Não vou me referir à perda de vidas humanas, o que exigiria uma elaboração mais bem cuidada, que estaria fora de meu fôlego redacional.
Entenderão onde quero chegar as pessoas que assistiram algumas séries (muito boas) disponíveis no Netflix, tais como "Fauda" e "Beirute", nas quais ações do ISIS (Estado Islâmico), Mossad, Al-Quaeda e outros grupos são mostradas em toda sua realeza e crueza.
Limitar-me-ei a comparação entre cenas vistas em noticiários televisivos, documentários, séries (como as citadas) e filmes, sobretudo com locação e histórias no Oriente Médio, e a tragédia que se abateu sobre o município de Petrópolis, na Região Serrana do Estado.
As cenas resultantes das ações bélicas e manifestações da natureza são muito parecidas: ruínas, escombros, bairros devastados.
Se lá na longínqua região em conflito por anos, por insensatez humana, intolerância religiosa e ambição por poder, já nos chocam as cenas resultantes de bombardeios, disparos de foguetes e mísseis, que são os amontoados de casas destruídas, aqui em Petrópolis, como de resto em outras regiões do Estado e do país, o que presenciamos foram os mesmos escombros de casas inteiramente destruídas, carros amontoados, lixo e lama, mas com vários culpados e muita vítimas, todos irresponsáveis e desprecavidos.
Muitas das vítimas por sua vez são igualmente culpadas, porque constroem suas casas em local inseguro, de risco previsível.
Já as autoridades públicas que deveriam ser responsáveis pela fiscalização, concessão de habite-se, se omitem pois não conseguem resolver o grande problema do déficit habitacional e fazem vista grossa para construções irregulares.
Os desalojados e desabrigados alegam não ter recursos para adquirir e/ou construir em local adequado, seguro, o que na maioria dos casos é verdade.
As cenas de estragos e vítimas vistas no Líbano, na Síria e outros países do Médio Oriente, por causa de guerras, são parecidas com as que vemos aqui pela mesma razão: estupidez humana.
Aqui tempestades e enchentes têm um componente de revide da natureza as nossas agressões ao meio ambiente; lá aparentemente não podem os beligerantes, os radicais religiosos, encontrar outros responsáveis senão em sua insensatez, na estupidez deles mesmos.
ResponderExcluirOs brasileiros gabamo-nos de que não possuímos vulcões ativos, não temos temporada de furacões e não corremos riscos com tsunamis.
Mas não mencionamos que temos Bolsonaro.
ResponderExcluirPelas imagens dos telejornais, não vi favelas nas encostas.
As casas que se mantiveram de pé, ou apenas parcialmente destruídas pareciam bem construídas e até características arquitetônicas modernas.
Não vi barracão de madeira reciclada e papelão, coberta de zinco o pedaços amianto.
Ocorre é que para construir as casas foi necessário cortar a vegetação, serrar árvores e arbustos, cujas raízes fixavam o solo.
Assim não há previsão de meteorologia que por si resolva o problema. O desmoronamento acontecerá mesmo. A terra vai deslizar em abundância levando o que encontrar.
Salvam-se vidas (bom!), mas o ideal seria fiscalizar e coibir estas construções em áreas de risco.
O mesmo já ocorre em áreas litorâneas, com o mar retomando o que foi seu para se expandir e refluir naturalmente.
Com o aquecimento do planeta não sei se o aumento dos oceanos não colocará em risco meu apartamento no sexto andar de um prédio à duas quadras da praia.
O apartamento poderá não ser invadido. mas o prédio poderá não resistir.
Há históricos, mais ou menos recentes, na Praia das Flechas, de prédios cujas garagens foram invadidas e inundadas por muito menos.
ResponderExcluirMeu sogro, há alguns anos comprou um casa em Marataízes. Não era uma casa de praia, era uma casa na praia.
Saindo pelos fundos já pisávamos na areia. Prático e confortável.
Só que alguns meses depois restou de pé apenas a fachada, a parede de frente. Tudo o mais fortes ondas vieram e levaram tudo.
Menos mal que era casa de veraneio.
Sim, a natureza cobra ou cobrará, num dado momento, o seu preço.