Nos tempos em que
senhoras pudicas, recatadas, eram maioria nas cidades interioranas, época em que
o vigário fazia parte do triunvirato que dirigia as pequenas cidades, juntamente com o prefeito e o delgado, ocorreu
em uma delas um fato que viralizou de boca em boca e chegou aos nossos ouvidos
na década de 1950.
De boca em boca porque
a internet não era nem sonho. Nem Flash Gordon tinha tal instrumento
eletrônico.
Mas a história então
contada era de que um sujeito destes assanhados, que se engraça com as mulheres
alheias, andava pelas ruas com seu calhambeque que ostentava no para-choque a
frase: “eu quero é rosetar”.
Rosetar tinha o
significado de sacanagem.
Bem, o comitê das
senhoras católicas resolveu agir para acabar com aquela pouca vergonha.
Procurado, o prefeito
alegou não ter poderes para proibir. O cara pagava seus impostos, era
proprietário do veículo e a frase não era ofensiva. Talvez pudesse pedir a ele
que, em nome da moral e bons costumes, apagasse a frase propagandista.
O delegado, por sua
vez, foi na mesma linha alegando que não havia injúria ou calúnia, que quando
muito era um tanto o quanto de mau gosto e feria a suscetibilidade de alguns
poucos.
Não tinha poderes para
coibir. Mas iria conversar e ponderar com o saliente.
O padre, solicitado a
fazer alguma coisa, no sermão dominical censurou o paroquiano (católico de
comungar) além de no ato de confissão do mesmo introduzir uma penitência pela
frase chocante.
Com tanta pressão, o
gajo resolveu substituir a frase do para-choque, nele colocando: “continuo
querendo”.
Por que narrei agora
esta história, se não verdadeira, uma boa piada na época?
Por causa da reação,
não provada, porque não documentada, de Galileu Galilei ao se retirar do
recinto onde fora pressionado pelos membros da inquisição a abjurar sua tese de
que o sol era fixo, ficava no centro do mundo, e ao redor dele a Terra se
movia.
Galileu, como sabem,
corroborava a tese heliocêntrica defendida por Nicolau Copérnico.
E qual teria sido,
segundo alguns historiadores, a reação de Galileu?
Murmurar, como um
desabafo, para poucos ouvidos, a frase do titulo: “No entanto, se move.”
O "E pur si muove", corresponde ao "Continuo querendo" do assanhado da pequena cidade.
O "E pur si muove", corresponde ao "Continuo querendo" do assanhado da pequena cidade.
Notas:
1)
Não há provas de que Galileu tenha
proferido esta frase, que entrou para a história e resiste à passagem do tempo.
Assim como não há de que De Gaulle tenha dito que o Brasil não é um país sério.
2)
Rosetar, intransitivo, na língua culta
significa pagodear, brincar, folgar. Mas entre nós, plebe ignara , tem o sentido
de safadeza, sacanagem.
3)
Não se espantem com a ignorância dos
membros da inquisição. Ainda hoje, século XXI, tem ”cientista” que acredita que
a Terra é plana.
4)
A
Igreja (você viu?), não abriu mão de uma palha em favor das vítimas do vírus. O
Papa se isolar e rezar solitariamente poderá ser um exemplo, mas a ajuda material, cadê?
Em momentos como este, de pandemia, é que distinguimos aqueles que realmente fazem alguma coisa para ajudar daqueles que, se não houver uma contrapartida, simplesmente seguirão com suas rotinas e seus pensamentos e desejos mesquinhos. E, quando falo de ajudar, estou incluindo aí o simples fato de ficar em casa também.
ResponderExcluir
ResponderExcluirOlha só que apareceu aqui, para meu júbilo.
Minha nora caçula, responsável pela existência deste blog, pois foi quem construiu seu alicerce.
E me ensinou os fundamentos de edição e publicação.
Beijo, Erika, e obrigado pela visita virtual, já que as presenciais estão restritas.
E parabéns pelo aforismo: "E, quando falo de ajudar, estou incluindo aí o simples fato de ficar em casa também."
