Por Jorge Carrano
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No genial filme de animação “Os Incríveis”, o Sr. Incrível trabalha numa companhia de seguros. Não pode mais ser um herói, e vive a desanimada rotina do escritório. Seu irritante chefe, numa cena memorável, descreve a empresa ideal como um relógio, onde “todas as engrenagens precisam funcionar em harmonia”.
Variações dessa metáfora são muito comuns no ambiente corporativo. As empresas gostam de imaginar seu funcionamento como algo programado, planejado e, sobretudo, controlado. Bem, como diz o ditado, “a teoria, na prática, é outra”.
Outra metáfora comum é descrever a empresa como uma orquestra, que precisa tocar afinada. Seu maestro, o famoso CEO, é o líder do concerto.
No mundo real, entretanto, muitas empresas se comportam como uma banda de jazz, não como uma orquestra. O improviso reina. A melodia, por vezes, vira outra coisa completamente diferente.
Não há mal algum no jazz, pelo contrário. Arranjos criativos, performances geniais e inéditas permitiram que o gênero se tornasse o favorito de muitos (eu, inclusive).
O problema não está na formação do grupo, quer seja de perfil “clássico” ou “jazzístico”. O problema, ou ao menos parte dele, está na mudança de comportamento da audiência.
O público não está mais comportado, como se estivesse numa exibição de Ópera no Municipal. É mais disperso, misturado, e teima em cantar junto.
Uma banda de jazz, ou uma roda de samba, para ficar no gênero nacional, é criativa, e responde melhor à temperatura da audiência. Vai ajustando a performance conforme os humores da plateia. O jazz, embora nem todos saibam, surgiu como um ritmo para dançar.
Além disso, é uma formação menor. Boa parte dos grupos de jazz é composta por baixo, guitarra e bateria. Um saxofone ou trompete faz um complemento interessantíssimo. Mas é um grupo pequeno. Tem que ser. Imaginem uma orquestra de 50 músicos “improvisando”?
Por isso, também, que as empresas menores são mais ágeis, e conseguem “se apresentar” em sintonia com o público. Não tem o peso da estrutura de uma grande orquestra, e são menos dependentes da figura do maestro-presidente.
Na próxima reunião que você participar, tente imaginar os que estão em volta da mesa numa performance musical. Se demonstrarem serem totalmente dependentes de um “maestro” ou se a comunicação começar a desafinar, desconfie. Talvez seja o caso de procurar outra banda para tocar.
Boa analogia.
ResponderExcluirEstudei com um Jorge Carrano no São Vicente. Não fomos da mesma turma mas me lembro dele.
ResponderExcluirSe for quem eu penso um abraço.
Se for o caso, entre em contato diretamente com ele em http://www.cavernaweb.com.br/
ResponderExcluirEle estudou, sim, no São Vicente.
Mas time pequeno se frega (rs). Diz aí um que deu certo.
ResponderExcluir:D Fernandez
Graças a Deus já não trabalho mais. A Embratel, na área onde atuei, estava mais para orquestra, apesar de que volta e meia fazia-se um jazz. Isso enquanto paraestatal.
ResponderExcluirDepois de privatizada, instaurou-se o modelo "samba do crioulo doido" e saí a tempo de não vê-la diluir-se e desaparecer (hoje é Claro) na mesmice do carnaval de hoje em dia.
Abraço
Freddy