9 de junho de 2013

Impressões de viajante: Gramado - 4





Por
Carlos Frederico March
(Freddy)









Falemos hoje de vinhos, ou mais propriamente, sobre onde comprá-los em Gramado. Deixe-me começar dizendo que o apreciador de vinhos nacionais encontrará na Serra Gaúcha um acervo bem maior de vinhos e espumantes da região do que aqueles que chegam aos nossos grandes supermercados ou mesmo empórios especializados.

A razão é simples. Há uma grande quantidade de pequenos produtores que não atendem a pedidos das grandes empresas de varejo. O pedido de uma única grande rede de supermercados como Pão de Açúcar seria maior que toda a produção anual de uma pequena vinícola, que não teria como atender a mais ninguém. Fora que ficaria à mercê dos caprichos financeiros dessa grande rede.

Assim sendo, estando na Serra Gaúcha, seja Gramado, Bento Gonçalves, Garibaldi (a "capital" do espumante) e outras, foque em rótulos novos, desconhecidos. Procure, tente conhecer a produção local. Eventualmente compre e mande entregar em sua residência, às vezes pagando apenas um pequeno frete. É mais seguro que levar na mão de avião. Se a companhia cismar, vai ter de despachar e já vi o desastre que é, caixas chegando na esteira rolante do aeroporto com vinho saindo pelas costuras... Triste!

Claro que Gramado tem supermercados, e lá você encontra muita coisa. Mas tem as pequenas adegas, especializadas. Conheço 4 delas:
- Casa do Vinho
- Adega Le Chalet
- Adega do Vinho
- Ataliba Vinhos

Ah, Gramado e Canela têm outras, claro! As operadoras nos levam sempre na Jolimont, uma das mais famosas receptoras de turistas da cidade, com degustação de vinhos, salames, queijos coloniais... "Tô fora", já vou dizendo. Estou falando de vinhos sérios, não de vinhos para turistas.

A Casa do Vinho fica logo ao lado da Rua Coberta. Não compro quase nada lá, geralmente itens variados e queijinhos de vez em quando. Não gosto do preço dos vinhos. Pela localização é uma das mais frequentadas, no entanto. Tem bom acervo de presentes e acessórios para degustação.

A Adega Le Chalet foi minha fonte de remessas por anos. Quando não conseguia sozinho completar a quantidade para ter o frete grátis, incluía pedidos de amigos para tal. Infelizmente, a casa está passando por uma crise por conta de separação litigiosa dos donos. Quando passei lá no finalzinho de fevereiro, constava um aviso na porta de "fechado para balanço". Espero que tudo se resolva, era uma belíssima casa, com ótimos preços e acervo variado, nacionais e estrangeiros.

Sua localização é na Av. das Hortênsias, 1297 - direção da entrada da cidade, onde se situa uma série interminável de restaurantes. Uma referência visual é a Igreja Luterana, também conhecida como a Igreja do Relógio. A Adega fica colada num dos melhores restaurantes de fondue da cidade: o Le Chalet de la Fondue, que no entanto nada tem a ver com a Adega.

Adega Le Chalet em foto de 2006


A Adega do Vinho, gerenciada pelo simpático e atencioso Seu Antônio,  foi um dos estabelecimentos comerciais de Gramado que recebeu reforma radical e ficou moderna, chique! Tem comunicação interna com o também novíssimo Hotel ModeVie, de modo que os hóspedes podem se fartar  com a imensa variedade de vinhos, queijos e salames coloniais que Seu Antônio disponibiliza a seus clientes.


O autor com Seu Antonio, proprietário da Adega do Vinho, reformada


A Adega se comunica com o Hotel ModeVie


Hotel ModeVie com a Adega no subsolo mais 2 lojas

O prédio com o Hotel e Adega do Vinho no subsolo (entrada pela avenida), fica na esquina da Av. Borges de Medeiros com a Rua Augusto Zatti, bem no centro da cidade e a poucas quadras da Rua Coberta.  Permitam-me comentar que não estou recomendando o Hotel ModeVie. Vi as fotos de suas acomodações no site, são modernas, atuais e têm grife. Só não acho que o preço das diárias justifique, apesar da excelente localização. 

Aproveito a imagem para comentar que na esquina oposta, que aparece parcialmente na foto do hotel, tem uma loja de artesanato bastante variada, mas que também entrou na febre de reformas que assola a cidade e estava fechada, em obras, quando lá estivemos no final de fevereiro e início de março.

Termino falando rapidamente da Ataliba Vinhos, também situada na Av. Borges de Medeiros mas depois da grande curva em direção ao Lago Joaquina Rita Bier. Fica entre os restaurantes Il Piacere e Pastasciutta, duas referências gastronômicas da cidade, e ao lado da loja Kukos, também muito conhecida pelo seu acervo de relógios e carrilhões importados da Alemanha. Eu mesmo já comprei aí um Kuko original alemão, totalmente mecânico. 

Ataliba Vinhos e Kukos (relógios e carrilhões)

Nessa distribuidora, que também manda para todo o país e tem um belo estoque de vinhos e espumantes da região, além de outros importados, eu geralmente compro garrafas avulsas, para consumo no hotel durante a estada. É o que venho fazendo também com a Adega do Seu Antonio, onde além de vinhos eu compro queijos e salames. Como disse acima, quando fazia grandes compras eu me dirigia à Adega Le Chalet. Agora ficarei no aguardo do desfecho da crise para ver se vou ter de trocar de fornecedor.

