Meus filhos me sacaneiam, tiram sarro, porque falo chiste ao invés de piada. Morrem de rir quando falo em alugueres em atraso.
Mal sabem que o avô deles tinha um vocabulário peculiar, que se de um lado não era composto de palavras inusuais, excêntricas (na época), por outro lado fugiam do linguajar chulo, pornográfico, vulgar que o presidente, por exemplo, adota.
Para ele o poltrão era o meu pusilânime. O calhorda, o pulha, era o meu canalha. E assim por diante, com várias palavras que foram aposentadas.
Quem fala em motorneiro? Bem, esta palavra sumiu do nosso dia a dia porque os bondes desapareceram, foram tirados de circulação (😂😂😂).
De igual sorte os trocadores desapareceram dos ônibus. Aliás que originariamente, há anos, eles faziam exatamente o que o nome sugere: trocavam dinheiro.
Trocavam para nós de sorte a que tivéssemos, em moedas, o valor da passagem. Ditas moedas eram então depositada no recipiente coletor, junto ao motorista, quando do desembarque.
O recipiente era uma espécie de copo de vidro, com fundo falso, agregado a um cofre. Depositávamos a moeda relativa ao custo da passagem, o motorista conferia e estando correto, em seguida, puxava uma cordinha que abrindo o fundo falso fazia com que a moeda fosse transferida para o cofre.
Pitel, nem por dedução meus netos saberiam do que eu estaria falando. Se você, leitor distraído, também não sabe, era mulher gostosa, nos anos 1950. Originariamente a palavra se referia a um salgadinho.
E fatiota? Era uma alusão ao traje, a roupa, geralmente fora do dia dia. A "roupa da missa", por exemplo. Atualmente ninguém vai a missa enfatiotado, vale até bermuda, Alias cada vez menos pessoas vão a missa. Os evangélicos estão dominando o terreno religioso.
Ojeriza teria a dificuldade adicional de escrever corretamente a palavra. Significa repulsa ou pavor. Escreve-se como grafei, com "j" e "z".
Caquético poderia ser eu, velho.
Balacobaco até dou um presente para quem souber o que significa. Quando digitei aqui o corretor acusou erro, desconhece a palavra (😂😂😂).
Tive na infância uma vizinha que era do balacobaco, e nós alternativamente dizíamos que ela era "da pá virada".
As crianças eram traquinas e ficavam de castigo, de pé, e voltados para um canto da sala.😈😈😈
Com certeza tem muitas outras .... fora as frases.
ResponderExcluirMeu pai tinha umas corriqueiras, tipo :
"Mas será o Benedito?"
"E agora, José?"
Engraçado, sempre achei que "pitel" era "pitéu" .... e aí, Profª Rachel ?
Engraçadas mesmo são as similares de Portugal e outras de lá.
Mas LADRÃO continua sendo LADRÃO.
RENAN CALHEIROS continua também a mesma coisa.
E AZIZ ?
E LULA ?
ResponderExcluirAlô, Riva:
Significado de pitel:
Pitel é uma expressão que denota dois significados. Na culinária, a palavra significa um tira gosto, um aperitivo; já no dialeto informal do brasileiro, partindo do seu significado no ramo culinário, pitel quer dizer uma pessoa muito atraente, de boa aparência, sendo ela homem ou mulher.
Na culinária, a grafia da palavra é diferente, escreve-se pitéu, e quer dizer um prato de tira-gosto, uma comida apetitosa, um petisco, e, segundo o dicionário, “uma iguaria apetitosa”.
Confira em https://definicao.net/significado-pitel/
Já a frase do poema, de Carlos Drummond de Andrade foi publicado originalmente em 1942, na coletânea Poesias. Ilustra o sentimento de solidão e abandono do indivíduo na cidade grande, a sua falta de esperança e a sensação de que está perdido na vida, sem saber que caminho tomar.
"José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?"
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E segue o poema com outras colocações do gênero.
Ando meio igual ao José ...... mas deve melhorar, I hope !
ResponderExcluirE "pitéu" pra mim era isso mesmo que vc explicou, deliciosa, uma gracinha ! rsrsrsrs ...me lembra a 1ª vez que botei os olhos na MV ! Me lembro como se fosse hoje, tudo, onde , a roupa que usava ....