28 de junho de 2012

So long!

Às pessoas, seguidoras ou não, que generosamente frequentam este blog, meus agradecimentos. Não sei se estou dando um adeus ou um até breve.

Aproveito que os participantes mais contumazes mais assíduos andam arredios, meio retraídos, para fazer, de novo, uma reflexão sobre o destino do Generalidades Especializadas.

Ao longo destes dois últimos anos, foram, com esta, 604 postagens, quase 45.000 acessos e  2.500 comentários.

A maioria destes dois mil e quinhentos comentários enriqueceu o blog, complementou o conteúdo de cada post, ou divergiu provocando confronto de opiniões o que acabou por jogar luz sobre o tema enfocado (ou pelo menos tirou da sombra). Muitos são bem-humorados, espirituosos. Não raro os comentários foram melhores do que os posts,  divertiram, informaram e levaram a debate.

Abaixo alguns números do blog.

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Chile
76

Itália
66



Estes números de acessos por país, revelam que não foram apenas parentes e amigos, aqui no Brasil,  que visitaram o blog.


I shall be back soon... or not.

27 de junho de 2012

Cristiano Ronaldo é muito bom


Cristiano Ronaldo é muito bom jogador. É mascarado, arrogante (o Freddy não o quereria no Vasco)*, narcisista (olha o tempo todo para as telas para se ver focalizado), mas decide jogos.

Perde para Messi, no conjuto dos atributos, mas cabeceia melhor (a impulsão é ótima), e tem melhor bola- parada.

No par ou impar seria escolhido depois do argentino, mas dependendo das circunstâncias poderia ter preferência.

Portugal classificado para uma das semifinais. Enfrentará a Espanha num confronto ibérico. 

O pragmatismo alemão, a disciplina tática e, porque não, a boa habilidade de alguns de seus jogadores, grantiram à Alemanha a passagem para a fase seguinte, quando enfrentarão a Itália.

Enquanto mandatários e diplomatas de vários países estavam na Rio+20, discutindo o futuro do planeta, o primeira ministra alemã – Angela Merkel - estava na Polonia, na Arena Gdansk, torcendo para o presente de sua seleção futebolística.

Se no campo econômico exigem medidas severas dos gregos para que coloquem nos trilhos sua economia, no campo futebolístico os alemães foram mais contundentes afundando a seleção grega.

Itália e Inglaterra nas vésperas do confronto treinaram bastante a cobrança de penalidades. Os treinadores sabiam que o resultado do jogo seria empate. Nós também sabíamos. E Bufon, após o jogo, definiu:  - A Inglaterra jogou "a la italiana".

Como não tinham o Baggio cobrando, desta vez venceram mandando para casa os ingleses, que foram longe demais, com um timinho tímido. 

Os italianos, como sempre, chegando sem favoritismo. Agora terão que encarar a favorita Alemanha.

Quando comprei meu quimono para treino de karatê (atenção desafetos, nunca passei da faixa branca), havia um dístico bordado, em ideogramas, no sentido vertical, numa das laterais  que sobrepomos para amarrar com a faixa.  Pedi e ao dono da loja, um japonês, que traduziu : “Aquele que teme já está derrotado”.

Mais tarde meu sensei confirmou a filosofia contida na frase.

Pois bem, foi o caso da seleção francesa, diante da espanhola. Provavelmente  perderiam a partida, mas já entaram derrotados ao adotarem postura defensiva. Quando ao final, no desespero de causa, o técnico francês colocou em campo atacantes mais habilidosos e agressivos, já era tarde.

Conclusão, teremos uma semifinal  peninsular. Os ibéricos irão decidir quem enfrenta, provavelmente a Alemanha, na disputa do título.


Hoje à tarde e amanhã teremos a definição. Uma curiosidade: 10 jogadores do Real Madrid estarão disputando estas duas semifinais, ou seja, Cristiano Ronaldo, Pepe e Coentrão, na seleção portuguesa; Khedira e Ozil, na alemã; Xabi Alonso, Casillas, Sergio Ramos, Arbeloa e Albiol, na seleção espanhola.


E ainda tinha o Benzema na francesa, que caiu fora.




*Freddy acha o Felipe muito mascarado, antipático, marrento.


