Aqui quem escreve é um cidadão em pleno exercício de seus
direitos civis, que a par e
independentemente de possuir parcos conhecimentos jurídicos é um amante da
ciência do Direito.
Outrossim, mantenho intacta minha capacidade de indignação.
Toda indignação há de provocar reação. A indignação sem ato ou ação
consequente, é algo estéril, e por isso inócua .
Como não posso (em tese) assomar à tribuna do plenário do
STF e fazer o papel de assistente de acusação, no caso da Procuradoria Geral da
República, para dizer o que penso da engrenagem de corrupção engendrada por uma
quadrilha que tinha um projeto não de governo, mas de poder, utilizo os meios
de que disponho.
Por isso escrevo para os jornais comentários com criticas, nem sempre publicados.
E ainda, neste espaço virtual, tenho dedicado alguns posts à análise, a meu sentir, do que está ocorrendo nas sessões de julgamento.
Para minha mulher que acha que não devia escrever certas
coisas e não me meter, e para os amigos e conhecidos que por razões que não
cabe discutir preferem se omitir, silenciar, endereço as seguintes palavras
tranquilizadoras: o inciso IV, do art. 5º, da Constituição Federal, assegura a
livre manifestação do pensamento.
Com base neste preceito da Lei Maior, a própria egrégia
corte que tenho aqui censurado, com as devidas vênias, por decisões contrárias a minha compreensão, entendeu legítima a
chamada “Marcha da Maconha”, assegurando o direito aos manifestantes.
Ora, se é possível fazer manifestação pública a favor da
liberação da maconha, tida e havida como droga nociva e capaz de prejudicar a
sociedade, porque não posso eu me manifestar a favor da legalidade?
Acho que como regra geral sempre tive opinião. A idade, se
por um lado nos trás a clareza de que nem sempre as coisas são como imaginamos,
e portanto devemos sopesar nossas verdades, por
outro lado faz-nos perder a vergonha de assumir posições que estão
definitivamente sedimentadas em nossa
carta de navegação rumo ao fim da vida.
Minhas poucas certezas são inegociáveis.
Bem, dito isto, continuo com minha opinião sobre o que está
acontecendo e sendo transmitido em cadeia nacional de TV (pública).
Está sendo julgada uma quadrilha, e assim podemos denominar
porque este entendimento já foi assentado pela mais alta corte de justiça.
Ficou, na opinião da maioria dos ministros do STF, caracterizado o crime de
formação de quadrilha ou bando.
Pode parecer, em face de manifestações anteriores, que estou
alinhado incondicionalmente com o ministro Joaquim Barbosa e o considero um
herói, paladino da justiça. Não é fato.
Discordo da maneira agressiva, por vezes até desrespeitosa
com que S. Exa. se comporta. Ontem, por exemplo, fez um comentário seguido de
risinho de deboche, de desdém, de ironia, após o advogado de um dos réus (sócio
do Marcos Valério) ter requerido, da tribuna, fosse declarado (explicitado) o
voto que o ex-ministro Cesar Peluso deixou antecipadamente (antes de se aposentar).
Ora, era absolutamente dispensável, se não o comentário (e
era), pelo menos o riso debochado. Foi um desrespeito. O comentário era no sentido de que aconteceria a prescrição, objetivo do advogado.
Também fez comentários agressivos em relação ao ministro
Lewandowski, em vários oportunidades.
Vejam, eu posso dizer, até porque penso assim, que o ministro
Lewandowski se comporta muito mais como advogado dos acusados do que como
ministro-revisor. Mas o ministro Joaquim não deveria.
Mais ainda, vou além, dizendo que a exemplo do que fazem
alguns advogados, ele utiliza TODOS os recursos, éticos ou não, na defesa de
sua posição sempre leniente em favor dos transgressores. Inclusive a condenável chicana.
Ontem mesmo, ao final de
uma coleta de votos na qual ficou vencido, pediu a palavra pela ordem para,
acenando uma folha de papel, dizer que não poderia se calar face ao documento
que tinha em mãos (uma peça do processo) que comprovava a época do delito e que
pela melhor regra de direito tornaria aplicável a lei vigente à época do fato
delituoso. Ofereceu-se para distribuir cópia do tal documento (que está nos
autos).
Ora, o ministro-relator havia levado em consideração tal
fato e em sua propositura de quantificação da pena, aplicou a lei que vigorava
à época. Seria possível afirmar que o ministro estava desatento? Não em
absoluto. Ele gastou um bocado de tempo (recurso que utiliza desde o início) de
sorte a retardar o final do julgamento. E tumultuar.
No mês que vem outro ministro se aposenta.
Restarão apenas 9 para a sequência do julgamento. No caso o ministro-presidente
Ayres Britto.
Com isso assumirá a presidência o ministro Joaquim Barbosa
que se já tem se excedido sem o status de presidente da corte, imaginemos
investido de outras prerrogativas. Há um risco de conflitos decorrentes de
arbitrariedades.
Este número ímpar me remete a outro ponto que quero
destacar. O princípio romano, consagrado nas leis penais de vários países,
consubstanciado na máxima “in dubio pro reo” já foi, por deliberação da
maioria, aplicado em favor dos acusados, em dois momentos distintos do
processo.
O primeiro momento, na fase de conhecimento, quando havendo
5 votos pela condenação e 5 pela absolvição, entenderam que se havia duvida
(tanto que houve empate) tal fato deveria militar em favor dos acusados. Com
isso, 15 dos 37 réus foram inocentados logo de saída.
