15 de julho de 2014

Impressões de Viajante: Petrópolis 1 - Bauernfest




Por
Carlos Frederico March
(Freddy)






Petrópolis é logo ali. Isso nos faz de certa maneira desprezá-la como destino turístico, é mais ou menos como a maioria de nós faz com o próprio Rio de Janeiro. Quem de nós conhece mais que o básico da Cidade Maravilhosa?

Apesar da distância de Niterói até Petrópolis ser pequena, nós sempre fazemos questão de pernoitar quando vamos, considerando também que temos amigos que moram lá e a gente aproveita para sair junto à noite.

Mesmo assim, nas vezes anteriores percorri o centro histórico sempre de carro. O pouco que fiz como turista foi visitar o Museu Imperial, a casa de Santos Dumont e entrei no Palácio de Cristal para conhecê-lo em dia claro. Já fiz até um par de posts sobre o Palácio Quitandinha, que foi referência de vida em minha infância e que visitei recentemente 3 vezes (ver observação ao final).   

Desta vez o motivo da subida da serra foi participar da Festa do Colono, a Bauernfest. Expectativa de muita música alemã, salsichas, bolinhos de carne, tortas e muita cerveja!

                            




O HOTEL

Nesta oportunidade reservei o Hotel Casablanca Koeler, da mesma rede que possui o Casablanca Imperial (ao lado do Museu Imperial de Petrópolis), nosso conhecido de outras estadas. A rede ainda conta com o Casablanca Palace na R. 16 de Março, mas não tem estacionamento próprio. O Hotel Casablanca Center, na Rua General Osório (a que sobe para a Rua Teresa), não pertence ao grupo. Já pernoitei nele 2 vezes e considero que, para quem vai apenas focado nas compras, é uma opção interessante, mas nada típica.

Fiquei bem impressionado com o Casablanca Koeler. Consta de um casarão principal, datado de 1885, e um anexo com mais algumas suítes, que foi onde resolvi ficar. Muito bem conservado, as instalações são honestas e mais interessantes que as do Casablanca Imperial, que tem uma configuração similar porém seu anexo é totalmente descaracterizado arquitetonicamente.

O café da manhã simples mas gostoso está incluído, e pode ser tomado no restaurante ou na varanda. Tem wi-fi gratuito, um “must” nos dias que correm, bem como estacionamento interno com manobrista.

À direita, o casarão; ao fundo, o anexo

Mary começando o café na varanda
Fica localizado em plena Avenida Koeler, junto aos demais casarões históricos e a poucos metros da Igreja de São Pedro de Alcântara, a principal da cidade. Quase em frente, do outro lado do rio Piabanha, está a casa da Princesa Isabel. Andando um pouco à esquerda, Palácio Rio Negro (hospedagem habitual de presidentes da república), Solar Dom Afonso (atual Hotel Solar do Império), Prefeitura e Praça 14-bis. Fora outros solares históricos, sobre os quais falarei melhor no próximo post.

Tendo conhecido dois hotéis da rede, e considerando que o Casablanca Palace oferece estacionamento conveniado (não próprio), permito-me declarar que nas próximas vezes darei preferência ao Koeler, e não ao Imperial.

Igreja S. Pedro de Alcântara
Tudo isso posto, temos de confessar que o motivo principal da escolha desse hotel foi sua localização com relação ao acesso da Bauernfest. Dava para ir e voltar a pé, o que zerou eventual estresse de se locomover via condução ou táxi. Ir de carro nem pensar, já que era uma festa para se beber muita cerveja. 

A BAUERNFEST

A Bauernfest é uma festa anual, realizada no final de junho, início de julho, com cerca de 10 dias de duração, tendo essa sido a 25ª edição, portanto foi o Jubileu de Prata da mesma.

Banda Germânica no Palácio de Cristal

Fomos durante a semana, tendo escolhido a dedo os dias sem jogos da Copa da FIFA. Subimos no dia 2/7 e retornamos no dia 4/7 de manhã, a tempo de assistir o jogo das 13 horas. A passagem pela festa se deu na noite do primeiro dia logo, junto com os citados amigos que lá residem.

Havíamos sido alertados que habitualmente (anos anteriores) a Bauernfest não era lá muito bem planejada. Decerto havia uma programação de eventos, com desfiles, bandas típicas e concursos, mas confesso que não foi nosso foco. Como meros visitantes, a impressão que tivemos foi de uma grande quermesse. Esperávamos mais, tendo em vista ser o Jubileu de Prata.

Vejamos... O ambiente da festa constava de duas áreas principais. Uma delas, com os dois portais de entrada, se situava em plena rua Alfredo Pachá, onde se encontra a fábrica da Cervejaria Bohemia. Ao longo da calçada que margeia o Rio Piabanha, havia inúmeras barracas com petiscos e doces além de mesas e cadeiras, algumas delas debaixo de tendas, outras não. Uma olhada mais cuidadosa mostrava que todas vendiam essencialmente os mesmos itens, fato comprovado por uma pergunta a um dos atendentes!

Um palanque montado mal dava para ser visto de frente, pois sobrava apenas a largura da rua para os espectadores. Erro de implementação. Quando ali passamos tinha um concurso com crianças dançando em roda, nem todas paramentadas como colonos, e dava para perceber que a audiência era apenas de familiares...

A parte considerada principal ficava na área interna no parque onde se encontra o Palácio de Cristal, cuja entrada também é pela Rua Alfredo Pachá.  Além da beleza natural do histórico Palácio, onde tocava a Banda Germânica e o pessoal aproveitava para dançar e ouvir as típicas músicas alemãs, havia quiosques diversos. Alguns eram de artesanato, mas os mais interessantes eram os de comes e bebes.