26 de junho de 2012

Prazo de Validade - parte II



Por
Carlos Frederico March (Freddy)




Eu disse no post anterior que prazo de validade se tornou um imenso e lucrativo negócio. Sim, nada acontece no mundo dos negócios que apregoe vantagens para clientes e consumidores sem que, no fundo, seja do interesse do empresariado em geral.

Para estimular debates e saindo um pouco da linha mestra, opinarei que capacete e cinto de segurança só são obrigatórios (no Brasil) porque diminuem a chance de você vir a fazer uso dos seguros que pagou, ou dos serviços médicos oficiais, ou dos planos de saúde privados. A meta é que você pague e que não use.  Ou acha que estão pensando em sua saúde, apenas?

Antigamente, todos nós usávamos produtos os mais diversos guiando-nos apenas por suas aparências. Não havia prazo de validade impresso em embalagens, talvez apenas em algumas. A gente olhava o jeitão da coisa, cheirava, observava o aspecto e, se fosse de nosso agrado, a gente “mandava ver”. Vez por outra alguém se dava mal, uma infecção aqui, uma internação ali, mas caso geral o povo sobrevivia e bem.

Até com remédios isso acontecia. Nossas “farmácias caseiras” estavam repletas de pomadas, elixires, comprimidos e pós que só eram jogados fora quando começavam a perder a consistência, esfarelar, ficar com aspecto esquisito ou mesmo cheirar mal. Quantos anos durava aquele potinho de Minancora? O vidrinho de Vick VapoRub? A caixinha de bicarbonato de sódio? O onipresente vidro azul de leite de magnésia que quando ficava meio seco ganhava um extra de água filtrada para voltar à consistência? E a gente sobreviveu.

Eis que entra em ação o “prazo de validade”. Com que objetivo? => “Preservar nossa saúde”. É vero? Em alguns casos sim, mas não em todos!

Decerto laticínios, embutidos, congelados, apresentam risco se consumidos além de um tempo previsto pelo produtor. Eu não tomaria um iogurte, nem faria uso de um patê, não comeria uma salsicha, que estivesse com o prazo vencido... Congelados também devem ser alvo de atenção redobrada, dado que ultrapassam em muito o tempo em que estariam saudáveis caso não fossem mantidos em baixíssima (e controlada) temperatura.

No entanto, permitam-me começar a polemizar. Alguém acha que um fabricante colocaria na embalagem de seu produto um prazo que fosse rígido, bem no limite do esperado? Eu sou engenheiro, conheço uma coisa chamada “margem de segurança”. Se eu acho que meu iogurte vai durar 10 dias, eu coloco 7 por via das dúvidas. Se minha cerveja vai durar 18 meses eu coloco 12. Se meu remédio dura... => sobre isso, mais à frente um pouco.

Não bastasse a margem de segurança, que protege o fabricante contra eventual assédio da lei, existe a expectativa de dinheiro fácil. Mesmo que meu produto tenha uma validade esperada de 10 anos, eu coloco 2 ou 3 na embalagem. Nada mais lucrativo que forçar o cliente a jogar o velho fora (mesmo que em perfeitas condições) e comprar um novo, só porque venceu o prazo. Isso hoje está valendo para uma gama cada vez maior de produtos.

Testemunho pessoal: eu estou cansado de beber cervejas com 1 ou 2 meses a mais que o limite e, dado que as conservo em lugar adequado, estão ainda muito boas. Claro que fresquinhas são melhores, mas a degradação é muito lenta. Cara, seja sensato: se o vencimento é no dia 20/03/2012, digamos 12 meses depois de fabricada, você REALMENTE acha que no dia 21/03/2012 ela estará imprópria para o consumo? Jura? Tenho pena de você...

Dentro da validade ou vencida de pouco, é muito boa! 




Com remédios a barra pesa um pouco mais, porque ficamos com medo. No entanto, posso lhes assegurar que, do mesmo jeito que uma cerveja boa no dia 20 não estará imprópria no dia 21, um remédio que tenha 3 anos de validade no dia seguinte, ou um mês depois de vencido, ainda estará bom. Principalmente pomadas e cremes. Nenhum fabricante seria louco o suficiente para estipular um prazo para seu remédio sem uma grande margem de segurança. Poderia vir a ser processado, caso fosse provado que o remédio havia perdido o efeito antes do prazo limite.






