Fim de feira... o restolho

Alguns chamam de xepa, mas no fundo é a mesma coisa. É o que resta num fim de feira livre e que não conserva a qualidade, o frescor, a aparência.

Tivemos um triste e vergonhoso final de copa. Na comissão técnica e do elenco todos viraram um restolho, desvalorizando-se bastante no mercado mundial do futebol.

Quarto colocado, com saldo de menos 3 gols  (-3), a seleção nacional foi, ainda,  uma das mais faltosas, senão a mais faltosa, cometendo, só no jogo contra  a Colômbia, 31 infrações. E truncar o jogo com faltas não é característica de nosso futebol. Mas é do nosso técnico.

A melhor e mais cara zaga do mundo tomou, tomou 14 gols na copa, número equiparável ao que tomaram Haiti e El Salvador, por exemplo, em outras oportunidades.

Nenhum país anfitrião tomou tantos gols, e vejam que Japão, Coreia, Chile e México já sediaram copas.

Se na defesa fomos um desastre, no ataque perdemos a condição de ter o maior goleador em copas, pois o Ronaldo foi ultrapassado pelo alemão Klose.

Incrível como a seleção com 3 jogadores da mesma equipe no meio de campo (Ramires, William e Oscar, todos do Chelsea), e ainda o David Luiz (até maio no Chelsea) logo atrás, não conseguiu dominar o setor, sair jogando com a bola. Era só bola esticada para a área e virem-se os centroavantes (risíveis Fred e Jô).

A fotomontagem abaixo, muito criativa, que recebi por e-mail, mostra uma realidade. Nosso ataque é inofensivo.

Alias pensar que Bernard, Jô e Hernanes podem jogar numa seleção é piada de mau gosto. Falaram muito, criticaram bastante o Felipe Melo, da equipe de 2010, mas ele é craque perto deste Hernanes, um botineiro.

O capitão da equipe fica de costas para a cobrança de pênaltis, senta na bola e chora. O que é isso? Cadê um Beline, um Dunga, um Torres?

Oscar como armador é cegueira da comissão. Ele é, sem dúvida, um bom segundo atacante (antigamente chamávamos de ponta-de-lança) para jogar na frente junto ao centroavante.

Outra coisa que é preciso providenciar é a melhora do coral dos jogadores. Se precisamos (eu acho que não) de um grupo cantando o hino, também não basta a empolgação, o gritar. Como no jogo, é preciso afinação, muito ensaio (rsrsrs).

Volto ao ponto de que achar que a seleção é pátria de chuteiras é um erro e uma babaquice. Dá nisso. O Brasil é um país perdedor?

Perdedor é seu time de futebol, só isso.

Lágrimas não faltaram. Mas faltaram sorrisos.

O Luiz Felipe Scolari poderia ser um ótimo chefe de torcida porque, justiça se lhe faça, é um bom motivador, incentivador. Pena que de tática  futebolística nada entenda. É um superado, que conhece apenas o samba de uma nota só. É incapaz de imprimir variações de jogo. 

Para início de conversa precisamos de um técnico de futebol. Alguém atualizado, estudioso, estrategista. Alguém que mude a sorte de um jogo no vestiário.

Se o futuro será estrangeiro, ou não, para mim pouco importa. E já que escrevi importa, porque não importar? Esta experiência de importar técnicos de outros países, que tenham o que nos ensinar, tenham o que acrescentar, mesmo que detalhes, acho muito positiva.

Temos exemplos de outros esportes, e na maioria dos casos, com resultado bom. Lembro do já falecido coreano Young Wan Sohn, que dirigiu a seleção brasileira de vôlei e nos deixou uma ótima contribuição, não obstante a resistência de alguns jogadores e do Bebeto de Freitas.

Lembro principalmente de duas coisas que ele frisou numa entrevista pouco antes de se demitir: o vôlei brasileiro precisa aumentar a altura de seu time; e os jogadores brasileiros precisam jogar mais mais relaxados e para isso precisam ler mais.

Nossos êxitos internacionais mais recentes provam que ele estava certo. A altura média da nossa seleção subiu bastante. E concentração, com o habito da leitura, no esporte ou fora dele, é sempre uma boa indicação.

Também na ginástica olímpica melhoramos nossos resultados com a contratação de ucranianos, seja no masculino seja no feminino. No polo aquático, que não acompanho, não sei se houve evolução a partir da contratação de um húngaro. Mas é provável que sim.

A experiência mais recente está ocorrendo no basquete, com a contratação de um vitorioso técnico argentino.

Hoje é só.  Alemanha campeã, pela quarta vez. Se não abrirmos os olhos, eles empatam conosco em número de títulos, na Russia, em 2018.

Outra hora voltaremos com a seleção da copa (os melhores em cada posição), a revelação, o melhor jogador da competição, o artilheiro (Jamez Rodriguez), etc.

Nossas homenagens: