5 anos, raros são os amigos por aqui no circuito Rio-Niterói. Interessante isso ...
ResponderExcluirNo entanto, a turma do Ginásio e Científico do ABEL se encontra quase todo ano ... uns 20 pelo menos !
Dá a impressão que o tempo de adolescência, a convivência nessa fase da nossa vida, dá mais liga nas amizades ,,,,,, seria isso ? ... os primeiros amores, o seu time de futebol, os bailes, as conversas de rua nos bairros, e isso tudo sem nada virtual rsrsrs
Seria isso mesmo, ou não é assim com vocês ?
Ninguém entendeu nada.
ResponderExcluirEu NÃO fiquei feliz com meu curso na PUC, ou será que não leram o texto todo?
Eu digo e reafirmo que teria feito engenharia de teleco e arquitetura juntos na UFF, mesmo que tivesse de demorar para completar isso tudo 6 anos em vez de 5. Ou 4.
As amizades que fazemos e mantemos ao longo dos anos dependem de diversos fatores. De todos os grupos que tive o prazer de conviver, desde o Marília Mattoso até a Embratel, o único que daria frutos se eu tivesse nele investido foi o grupo de amigos de copo e de música no condomínio Serraville em Nova Friburgo. Nada a ver com escola ou trabalho, certo?
Bola pra frente.
O jogo só acaba quando termina, já disseram...
<:o)
Depois que comentei é que percebi que você queria dizer exatamente isso : fazer Tele e depois continuar com Arqui.
ResponderExcluirMas pelo que passei na UFF, em termos de aproveitamento de cadeiras, ia te tomar 7 ou 8 anos.
Estudar na UFF em Nikity foi muito legal para mim, pois consegui planejar a grade de aulas com meus estágios em construção civil, que foram mega importantes na minha formação como engenheiro civil.
Iniciei na UFF em 72, em Arquitetura, já estagiando na Wrobel Hilf, num prédio que estava iniciando a construção bem no início da rua Otavio Carneiro, em Icaraí.
Passei pelo Dpto. de Engenharia do INSS, pela Hidroservice Engenharia, pela SUCESA (atual Águas de Niterói) e finalmente a Tecno Acqua Construções, até me formar em Engenharia Civil no fim de 76.
Resumo : a confusão que arrumei na Gama Filho (onde estudei em 70 e 71) custou-me 3 anos de estudo - entrei na faculdade com 17 e saí com 24.
Não me arrependo de nada. Tudo fez parte de um grande aprendizado.
A única coisa que me resta disso tudo são os pesadelos com provas na PUC até hoje...
ResponderExcluirSó nessa semana teve mais 2...
=8-(
Freddy
Eu também tenho sonhos até hoje, com a mesma situação ... fazendo uma prova, na qual se for reprovado não conseguirei me formar.
ResponderExcluirTraumas .... passei realmente por pelo menos 3 situações traumáticas com professores na faculdade. E hoje conto tudo isso rindo !
Aliás, o livro mais mais do Gabriel Garcia Marques que eu li chama-se VIVER PARA CONTAR, uma autobiografia.
Super recomendo !