Claro está que existem exceções, principalmente para líquidos e voláteis, ainda mais se tiverem validade muito curta. No entanto, a menos que a embalagem seja violada ou que ela seja armazenada em local impróprio, úmido, quente, com incidência de raios solares ou luz fluorescente, ninguém me convencerá que uma aspirina perde seu poder de cura com 5 ou 10 anos de guarda.

Com cosméticos então eu “arrepio” de vez. Ou acham que jogo fora shampoos, cremes de barbear, sabonetes, só porque venceram o prazo dado? Se o cheiro estiver agradável ainda, se fizer espuma e cumprir sua função, continuo usando. Um de meus cremes de barbear não-espumógeno venceu em 2008 e ainda continua a aparar minha barba perfeitamente. 

Eu tenho um exemplo extremo. Quando na Alemanha, no ano de 1977, comprei um talco para pés do Dr. Scholl (Scholl Fuβ Puder). Não havia prazo de validade impresso. Ainda tenho o tubo amarelo com letras azuis. O pó está perfeitamente soltinho, sem grumos, e o principal: com o poder de cura inalterado. Sim, pode ter perdido o cheirinho gostoso de quando novo, mas cura frieiras até hoje! 35 anos de uso!

Talco para pés Dr Scholl de 1977, ainda em uso


No site brasileiro do Dr. Scholl’s ele não é mais vendido como talco, achei apenas o modelo em spray que, por conta do processo de aplicação, facilmente perde a validade, obrigando o consumidor a comprá-lo regularmente. Já no site internacional da Dr. Scholl's ele existe tanto como talco (foot powder) como em spray. Estranho, não?!








É, repito, um imenso e lucrativo negócio. Isso porque não é sério principalmente no Brasil. Assim como produtos existem que realmente degradam com o tempo, outros existem que não. Contudo, no oba-oba da onda de preservação de direitos do consumidor, muitos fabricantes/produtores se aproveitam. Colocam um prazo curto e o consumidor joga fora o produto ainda bom com medo de ficar doente, confiando cegamente na informação de validade. Essa conta acaba fechando com maior lucro para o fabricante/produtor, que vende mais que o necessário e ainda garante uma longa continuidade no ciclo de produção.




Para terminar, eu sou a favor do bom senso. Continuarei a consumir e/ou fazer uso de itens com prazo de validade vencido se julgar que a margem de segurança é grande, ou que o produto está com prazo reduzido por questões mercadológicas. Só me faltava jogar fora o estepe do meu carro a cada 5 anos mesmo que ele nunca tenha rodado, como é sugerido hoje em dia... 




25 de junho de 2012

Prazo de Validade - Parte I



Por
Carlos Frederico March (Freddy)




Qualquer dia vão dizer que meu prazo de validade terminou. A verdade é que, infelizmente, estipular prazo de validade se tornou um imenso e lucrativo negócio. A começar por nós mesmos, de maneira que a primeira frase seria piada se não fosse um assunto sério.

Para começar, lembrarei que o Governo não quer me conceder aposentadoria antes que eu complete 65 anos, mas o mercado não me apresenta chance de continuar trabalhando se eu tiver mais de 50... Qual o grande negócio para o Governo, o mais lucrativo nesse cenário? Eu terei contribuído por anos e anos mas não farei jus ao recebimento do benefício ao final de minha vida útil.

Na hipótese de eu, como efetivamente ocorreu, ter conseguido navegar pela intrincada burocracia e ter conseguido me aposentar com benefício reduzido por idade, pedágios e outras armadilhas mais, o Governo trata de me matar aos poucos concedendo-me anualmente reajustes de benefício ridículos frente não só à inflação real, como frente aos próprios aumentos por ele autorizados em remédios, planos de saúde, etc. A intenção é matar-me mesmo, de preferência bem rápido! 

Cadeia alimentar, um exemplo

É bem verdade que a Natureza dotou os seres vivos de prazo de validade. Todos nascem, crescem, amadurecem, produzem, reproduzem, declinam, envelhecem, morrem. Sabemos que no mundo animal, muitas espécies deixam para trás os mais velhos e doentes para serem devidamente consumidos pela cadeia alimentar. Contudo, a sociedade humana evoluiu e decidiu que tinha de lidar com a parte final desse ciclo natural concedendo políticas de sustentabilidade para aqueles que, sozinhos, não teriam como sobreviver nos derradeiros momentos. 