Quiosques de artesanato

Parte interna da festa

Lúcia Ázara e Mary junto a adereço da festa

Casa do Alemão, Pavelka, Cervejaria Cidade Imperial e Bohemia estavam ali bem representados. A tentação de sentar, petiscar e beber era imensa, mas por consenso, depois de circular por um tempo curtindo o clima de festa e tomar um chopp Cidade Imperial, resolvemos que seria melhor jantar num local típico, mas mais sossegado.

Quiosque da Cerveja Cidade Imperial

Quiosque da Casa do Alemão

O local escolhido foi na própria rua, o restaurante superior da Cervejaria Bohemia. Ela apresenta como opções para os visitantes um bar no térreo, ao lado do outlet, que por conta da festa estava bem cheio, e outro no terraço da fábrica, bem mais requintado e amplo. Foi pra lá que fomos jantar nessa noite, torcendo para não ter música ao vivo. Explicando: a gente veio para comer, beber e conversar ou para ouvir música?  Cada coisa tem seu lugar e sua hora...

Brindando com chopp Bohemia Imperial



Créditos:
Imagens de propriedade do autor

Participação especial:
Nossa amiga Lúcia Ázara, que aparece em foto com Mary, é proprietária, com o marido Bento Andrade, da loja Quilt Arte em Petrópolis, especializada em quilt e patchwork.

Referências do texto: posts sobre o Quitandinha
http://www.jorgecarrano.blogspot.com.br/2014/03/carnaval-no-quitandinha.html
http://www.jorgecarrano.blogspot.com.br/2014/03/carnaval-no-quitandinha-ii_3052.html


6 comentários:

  1. Vamos ver se D. Lúcia nos escreve uma carta elogiosa, parabenizando o Freddy, pelo belo trabalho fotográfico e pelo texto informativo (rsrsrs).
    Valeu, Freddy!

    Ah! E amanhã segue a narrativa. Isto é uma ameaça (rsrsrs).

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  2. Pra variar, um show de detalhes do Freddy sobre uma festividade muito próxima de todos nós de Nikity ( no máximo 1h30min de carro)que não sei porque não frequentamos (no meu caso nem sabia que ia rolar).E parece ser muito agradável. Mea culpa, may be ...

    Lendo o post fiquei realmente com pena de não ter ido passar um fim de semana por lá. Tenho certeza que teria sido muito legal.....

    Isso me remete, não sei porque, a irmãos que vivem e compartilham o mesmo quarto por quase 20 anos, mas vivendo em mundos diametralmente opostos, tendo em vista suas individualidades. Crescem, florescem, mas o diâmetro permanece (longe de ser uma crítica, por favor, é uma constatação, normal, que sei que ocorre com 1.000.000.000 de irmãos pelo planeta).

    Os caminhos e encruzilhadas vão se tornando paralelas, sutilmente, embora quase sempre converjam ao grande final.

    Espero que o capítulo 2 do post seja sobre gastronomia ! schlept !!! acho que vai ser.

    That´s it ..... just a note :

    Novo projeto de trabalho provavelmente me absorverá muito, como jamais foi, significando ausência por aqui, ou frequência bem menor. É uma mega desafio ... espero sobreviver (rs).Mas não tem jeito, tenho que seguir em frente, always.

    Abrs e Sds TetraColores (vai recomeçar o Brasileirão), com possível upgrade para PentaColores.

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  3. Gostaria de fazer um alerta às pessoas que pretendem ir ao restaurante superior da cervejaria Bohemia. Eles fazem um teatro tremendo para acomodar as pessoas. Você fica refém, porque a recepção é embaixo e eles só deixam você subir no elevador se e quando autorizado. Já ouvi relatos pessoas que, tendo ido só o casal ou em 3, esperam um tempão em momentos de muito movimento. É que, na ganância, a gerência privilegia mesas para 4 ou mais pessoas.
    Eu pensei que dava pra entrar na marra e chamar a polícia se me barrassem, mas o esquema é pesado, pois você nem chega perto pra saber como está a ocupação de mesas no salão. Vá, portanto, armado de muita paciência.
    =8-/ Freddy

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  4. Parabéns pela oportunidade de um novo desafio. Espero que o mega desafio se transforme num mega sucesso.
    Boa sorte!!!

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  5. A prefeitura de Petrópolis tem uma gerência bastante irregular sobre essa festa, o que já mereceu muitas críticas em seus diversos anos de existência (já são 25). Afiançaram-me que um ex-prefeito de Gramado chegou a fazer palestra tentando repassar algo da experiência do Natal Luz, mas soube também que a prefeitura de Petrópolis nada implantou.

    Portanto, só segue a festa que mora por lá e aqueles que ouvem falar dela num ano e perguntam se no ano seguinte vai ter. Ou seja, não é culpa de Riva não saber da festa nem da data: eu tive de correr muito atrás para saber!

    E ao final, nem vale muito o esforço.

    No entanto, se a festa é modesta, a cidade não! E é bastante comum moradores do Grande Rio desprezarem Petrópolis como destino, eu disse logo no primeiro parágrafo. No entanto, é uma das poucas cidades do Brasil que têm destaque no Guia 4 Rodas, por ser um dos destinos turísticos mais importantes do país.

    Gastronomia de Petrópolis, Itaipava e arredores eu não tratei nesta série, até porque conheço pouco dela. Quem sabe um dia eu começo a frequentar os lugares premiados de lá?
    <:o) Freddy

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  6. Apenas por uma questão de ordem, registro que os proprietários legais do Quilt Arte são a Lúcia Ázara e sua filha Cynthia, sendo que o Bento, como marido e pai respectivamente, entra como colaborador assíduo.
    <:o)
    Freddy

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