Depois na fixação do quantum da pena, também houve empate
num determinado caso, eis que 5 ministros apoiavam a proposta (mais severa) do
relator e outros 5 aderiram à proposta do revisor (mais branda). Pelo mesmo
princípio prevaleceu a pena mais suave.E com isso o Marcos Valério, para um
determinado delito, teve a pena reduzida em 5 anos. A proposta do relator daria
11 anos e quebrados e pela do revisor 6 anos e pouco.
Se está cansativo para ler, imaginem para escrever. Portanto
voltarei ao assunto amanhã. Ou não.
Não vi nada do julgamento, em dia nenhum, pelo simples fato de que ainda acho que vai acabar em pizza, pizza no sentido de que vai ser uma bem simples, de mussarela ....sem tempero ou ingrediente diferente nenhum.
ResponderExcluirSds TETRAcolores
Pode ser, Riva. Não descarto a possibilidade da acabar em pizza. Aliás que o cheirinho está no ar.
ResponderExcluirO país agora estará diante das seguintes opções: ou escolhe o caminho da legalidade do combate a corrupção e exclusão de corruptores e corruptos ou, ao contrário, no outro caminho, se acabar em pizza, estaremos institucionalizando corrupção, lavagem de dinheiro, peculato e evasão de divisas.
No ponto em que estamos o resultado sinalizará o que queremos daqui para diante.
E o restinho de respeitabilidade e confiabilidade do Judiciário corre sério risco. Talvez para o grande público ainda haja diferença, mas a verdade é que a diferença entre o judiciário e os outros poderes, em matéria de seriedade, honestidade e dignidade é quase inexistente. Esta seria a grande chance de estabelecer uma diferença que nos inspiraria fé no futuro.
Estou preocupado e lembro do Millôr: ou se restaura a moralidade ou locupletemo-nos todos.
Se acabar em pizza de muzzarella é apenas porque as leis foram escritas com essa finalidade. Há dezenas de artifícios que facilitam o não cumprimento de penas, no todo ou em parte. P.ex. por bom comportamento, ser réu primário, descoberta de falhas processuais e outras artimanhas jurídicas.
ResponderExcluirNão bastasse, há um desbalanceamento escandaloso de penalidades, ao sabor da moda, da tendência do momento. Experimente você derrubar uma araucária ou matar um mico leão dourado! No entanto, um menor portador de arma de fogo pode matá-lo e ser recolhido apenas para ressocialização, sendo solto um ou dois anos após.
Isto é Brasil.
Abraço
Freddy
Aproveitando a presença de Riva neste espaço, uma dúvida: qual será a 4a cor do escudo do Fluminense, já que noto uma campanha para ele deixar de ser TRIcolor?
ResponderExcluirE se vier (como parece) a ser tetra, bem vindo ao clube: o Vasco já é faz tempo!
Abraços saudosos do Eurico (quem achar que eu pirei, faça um levantamento das conquistas do Vasco de 1959 até 2012)
Freddy
Freddy,
ResponderExcluirAntes de chegarmos ao descumprimento da pena e todas as benesses como progressão de regime, penas alternativas, regime semi-aberto, liberdade condicional, etc, ainda atravessaremos as fases de recursos, de prescrição e adoção de artíficios lícitos e ilícitos que serão utilizados pelos réus.
Abraço
Hoje, sábado, relaxando, me esparramo no tapete da sala e abro o jornal, folhear, e me deparo com a seguinte pérola : STJ LIVRA CONCESSIONÁRIAS DE DÍVIDAS DO PASSADO.
ResponderExcluirAlguém ainda acredita em justiça num país assim, onde o Mal supera o Bem em qualquer instância, de qualquer natureza ?
Nem justiça divina existe mais por aqui. Abandonados !
FUTEBOL : ouço vozes longínquas, mas não sei de onde vem .... a distância é quântica. Só dá para ouvir canto de Galo, nada mais.
Sds TETRAcolores
O galo ganha do urubu ?
ResponderExcluirTire as sandálias franciscanas do Nelson Rodrigues e comemore com os seus 12 anos (maltados?)
Abraço
Vai ser uma chegada dramática, envolvendo a luta pelo título e a luta do Palmeiras para não cair.
ResponderExcluirEmoções à vista !!
E o Vasco só não cai por causa dos pontos acumulados no primeiro turno. Pelo nível do time era para cair. Está com um time de segunda divisão e olhe lá.
ResponderExcluirHá nos era inconcebível um time grande (qualquer um) perder três partidas consecutivas. O Vasco conseguiu a façanha de perder 5 seguidas.
Isso depois de se manter 54 rodadas no G4. Não lhes cheira a corpo mole dos jogadores lutando contra a administração pífia que, entre outras coisas, atrasa salários?
ResponderExcluirSaudações vascaínas, apesar de tudo tetra já faz tempo!
Freddy
Saudações vascaínas a pesar de tudo.
ResponderExcluirAbraço
Em 1 de novembro de 2012 :
ResponderExcluirhttp://g1.globo.com/politica/noticia/2012/11/oposicao-ve-pizza-e-governistas-defendem-trabalho-feito-pela-cpi.html
Apenas para registro !
Sds TETRAcolores
Pizza mesmo .... e de giló ....
ResponderExcluirLamentável !!! (em 21 de novembro)
Sds PENTAcolores (upgrade)
Jiló amargo, Riva.
ResponderExcluirSaudações.