É um assunto para anos de estudo, não tenho formação. Gostaria apenas de levantar minhas incertezas com relação a meu próprio prazo de validade. Vejo um futuro cinza chumbo (não se deve mais dizer negro, é politicamente incorreto) por conta do comentado nos parágrafos acima. Acrescentaria minha avaliação pessoal de que a sociedade atual, veloz e ancorada em valores fugazes, não consegue mais ver 20, 30 anos à frente. Não existe hoje em dia estudo devidamente abalizado que possa, com razoável margem de segurança, definir como estará se comportando a humanidade nas próximas décadas. A base de dados muda mais rápido que as teses e suas conclusões.

Apple iPad 3














Como então uma sociedade atual deve se preparar para o momento em que o prazo de validade de seus cidadãos se esgotar? Vai matá-los indiretamente, aos poucos, como faz o Governo brasileiro com sua política de aposentadoria? Ou será com programas de extermínio em massa, como em novelas de ficção científica? Com os recursos naturais sendo espoliados, não demora o Planeta Terra não terá mais como alimentar todos os seus habitantes. Nessa hora, a prioridade será dada aos produtivos, teoricamente os mais jovens. Portanto, integrantes da 3ª Idade, Feliz Idade ou epítetos similares, preparem-se! Vivam ao máximo seu momento atual, o amanhã é incerto e cinza chumbo!































Créditos das imagens:
Cadeia alimentar: infoescola.com
Velhice (casal): ipbacg.org.br
iPad 3: Apple

24 de junho de 2012

Quousque tandem abutere Catilina patientia nostra


Esta é a primeira frase do primeiro dos quatro discursos de Cicero, acusando Lucio Sergio Catilina, cônsul romano, de pretender derrubar o governo republicano e apoderar-se do poder e das  riquezas, juntamente com alguns apaniguados.

A frase poderia ser traduzida como “Até quando Catilina abusarás da nossa paciência?”

Esta sentença, em latim, é bastante utilizada nos meios acadêmicos e jurídicos, para refutar alguém turrão, teimoso, que insiste em abraçar tese vencida, superada, sem chance de prosperar.   Numa analogia ao caso de Catilina que abusava, na oratória e nas suas ações, nas tentativas inaceitáveis de golpe.

O primeiro destes discursos de Cícero, que viraram obra clássica e conhecida como “As Catilinárias” (Catilinam, em latim), assim como o quarto e último deles, foi proferido no Senado Romano. Os outros dois foram direcionados ao povo em praça pública.

Àquela primeira frase, segue-se “Quam diu etiam furor iste tuus nos eludet? Quem ad finem sese affrenata iactabit audácia?

Corresponde, pouco mais ou menos, ao seguinte: ”Por quanto tempo ainda este teu rancor nos enganará? Até que ponto a tua audácia desenfreada se gabará de nós?”

Quem tiver curiosidade em conhecer um pouco mais sobre a vida e a obra deste grande orador, político e filósofo, deve ler a trilogia que Robert Harris escreveu sobre ele e, claro, sobre a Roma de seu tempo, pano de fundo da narrativa bastante fiel a história, feita através dos olhos, da pena, e sobretudo dos ouvidos do secretário particular de Cícero por quatro décadas.

Cícero proferiu os discursos citados em 63, e morreu em 43 a.C

Li apenas os dois primeiros volumes da trilogia (não sei se o terceiro já está publicado no Brasil), intitulados, respectivamente, "Imperium" e "Lustrum".


Recomendo sem restrições. Cícero é um grande personagem e a história (parcial) de Roma tem todos os ingredientes para agradar a quem gosta de romance histórico.

23 de junho de 2012

Marcus Tullius Cicero


Não conheço latim o suficiente, de sorte a poder ler e traduzir tudo quanto se contém nesta língua em matéria de filosofia, princípios jurídicos e outros ensinamentos no campo científico em geral os quais, atravessando séculos, ainda subsistem e estão presentes na íntegra ou servem de base para outros conceitos mais modernos no campo do direito e da filosofia. 

Ginasiano, sem planos de seguir carreira no campo das ciências humanas (queria ser militar), e ouvindo reiteradamente bobagens como “o latim é língua morta, sem aplicação prática”, não dei a mínima importância ao seu estudo. E fiz pior; ao concluir o ginasial, matriculei-me no “Curso Científico” ou invés de matricular-me no “Curso Clássico” melhor opção para quem iria fazer o “Curso de Direito”, no grau universitário.