Sobre os vinhos em si, não direi nada. A cada ano aparecem novas vinícolas e novos rótulos das antigas. Há que conversar com os donos das adegas para receber informações pormenorizadas e tentar escolher aqueles que se adequem ao seu gosto particular. É a hora de experimentar, a região se desenvolve a passos largos. 

8 comentários:

  1. Acho que já falei neste blog que nasci naquela região. Como estou afastada há muito tempo, acho que o autor conhece melhor do que eu a cidade de Gramado, que se transformou um pouco nos últimos anos.
    Helga

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  2. Helga, minha intenção tem sido justo mostrar algumas das transformações pelas quais a cidade vem passando. Eu a frequento com certa assiduidade desde 1993 (conheci-a antes, mas foi de passagem) e venho testemunhando a evolução.
    Lamento ter uma visão meio focada demais, muita gente já fuçou vários recantos que eu não conheço. Seria bom até que participassem, complementando minhas apresentações.
    Abraço
    Freddy

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  3. Riva,
    Esta última frase do comentário do Freddy deve ser um recado para você que retornou de lá há pouco tempo. (rs)

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  4. Não sou focado em vinhos. Sento num restaurante ou bar e procuro logo pelo preço dos whiskies.
    Dos vinhos, sempre curto um Cabernet Sauvignon. Nessa viagem à Gramado, fiquei sempre com um Valduga Cabernet/Merlot. 1/2 garrafa às refeições.

    Nossa vg à Gramado foi como as outras, nada de novo exceto a visita ao Templo Budista em Três Coroas, que gostamos muito, mas ficamos muito chateados porque a lojinha lá dentro fechou para almoço na nossa cara ! Fazer o que por lá, durante 1 hora, depois de ter visitado tudo ? Já postei meu protesto no Trip Advisor !

    A cidade de Gramado e arredores (caminho para Canela) cresce de forma assustadora. Parece Orlando !

    Pegamos a cidade muito cheia, mas deu para se divertir bastante e comprar bastante.

    Nada a acrescentar. Abrs !

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  5. Hmmm... Acho que minha sugestão, ratificada pelo Carrano, não foi bem entendida...
    Riva postou comentário focado no texto 4 (sobre vinhos), quando a convocação para testemunho de experiências diversificadas em Gramado é ampla, global.

    Vou ser mais claro: eu, por natureza, me fixo naquilo que gosto e experimento pouco em redor. Outras pessoas, (Riva incluído), gostam de visitar a cada dia um local diferente, experimentar um pouco de tudo. Obviamente terão uma visão muito mais ampla que a minha.

    Darei um exemplo, para pinçar uma das novas experiências. Eu NUNCA usei o estacionamento automático das ruas centrais de Gramado. Não bastasse, sempre recomendo as pessoas andarem a pé ou ficarem em hotéis do centro para não dependerem de carro. Riva teve essa experiência, e parece que gostou.

    Como essa, há outras novas visões do cotidiano que poderiam ser compartilhadas.

    Abraços
    Freddy

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  6. Sobre o Templo, Riva teve sorte. Nós recebemos na cara uma proibição de visita ao templo mais bonito do complexo porque não tinha guia no dia. E a gente só queria vê-lo de perto...
    A lojinha estava aberta, mas nem nos interessou muito. É fraca.
    =8-/
    Freddy

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  7. Sobre o Templo Budista, eu me vali de uma dica do Freddy aqui no blog, de que o templo principal só abria ao público nos fins de semana. Então planejei nossa visita para o sábado. Foi isso.Não foi sorte.E o lance da lojinha foi um absurdo dos monjes lojistas ... rsrsrs.

    Essa foi nossa 4ª visita a Gramado, e pela 1ª vez, ficamos num hotel que exigia um carro ou taxi para o Centro. Exigia apenas devido a um trecho de 100 metros a pé, bem na beira da estrada ...muito perigoso andar ali.E à noite, nem pensar em voltar por ali com minha esposa.

    O Centro de Gramado tem a tal ZONA AZUL, onde vc estaciona por no máximo 3 horas (acho pouco), a quase 5 reais. Essa zona não é "larga", ou seja, em ruas próximas vc já não paga para estacionar ... se encontrar vaga ! A cidade estava lotada quando fomos.

    De qqer forma o carro foi necessário para as viagens que fizemos, e é muito barato - de 75 a 90 reais por dia, entregue no hotel. E para percorrer as dezenas de lojas no trajeto Gramado-Canela, só de carro mesmo.

    Quanto ao cotidiano, não sei o que acrescentar ... ah ! talão de cheques não compra NADA mais em Gramado e arredores, ok ? Morreu mesmo ! Todas as lojas foram obrigadas a aderir ao processo eletrônico.

    Sds.

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  8. É interessante alugar um carro para pelo menos uns dois dias. De fato há muita coisa no eixo Gramado-Canela, além de arredores, que exigem que tenhamos mobilidade. Depender de operadoras locais é caríssimo e passeios alugados a taxistas idem.

    Recomendo observar antes a previsão do tempo. Dirigir lá com nevoeiro é muito perigoso.

    <:o) Freddy

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