Desde há muito o tema refugiados habita as pautas das mídias, mundo afora, não sai das agendas de chefes de Estado das grandes potências, frequenta os plenários legislativos de congressos e câmaras nacionais e continentais, e organismos internacionais.
Não há consenso entre
as lideranças mundiais. Claro, são culturas diferentes, estágios de
desenvolvimento econômico diferentes, lideranças com visões e ideologias
distintas.
Trata-se, com efeito,
de um problema sério. Humano, social e econômico. O tema é polêmico, mas a tendência é de não aceitação de refugiados.
Diante da fome que
deixa marcas e sequelas na vida de levas de refugiados, de diferentes etnias,
que fogem de perseguição política e de falta de atenção de poderes públicos em
locais menos desenvolvidos, não há como não se comover.
O problema não é
continental, não é nacional, é planetário.
Erguer muros, impedir o
desembarque de refugiados que aportam acotovelados em embarcações sem
segurança, sem recursos de água e alimentos para seus ocupantes, é ato
desumano.
Acolher refugiados não
é simples em todo o mundo. Uns podem mais, outros podem menos, e outros
simplesmente não podem mesmo. E há os que podem e deveriam.
Vejamos o Brasil.
Acolhemos, segundo dados oficiais, 53 mil refugiados venezuelanos, nos últimos
três anos. Não foi fácil.
Foi preciso
interioriza-los, dar assistência médico/hospitalar, e principalmente empregos
(ocupações) dignos, que lhes permitam deixar de depender de programas
assistenciais. Ou caridade de humana.
Os brasileiros somos
uma nação de desassistidos. Os beneficiários de auxílio emergencial, bolsa
família ou que nome seja dado aos programas sociais atingem a casa de milhões.
Cabe, aqui e agora,
explicar porque suscito este assunto que não domino e sobre o qual sequer tenho
informações suficientes para, sem ser leviano, comentar.
A aposentadoria de
Angela Merkel, chanceler alemã, é uma razão, a outra é a premiação do Nobel, em
especial os de medicina e de literatura, conferidos a refugiados nos USA e no
Reino Unido.
Merkel, ao cabo de 16
anos deixa o comando da maior potência econômica da Europa. E deixa
espontaneamente, não obstante seus 77% recebidos na pesquisa de aprovação,
nível mais alto obtido por qualquer outro líder mundial.
Isto ao final de seu
quarto mandato. Segundo registro jornalístico nenhum outro chanceler alemão
deixou o poder espontaneamente.
Pretende se dedicar as
coisas simples da vida, como “assar um bolo de ameixa”.
Enquanto aqui no Brasil
torcedores cogitam entregar o comando de nossa seleção ao Guardiola, de
minha parte, aqui de meu cantinho, se possível fosse, gostaria de ver Merkel
dirigindo nosso país.
Mas por que ela está
citada no post sobre refugiados? Porque ao contrário da maioria dos demais
dirigentes da Europa, e reagindo a eles, acolheu mais de um milhão de necessitados da Síria, Iraque e Afeganistão, entre outros.
Conta com o
reconhecimento e as homenagens destas famílias acolhidas. É grande o número de
crianças, como se verifica nos batismos de filhas, e até filhos deles nascidos na
Alemanha, aos quais dão o nome de Angela ou Angie, e até Angela Merkel.
“Ela nos deu teto e
futuro para nossos filhos”, explica uma agradecida refugiada.
Outra diz que no futuro
explicará ao filho porque ele se chama Merkel e contarei a ele nossa história.
Ao filho ela deu o nome de Cristo Merkel.
Exagero? Penso que não.
Quando todas as portas estavam fechadas e, segundo matéria que li, alguns
outros líderes europeus (incrível) pagavam à Líbia e a Turquia para impedir que
necessitados cruzassem o Mar Egeu ou o Mediterrâneo, Angela Merkel abriu as
fronteiras da Alemanha e acolheu mais de um milhão de refugiados.