Mas eu não sabia que iria seguir advocacia. Foi a falta de opção, na chamada vida civil, que me levou à Faculdade de Direito e à ciência jurídica, pela qual me apaixonei doutrinária  e filosoficamente. Mas já era tarde.

Aprender latim depois dos 20 anos de idade, trabalhando, e em seguida casado, e na sequência sendo pai, estava acima de minha força de vontade e empenho.

Mas foi um erro crasso, que me dói fundo quando, por exemplo, vejo o João Ubaldo Ribeiro esbanjando conhecimentos do latim e do grego.

Saber latim é meio caminho para bem falar e escrever em português. É meio caminho para entender princípios jurídicos que nos chegam escritos nesta língua e estão presentes na nossa legislação e na de muitos outros países.

Arrostei minha ignorância para poder falar de Cícero com a consciência tranquila de que alertei aos leitores sobre minhas limitações culturais e em especial linguísticas para tratar da oratória de Marco Túlio Cícero. Ou simplesmente Cícero. O Cicero das Catilinárias.

Brilhante advogado, orador fluente, dono de retórica refinada, político (senador e cônsul), filósofo e escritor, é personagem importante na história da civilização ocidental.

É tão importante que, segundo Veríssimo, em sua imperdível crônica dominical, com pouquíssimas falas como personagem física na obra clássica de Shaskepeare “A Tragédia de Julio Cesar” acaba por dominar a peça, porque embora tendo apenas nove falas em seu decurso, está recorrentemente presente na fala de outros personagens, que o têm como referência e o reverenciam.


Verísimo enfoca Cícero, e nos dá a informação acima, ao analisar o livro “Rome  and rethoric”, do historiador Garry Wills, mas  a  finalidade do nosso festejado cronista, descobre-se ao final do texto, é dar uma estocada na falta de formação moral de nossos políticos, apontando Cícero como exemplo de respeitabilidade na política  e um modelo de moral indiscutível, ingredientes tão escassos no nosso ambiente político.

Segue no próximo post...

22 de junho de 2012

Vinhos - Coleção de Rolhas


Por
Carlos Frederico March (Freddy)   


Gente, a pessoa que vai fazer uma coleção de rolhas de vinho tem de seguir certas regras! A principal delas é que as rolhas colocadas nas jarras têm de ter sido consumidas pelos colecionadores nem que em companhia de amigos e parentes. Não vale pedir em restaurantes ou amealhar rolhas de amigos só para encher os potes! Vale, sim, pedir aos garçons para nos entregar as rolhas abertas para nós em restaurantes e bares, de modo a serem jogadas nas jarras da coleção. Mas só as nossas!

Eu e Mary (minha esposa e parceira há 35 anos) começamos com um jarrinho pequeno, jeitoso.  Logo ficou cheio! Decidimos comprar um outro jarro maior para continuar. De início achamo-lo meio grande, quem sabe demoraríamos anos para enchê-lo. Mas os anos se passaram, ora! E ei-lo abarrotado de rolhas de vinhos tranquilos e espumantes, para o que contribuíram os inúmeros crepúsculos no terraço de nosso apartamento, dos quais temos inúmeros registros fotográficos. Espumante ao pôr-do-sol sempre foi um programa privilegiado aqui em casa. 



Primeiro jarro e vaso atualmente cheio, em Niterói


Espumante ao pôr-do-sol




O tempo passou, compramos uma casa em Friburgo e lá também iniciamos nossa coleção de rolhas. Afinal é um lugar mais frio, serrano, pede um vinhozinho nas noites aconchegantes de inverno e meia-estação. E ainda tinha os espumantes em dias mais quentes, na varanda ao fim de tarde ou mesmo na piscina do condomínio.












Espumante na piscina, em Friburgo


A vida segue e a coleção prospera. Vez por outra a gente patrocina uma degustação de vinhos com os amigos e familiares, de sorte que numa só noite a quantidade de rolhas acrescentadas sobe consideravelmente.

O autor conduzindo uma degustação em família
A coleção prosperou! Espero em alguns anos poder mostrar não apenas uma coleção de rolhas, mas uma coleção de jarros lotados de rolhas, todas de vinhos e espumantes apenas por nós consumidos.


