Sob este nickname há um internauta que vira e mexe (está meio sumido) intervém no blog, com comentários agudos, irônicos, mordazes, mas sempre inteligentes e oportunos.
Mas não é dele que trataremos neste post.
Vou falar de um filme, já não tão recente (é de 2011), pouco aplaudido pela crítica profissional e que não foi, também, sucesso de público.
Nem a crítica pouco entusiasmada e nem o pequeno público que o assistiu nas salas de cinema, fazem justiça a este muito bom filme.
Ora, o assunto é pouco atraente para quem não é afeito as artes, em especial literatura e teatro.
O filme tem roteiro de um americano e a direção de um alemão, mas o elenco, bom no geral, é do Reino Unido (fundamental por causa do sotaque.
O roteiro abraça a tese de Thomas Looney, que em 1922 lançou a teoria de que o verdadeiro autor das peças teatrais atribuídas ao maior bardo da língua inglesa, seria Eduardo de Vero - Conde de Oxford .
O filme tem como pano de fundo, ou cenário, a Inglaterra do final do século XVI e início do século XVII. Portanto, se o caro leitor pretende assistir a este filme e não conhece nem um pouquinho da história da monarquia inglesa no período elizabetano, terá um momento de confusão quando das interações dos condes de Oxford, Essex e Southampton. Mas nada que comprometa o entendimento da narrativa/roteiro.
É claro que não irei contar o filme, porque estou recomendando para quem não assistiu. O tema especula sobre a autoria das obras de Shakespeare que, embora a ele atribuídas, não seriam da lavra dele, de resto retratado como um simples ator teatral, ambicioso, meio sem escrúpulos e... analfabeto (não saberia escrever).
A questão é controversa no mundo acadêmico e já despertou manifestações de celebradas figuras do mundo das ciências, tais como Twain, Dickens e Freud.
E quer saber de uma coisa? O roteiro parece mirabolante, mas não é. É até verossímil, bem construído e consistente.
Não quero sua opinião, não necessariamente; a minha, como advogado, é que faltariam provas suficientes para Shakespeare comprovar a autoria. Só na tradição oral.
Não há manuscritos das várias obras (peças teatrais, sonetos, etc), mas há do simples e pobre testamento, que é absolutamente silente quanto ao seu acervo literário.
Para encerrar, a opinião não de um crítico de cinema, mas de quem assistiu ao filme com muita atenção e interesse: o roteiro, qualificado como drama, tem componentes de tragédia, e seria assinado pelo próprio Shakespeare.
Está disponível na Cahú.
ResponderExcluirEu fiquei bastante dividido e passei a achar a hipótese "oxfordiana" (que se contrapõe a "stratfordiana") plausível. Mas, independente disso, o filme é realmente muito interessante.
ResponderExcluirDesculpem meu silêncio. Eu li o post, mas como não entendo lhufas de cinema e o mesmo posso dizer de literatura, prefiro ficar como mero observador, tentando aprender algo.
ResponderExcluirAbraço
Freddy
ResponderExcluirCaro Freddy,
A temática do filme, como certamente percebeu pelo texto, é instigante porque aborda uma questão polêmica, há muito tempo: as peças cuja autoria são atribuídas a Shakespeare não teriam sido escritas por ele.
Eu aceito a tese.
Pra mim, como apreciadora da dramaturgia e da literatura de modo geral, tanto faz o nome do autor. O que realmente importa é a maravilhosa obra deixada. Pessoalmente faço restrições a biografias justamente por isso.
ResponderExcluirPor outro lado continuo admirando o Shakespeare enquando não for provada a fraude.
Como você diz, Ana Maria, pouco importa a autoria.
ResponderExcluirAté porque não são mais devidos direitos autorais.
O que avale é a qualidade da obra teatral. Não conheço a obra poética mas li as peças mais importantes. Aliás boa parte delas na coleção que você tem e esteve em minha casa por algum tempo.
Salve Shskespeare ou o Conde de Oxford, tanto faz. Deixou para nós um tesouro.
Beijo