Vocação para Geni
Estou para ver alguém com
tanta vocação para Geni, segundo descrita por Chico Buarque.
Lembrem estes versos:
“Joga pedra na Geni”
Joga bosta na Gení!
Ela é feita paraapanhar
Ela é boa de cuspir”
Estou me referindo ao
ministro Ricardo Lewandowski. Como tem apanhado dos homens de bem, amantes da
decência (mister no serviço público), cultuadores da ordem e cumpridores da
lei.
E também por boa parte da imprensa, não
comprometida com o status quo, principalmente os jornalistas mais respeitados e respeitáveis.
E tem apanhado do ministro
Joaquim Barbosa. Ontem, uma vez mais o ministro-relator do processo do mensalão
perdeu as estribeiras e desancou o ministro-revisor, taxando-o de advogado de
defesa dos Réus.
Uma coisa é eu ter dito aqui
neste blog e existirem algumas outras pessoas que comungam da mesma opinião.
Outra é um dos seus pares fazer esta acusação.
Fez mais Sua Excelência o
ministro Barbosa, disse textualmente que o ministro Lewandowski está plantando
para colher no futuro (aludindo certamente ao momento da dosimetria das penas
de Dirceu e seus asseclas).
É verdade que no retorno do
intervalo da sessão o ministro Barbosa desculpou-se pelos excessos
verborrágicos. Mas aí já era tarde.
Lembro da minha infância
quando nos desentendimentos, principalmente nas brincadeiras, os divergentes
belicosos ficavam com ameaças recíprocas, com incentivo dos demais meninos,
naquela linha do “vou te dar uma porrada”. O outro redarguia, “dá se tu é
homem” e ficavam assim até que a turma
do deixa disso interviesse e acabasse a discórdia.
Pois bem, havia um de nós que
tinha uma filosofia, confirmada na prática: quem dá a primeiro soco (ou tapa),
fica no lucro.
Isto porque enquanto a
terreno era o das ameaças e ofensas às genitoras, poucos intervinham. Antes
pelo contrário incentivavam. Mas saindo das palavras para as ações sempre havia
quem segurasse os contendores par acabar com a briga.
Ora, quem tinha dado o
primeiro ficava mesmo no lucro. O outro ficava com o tapa engasgado pela
intervenção da “turma do deixa disso” ficava no prejuízo por vezes como o olho
roxo.
Assim foi ontem. O ministro
Barbosa acusou o ministro Lewandowski de “advogado de defesa”. Os ânimos foram
aplacados pelos demais e houve até pedido de desculpas mas ficou lá gravado e
constando dos anais, como ficava roxo o olho do que primeiro levava o murro:
Lewndowski se comporta como advogado dos marginais, delinquentes membros de
quadrilha.
São ainda de Chico Buarque os
versos a seguir:
“É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
..........................................
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir:
Joga pedra na Geni!"
Ele lembra ou não lembra a Geni?
Por que este termo dosimetria e não valor da pena? Para confundir o leigo?
ResponderExcluir:D Fernandez
Entenda como quantificação da pena. Advogados e magistrados falam também em quantum da pena.
ResponderExcluirA minha grande dúvida, e que infelizmente nunca será esclarecida, é : como encara tudo isso a família desse cara ?
ResponderExcluirQual a ótica dessa família ?
São míopes, têm lentes corretivas, estão "cagando e andando " pra tudo isso ?
Acham o cara inocente ?
Essa minha grande dúvida, referente à família, aos filhos/netos na escola, são assediados, são confortados, são perdoados por terem um pai assim, etc ......
Como encaram essa humilhante situação ?
A Geni, personagem da Ópera do Malandro" era um travesti, perseguido mais pelo preconceito do que por seu comportamento "dadivoso".
ResponderExcluirNão sei se essa comparação é justa.
Pelo contrário, a citada Geni acabou se sacrificando em prol da coletividade. Seria o caso do Ministro?
Em diversas profissões, destacando-se as das áreas jurídica, médica e econômica, é comum o uso de termos e expressões que dificultam o entendimento do assunto para os leigos. Não me perguntem o que eu acho disso, não divulgarei minha opinião.
ResponderExcluirNão faz muitos dias, o diretor de um dos hospitais acusados de assassinato por injeção de comida na veia de paciente usou o termo "nosocômio" na nota oficial à imprensa.
Abraços
Freddy
Cara Incógnita,
ResponderExcluirFalei da Geni, que na letra da música, literalmente, gosta de apanhar, como poderia ter falado de mulher de malandro ou até, eventualmente, masoquista.
Ressalto que em tempos idos havia o conceito que mulher de malandro gostava ade apanhar e criou-se a imagem que também não correspondia a realidade.
O fato é que o personagem em questão (Lewandowski) está ouvindo desaforos, xingamentos por onde passa e tem sido alvo de críticas na imprensa por parte de jornalistas e também nas seções de cartas por parte de leitores.
O mais grave, a meu sentir, foi ter sido agora "acusado" pelo próprio colega, de agir como advogado de defesa (o que é verdade). Vai gostar de apanhar assim no mato. É preciso muita convicção ou muita outra coisa mais, por assim dizer, material.
Incónita, cara internauta, você está parecendo minha irmã que entende tudo muito literalmente à semelhança dos irmãos lusitanos (temos origem).
E a comparação com minha irmã vale até como elogio pois se trata de pessoa culta, inteligente e antenada.
Riva,
ResponderExcluirVocê está pretendendo encontrar valores (morais e éticos) onde dificilmente encontrará.
Para a família ele deve ser um perseguido, incompreendido.
Além disso, se ele provê o sustento e até alguns luxos, pouco importa a origem do dinheiro.
Ou você acha que a família dos marginais se importa com a maneira como o dinheiro entra em casa?
Recorro, de novo, ao Chico Buarque, agora na canção "Meu Guri".
Qual é a visão da mãe em relação ao filho delinquente?
Seria apenas inocência ou seria também conveniência?
Acho que no caso do comentário incógnito, o Carrano usou o recurso da licença poética.
ResponderExcluirA Geni, no caso, há muito tempo se descolou da personagem original da música. Assim como Amélia não está mais associada à personagem do Ataulfo Alves.
Abraços
Como Carrano disse, os valores éticos e morais de certos indivíduos são relativos. Lembro-me de entrevista na TV do (já saudoso, começo a concordar com minha filha vascaína fanática) Eurico Miranda, no auge da polêmica acerca de seu comportamento ético. Foi às lágrimas frente à câmera com depoimento de sua filha. Até eu quase me comovi!
ResponderExcluirOs caras são bons atores! Não é qualquer um que se presta a manter um personagem público polêmico com a cara de pau dessas figuraças.
Abraço
Freddy
Carrano, seu comentário (perfeito) me lembra a declaração da Rosanne Collor certa vez, dizendo que, para um alagoano, usar grana do orçamento público em benefício próprio não era roubar .... é uma prática normal na cultura política do nordeste, há trocentas gerações, coisa normal.
ResponderExcluirE por isso tudo, eu me recuso a envelhecer, meu caro .... tal como o Chico ... já meu irmão diz que "sofro" de Complexo de Peter Pan .....
Nada disso ... apenas procuro ser feliz.
Sds TETRAcolores