O autor e sua coleção em Nova Friburgo





Notas do editor:
1) Fotos do acervo do autor do post.
2) As pessoas que aparecem nas fotos autorizaram sua publicação neste blog.

21 de junho de 2012

Nelson, Rui, Lupicínio e os moços


É clássica e recorrente a resposta dada por Nelson Rodrigues, em entrevista, quando solicitado a enviar uma mensagem aos jovens. Nosso maior dramaturgo teria respondido simplesmente: “Envelheçam!”

Tal o conselho, simples e direto: a velhice dará o essencial.

Rui Barbosa, nosso Cícero, em discurso aos jovens formandos da turma de 1920, da  histórica Faculdade de Direito de São Paulo, em certo trecho da longa oração, lecionou:
“Ninguém, senhores meus, que empreenda uma jornada extraordinária, primeiro que meta o pé na estrada, se esquecerá de entrar em conta com as suas forças, por saber se a levarão ao cabo. Mas, na grande viagem, na viagem de trânsito deste a outro mundo, não há possa, ou não possa, não há querer, ou não querer. A vida não tem mais que duas portas: uma de entrar, pelo nascimento; outra de sair, pela morte. Ninguém, cabendo-lhe a vez, se poderá furtar à entrada. Ninguém, desde que entrou, em lhe chegando o turno, se conseguirá evadir à saída. E, de um ao outro extremo, vai o caminho, longo, ou breve, ninguém o sabe, entre cujos termos fatais se debate o homem, pesaroso de que entrasse, receoso da hora em que saia, cativo de um e outro mistério, que lhe confinam a passagem terrestre.”

E Lupicío Rodrigues, poeta dos que sofrem por amor, dos que foram, ou são, com perdão da expressão chula, corneados, perpetrou em versos um ensinamento que encerra muita sabedoria:

Esses moços, pobres moços
Ah! Se soubessem o que eu sei
Não amavam, não passavam
Aquilo que já passei
Por meus olhos, por meus sonhos
Por meu sangue, tudo enfim
É que peço
A esses moços
Que acreditem em mim
Se eles julgam que há um lindo futuro
Só o amor nesta vida conduz
Saibam que deixam o céu por ser escuro
E vão ao inferno à procura de luz
Eu também tive nos meus belos dias
Essa mania e muito me custou
Pois só as mágoas que trago hoje em dia
E estas rugas o amor me deixou
................segue...........................”
Grifei os dois versos que, a meu sentir, são muito adequados para definir alguns comportamentos rebeldes, de inconformismo, de alguns jovens que acham que podem reformar o mundo com suas traquinagens irresponsáveis.

Vêem escuridão no céu e se iludem com o clarão do fogo do inferno.

20 de junho de 2012

JC News - edição vespertina


Redes sociais

Sugiro a leitura do post cujo link vai a seguir. Trata das redes sociais controladas pelo Estado. Assim, pelo menos, o internauta não é bisbilhotado na calada da noite, à sorrelfa, como fazem os Googles da vida.

Lá é declarado que há invasão de privacidade. Leiam em: http://www.cavernaweb.com.br/?p=2562


Guinness e festa

O povo irlandês adora festa e cerveja. Na Eurocopa, embora sua seleção nacional tenha sido eliminada perdendo os três jogos que disputou, eles cantaram, riram e se divertiram o tempo todo.

O abraço coletivo, flagrado nesta foto da Reuters (via Globo) é uma demonstração clara de que eles sabem se divertir. E sabem fazer cerveja. Ou a Guinness não é uma das melhores do mundo (o Freddy discorda)?



Eurocopa

Jà que falo da competição européia de seleções, que se tivesse Brasil e Argentina seria mais competitiva do que a Copa do Mundo, comento que  a Inglaterra inverteu o ditado: Quem com ferro é ferido, com ferro fere.

Na última Copa a seleção inglesa foi prejudicada com a não marcação de goal claro captado nas lentes das câmeras de TV.

Ontem teve a desforra. Um goal marcado pela Ucrânia não foi confirmado, embora a bola tenha transposto a linha demarcatória.

Isto nas barbas de um destes juízes auxiliares, que ficam ao lado da baliza, figura criada,  entre outras coisas, para evitar erros como o da última Copa, que acabou por eliminar a Inglaterra. Exatamente como o de ontem.

