Para quem não alia o nome
a pessoa, esclareço: Sergio Moro era juiz federal em exercício no Estado do
Paraná; e Cristiano Zanin um dos advogados – o almofadinha ou janota – de defesa
do então ex-presidente Lula, em processos de corrupção.
Devem lembrar que Moro,
o juiz, venceu todas e Zanin, o advogado, perdeu todas.
Você há de dizer que
Moro foi julgado incompetente e está correto, mas não no sentido de ser incapaz
intelectualmente, pobre de cultura jurídica; não, nada disso, era incompetente
territorialmente, em outras palavras, o processo não era para ser julgado em
Curitiba.
Neste terreno processual,
se ainda me lembro, a competência de foro é definida em razão do lugar, da
pessoa ou em razão da matéria. Se preferirem em latim, para dar mais consistência,
seria ratione loci, ratione personae e
ratione materiae.
Agora teremos uma
revanche e deve dar Moro, de novo. Ué, mas Lula não foi inocentado? Não, não
foi. Seu julgamento foi anulado, mas daí a ser inocente há um longo e tortuoso
caminho.
Explico o possível novo
embate entre Moro e Zanin.
O advogado é um dos
sérios candidatos (talvez o favorito) a ser indicado por Lula para integrar o
Supremo Tribunal Federal em vaga a ser aberta proximamente.
Ora, como todos sabem,
ou muitos sabem, ou, vá lá que seja, alguns sabem, o nome indicado pelo presidente
da República (disposição constitucional), tem que ser aprovado pelo Senado, em
sabatina.
Logo, se Zanin for indicado
terá que se submeter ao crivo de Moro, agora senador. E o ex-juiz poderá vetar
a indicação, sob alegação de quebra do princípio da impessoalidade, em outras
palavras Zanin seria, assumidamente por Lula, seu amigo pessoal.
Caramba!!! Mas quando
um indicado para integrar o STF não era amigo pessoal ou da confiança do presidente?
Lula já fez pior,
indicando um amigo, integrante de seu partido (PT), que havia sido reprovado em
concurso para a magistratura.
Lembram? Dias Toffoli
tinha sido reprovado em concurso para ser juiz de primeiro grau e foi parar no
STF.
E Bolsonaro cometeu uma
heresia (com perdão pela associação de cunho religioso), ao nomear um “tremendamente
evangélico”.
Que horror!!!
Aguardemos o potencial
confronto Moro X Zanin.
Lula certamente há de
avaliar com cuidado o risco de não ver aprovada sua indicação, posto que a
composição atual do Senado é conservadora, para dizer o mínimo.
ResponderExcluirA sabatina do indicado é feita pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, composta por 27 senadores.
Depois o nome é submetido ao plenário que como sabemos é composto de 81 senadores. São 3 representantes de cada Estado.
Alguns nomes ligados a Bolsonaro, além de seu filho Flávio.
Tereza Cristina, que chefiou a pasta de Agricultura, Marcos Pontes, ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações. E, ainda, o ex-vice-presidente, Hamilton Mourão.
O indicado por Lula deverá estar acima do bem e do mal. Penso que finalmente as premissas serão atendidas: ilibada conduta e notável saber jurídico.
Não entendi o que Moro pode fazer para impedir .... ele é apenas 1 dos 81.
ResponderExcluirOu estou errado ?
Israel parece estar vivendo o que estamos próximos de vivenciar. Aguardemos !
ResponderExcluirQuem é o BEM e quem é o MAL ?
Polarização parece ser global.
PS : nenhuma mídia, incluindo o GE, comentou a ida do DINO numa favela do Rio, considerada a mais perigosa do país, sem escolta.
O que foi fazer lá ?
Tinha salvo conduto ou enlouqueceu ?
Provavelmente aki no GE não haverá nenhum comentário a respeito ......
ResponderExcluirEsta sabatina já foi um ato pro forma, como uma partida de futebol que não vale pontos nem nada, é disputada para cumprir tabela.
Era jogo de compadres para pavimentar o futuro.
Mas pode ser utilizada como revanchismo.
Há conflito conceitual flagrante entre os poderes Judiciário e Legislativo.
Estaria o STF usurpando poderes e competência do Congresso?
ResponderExcluirMoro caiu atirando, acho que desagradou a gregos e troianos... e parte da magistratura (STF) porque exorbitou em seus atos.
Mas não é cachorro morto ...
Os jornais estamparam: "O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro foi eleito senador pelo Paraná Ele recebeu 1,9 milhão de votos na disputa ao Senado, o equivalente a 33% do total."
ResponderExcluirA propósito do comentário do Riva sobre a ida do Flávio Dino a uma favela carioca, transcrevo uma frase do grande Rui, hoje publicada no Migalhas:
"O instinto público vê o íntimo das coisas; e é mister que haja quem as diga, tais quais são."
Rui Barbosa
1
ResponderExcluirFiquei sem a resposta do 1 em 81.
2
Saiu pela tangente. Eu imaginava ,,, rs
ResponderExcluirPrimeiro tem os 27; os 81 são na segunda etapa.
Mencionei que ele (Moro) pode ganhar, de novo, porque na decisão coletiva, se você estiver no bloco vencedor, você ganhou.
O bloco de oposição, no Senado, é forte.
Bem, comenta-se que Lewandowski poderá influir na escolha de seu sucessor. Se assim for, não haverá Zanin, pelo menos desta vez.
Fui no Dr. Google, e a sabatina dos 27 nunca levou a lugar nenhum, apesar de os outros 54 poderem formular perguntas. TODOS são aprovados. Até o Toffoli passou !!!!!!!!
ResponderExcluirMas entre os 81, tem que ter o mínimo de 41 votos.
Minha percepção : o Zanin já está lá.
PS : quanto ao DINO, nem uma palavra em lugar nenhum ... minto ... no Twitter colocaram que foi realmente um encontro para evitar o efeito RN por aqui. Não sei se é fake, mas o fato é .... o cara foi ali sem escolta !!!!!!
Seria Rui Barbosa uma espécie de Hanna-Barbera ?
PS2 : o GE tem alguma censura ?
ResponderExcluirMoro denunciado pela PGR.
"O denunciado emitiu a declaração em público, na presença de várias pessoas, com o conhecimento de que estava sendo gravado por terceiro, o que facilitou a divulgação da afirmação caluniosa, que tomou-se pública em 14 de abril de 2023, ganhando ampla repercussão na imprensa nacional e nas redes sociais da rede mundial de computadores."
Para a vice-PGR, ao atribuir falsamente a prática do crime de corrupção passiva ao ministro, Moro agiu com "a nítida intenção de macular a imagem e a honra objetiva do ofendido, tentando descredibilizar a sua atuação como magistrado da mais alta Corte do país". Teria, portanto, incorrido na prática do crime de calúnia (art. 138, caput c/c artigo 141, incisos II, III e IV e§ 2º, todos do Código Penal).
Moro disse que Gilmar vende decisões.
Leiam em:
https://www.migalhas.com.br/quentes/384987/pgr-pede-prisao-de-moro-por-insinuar-que-gilmar-mendes-vende-decisao