Outras histórias, dignificantes, exemplares, de refugiados, precisam ser replicadas. Eles – os necessitados – não são meros números de estatísticas assistencialistas. São pessoas com potencial, anseios, sonhos, que muitas vezes dão retornos.
Vejam por exemplo o
caso de Ardem Patapoutian, biólogo molecular, de origem armênia, nascido no
Líbano, e que ainda criança refugiou-se com a família nos USA, por causa da guerra civil libanesa.
Construiu carreira
acadêmica em Universidades americanas, e acaba de ser agraciado com o Nobel de Medicina.
Também o Nobel de Literatura – Abdulrazak Gurnah – nascido
em Zanzibar, na Tanzânia, e chegou à Inglaterra como refugiado na década de
1960.
Poucas pessoas sabem –
e só soube hoje – que tem um vencedor de Nobel nascido no Brasil.
Peter Brian Medawar, biólogo,
nasceu em Petrópolis, em 1915, filho de imigrante libanês com imigrante inglesa,
que mudaram para Inglaterra com o filho ainda criança.
Ele ganhou o Nobel de
Fisiologia (medicina) em 1960.
Não eram refugiados, entrou aqui na postagem pelo inédito prêmio entre nascidos no Brasil.
Como já temos santo brasileiro (Frei Galvão), um Nobel nascido aqui nestas terras, está faltando um Papa. A Argentina já tem.
Queria compreender as raízes da palavra FISIOLOGISMO, tendo em vista a definição de FISIOLOGIA.
ResponderExcluirComo surgiu isso ?
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O tema do post é "mega complexo", e se encaixa num recente comentário meu, quando pergunto :
- que tipo de evento catastrófico uniria toda a humanidade ?
- que nos forçaria a praticar a equidade total, sem a m...... da grana envolvida ?
- Tipo 2012
Uma das minhas noras trabalha em Bruxelas numa organização focada nesse delicado assunto. Uma gota no oceano ... lembra o beija-flor levando uma gotinha dágua pra ajudar a apagar o incêndio na floresta ...
Triste a humanidade !
ResponderExcluirRiva, tente a explicação do professor Pasquale sobre a origem da palavra fisiologismo
https://omny.fm/shows/a-nossa-lingua-de-todo-dia-pasquale-cipro-neto/qual-a-origem-do-termo-fisiologismo
Amigo, ouvi o Pasquale .... nem ele conseguiu explicar o porque convincentemente !!!!
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ResponderExcluirNo judiciário, por exemplo, usam-se muitas metáforas.
Se recorro de uma sentença, meu ex adverso em sede de contrarrazões, provavelmente escreverá "que a douta sentença açoitada merece ser prestigiada pelo egrégio tribunal ad quem."
Ora, não açoitei a sentença na acepção da palavra.
ResponderExcluirTenho lido muito, ultimamente, vergastada no lugar de açoitada.
Prefiro receita de médico ...... Fui ali ! rs
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ResponderExcluirNão vai longe porque amanhã tem Flu rsrsrs.
Não tenho expectativas quanto ao FLU.
ResponderExcluirAntes era prazer assistir, agora é angustiante.
Vamos com certeza entrar na Z4 em 2 ou 3 rodadas. O Gente Boa não é treinador, nada entende de futebol, e pior, está na panelinha presidencial.
Não sei se dará tempo da presença da torcida pressionar pelas mudanças que estão a olhos vistos ..... que expressão é essa ???? Vou pesquisar !
ResponderExcluirMerkel é aplaudida de pé, na cúpula europeia.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/10/22/angela-merkel-e-aplaudida-de-pe-em-sua-ultima-cupula-europeia.ghtml
https://oglobo.globo.com/mundo/paris-sem-torre-eiffel-merkel-recebe-homenagem-e-aplaudida-de-pe-em-sua-ultima-cupula-europeia-1-25247081
ResponderExcluirBrasil acolhe 7 juízas afegãs perseguidas pelo Talibã.
O grupo, incluídos seus familiares, atinge 26 pessoas.
https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2021/10/28/juizas-afegas-ameacadas-pelo-taliba-e-recebidas-em-brasilia-fazem-cpf.ghtml