JC News

Terminou a fase classificatória na Eurocopa. Passaram para as quartas-de-finais as duas primeiras colocadas em cada grupo. Vejam abaixo como ficaram os confrontos. Os donos das festas, Polonia e Ucrânia, agora irão somente aplaudir.:


                                                X

                                         
                                                X                                                          


                                                     
   
                                                X



                                                X




POLITICA
Finalmente uma boa notícia para os niteroienses. Jorge Roberto Silveira, atual prefeito fantasma (ninguém consegue encontrá-lo) acaba de ser julgado inelegível.

Esta decisão tomada pela Justiça Eleitoral, impede sua candidatura a reeleição e suspende por oito  anos seus direitos políticos. Um alívio sabe-lo alijado da disputa por duas eleições.

Só que esta decisão é recorrível. Então a torcida agora é para que seja mantida em grau de recurso.

A decisão foi motivada por representação do Ministério Público, pelo fato do atual prefeito haver violado a legislação eleitoral, fazendo propaganda através de placas de publicidade de obras que espalhou pela cidade.

Vibrei muito com a decisão, porque estava indignado com o descaramento do alcaide fazendo propaganda enganosa com nosso dinheiro. Inundou a cidade com a referidas placas, algumas das quais anunciando obras que ainda estão no papel e algumas nem isso.

Roberto Silveira (vice-governador), à direita de terno branco; ao centro Amaral Peixoto (governador); à esquerda Fernando Carrano (diretor do Diário Oficial)*
Conheci o pai, governador do Estado, que morreu prematuramente, interrompendo uma carreira política que se anunciava promissora. Tinha carisma, era dinâmico e tinha projeto político.

O filho nem genérico é, porque os genéricos têm os mesmo princípios ativos e demais componentes dos produtos de marca consagrada. E o Jorge Roberto é um omisso, marionete, preguiçoso.

É bem verdade que não vejo candidatos mais qualificados. Mas este eu já sei que não quero. Vou experimentar outro qualquer, isto se me dispuser a ir votar, tendo em vista que estou desobrigado.


JUSTIÇA
O Julian Assange, aquele da violação da privacidade, fundador do Wikileaks, solicitou asilo político na embaixada do Equador na Inglaterra. Acusado de crimes sexuais na Suécia, seu pais de origem, estava para ser extraditado pela Inglaterra.

Isto porque, na Inglaterra, bandido comum, estuprador ou assassino como o Battisti,  não tem direito a asilo político. É um país mais sério.


FUTEBOL
O Vasco precisa, urgentemente, de um centroavante que saiba jogar futebol, além de fazer goals. O Eduardo da Silva, que já jogou no meu Arsenal, na Inglaterra e defendeu a seleção croata na Eurocopa que está em andamento, declarou-se vascaino, desde menino. Foi para a Croacia aos 17 anos e naturalizou-se.

Ele está no Shakhtar Donestk, da Ucrânia.

Acho que o vínculo afetivo, de paixão infantil, do jogador com o clube é um diferencial importante. Jogar com o coração dá mais gás. Vejam os casos de Juninho e Felipe, que vibram e sofrem como nós, torcedores.


ECONOMIA
Sob o ponto de vista macro a crise econômica europeia que está se irradiando para o resto do planeta é perversa, mas um de seus efeitos, no Brasil, tem uma face salutar. A GM e a Peugeot Citroen, que iriam, em parceria, construir uma unidade para fabricação de veículos, desistiram por causa da crise. 

Seria um investimento de 2 bilhões que geraria impostos e empregos. Lamentável sem dúvida, mas por outro lado confirma que a venda de veículos caiu bastante. Nem mesmo a redução de impostos e alargamento de prazo de financiamento está aquecendo o mercado.

Perde-se de um lado, mas ganha-se de outro. Em Niterói, por exemplo, teremos um menor ritmo de crescimento  no número de veículos nas já congestionadas ruas e desaceleração do crescimento do volume  de emissão de gases na atmosfera.


E a crise chegou ao Prêmio Nobel. A fundação que concede o prêmio anual, resolveu reduzir em 20% o valor do prêmio em dinheiro atribuído aos diferentes ganhadores.


* Ambos, Roberto Silveira e Ernani do Amaral Peixoto, dão nome a duas avenidas da cidade.