Pois é ... Maia e Alcolumbre continuam querendo a derrubada do presida militar. Fazem de tudo com o apoio da maioria de lá para aprovar suas estratégias maquiavélicas. Agora querem a nossa grana para tampar os buracos da gestão governamental e municipal.
ResponderExcluirE o presida continua querendo abrir o comércio e a indústria.
E o esquerdista continua querendo manter sua estratégia de isolamento social para nos salvar, mas também para elegê-lo em breve.
E a GROBO LIXO continua querendo que fiquemos todos em casa assistindo a TV, e ela faturando como nunca - R$ 850.000 por 30 segundos no JN.
E eu continuo querendo o sol, a praia, minha motocicleta, ir a Friburgo, o calçadão, o meu trabalho (sim , gosto dele), ver de verdade meus filhos e meus amigos.
E our si muove ...
ResponderExcluirDaqui a muitos anos a humanidade estará falando da Covid-19, uma pandemia que alterou a vida e os costumes no planeta Terra, na primeira metade do século XXI.
Assim como até hoje citamos frases (contraditórias) como a que teria sido proferida por Galileu, em face da Inquisição, que por sua vez também teve grandes reflexos na cultura, nas artes e na ciência.
Estamos escrevendo uma página triste e sofrida da nossa história.
É natural a pluralidade de opiniões, e o conflito de interesses e visões.
Passando para devolver uma garrafa que chegou aqui no interior de SP.
ResponderExcluirCuidem-se, exercitem-se, produzam e sonhem.
Nas horas vagas (?), elaborem teorias sobre os efeitos dessa fase em cada um e no mundo.
Isso pode resultar em belos textos.
ResponderExcluirValeu, Maria Cecília.
Obrigado por ter passado por aqui e deixado esta mensagem sensata.
ResponderExcluirEstou enojado com parte da imprensa, talvez a maior parte.
Quando era garoto de 11 aos 15 nos, se jogando bola ou pulando carniça surgia um entrevero, uma discordância entre dois de nós, os demais ficam torcendo para que os dois discordantes fossem as vias de fato e virassem litigantes fisicamente.
E atiçavam, tipo xingou sua mãe, chamou de veado, estas coisas que alimentavam a raiva momentânea.
A imprensa está fazendo o mesmo na discórdia entre Bolsonaro e Mandetta.
Quer ver o circo pegar fogo e fica atiçando um contra o outro.
Promover a harmonia, atenuar as diferenças, buscar a paz em nome da guerra contra a doença, que seria bom, nada fazem.
Ao contrário distorcem pronunciamentos, frisam comentários mais contundentes, em suma, querem a demissão para ter assunto.
E como são despreparados. Nas TVs o que dizem, seja pelos erros que maltratam nossa língua, seja por afirmativas idiotas deixam-me horrorizado.
Um tal de Botino (CNN) acabou de falar que o Ministério da Saúde é no momento o mais ligado ao governo.
Ora, todos os ministérios são ligados ao governo.
O que ele talvez pretendesse dizer é que o Ministério da Saúde é no momento o mais exposto, o que está na berlinda, o de maior visibilidade, o que é natural
ResponderExcluirA coletiva de imprensa de daqui a pouco, será reveladora.
Faltam 15 minutos.
ResponderExcluirNada aconteceu. Mandetta continuava ministro e com as mesmas posições conhecidas.
ResponderExcluirAh!!! Esqueci, a imprensa se comporta como abutres, urubus, querem carniça, querem vítimas e algozes.
Um nojo. Um lixo.
Prezado Blog Manager, à imprensa some-se o Congresso e o STF.
ResponderExcluirE como previ, o Mandetta parece que vai se candidatar em 22 (número estranho) a governador de MT do Sul.
Maria Cecília, grato pela mensagem (sim, vamos refletir muito e expor nossas leituras disso tudo), e grato por devolver a garrafa (kkkkkkkkk).
James, traz mais um, por favor !
Voltando ao comentário da Maria Cecília, com certeza valores estão sendo redescobertos nesse isolamento/quarentena.
ResponderExcluirO principal, o convívio com a família por muito mais tempo que o que normalmente vivíamos. Momento para superar e respeitar diferenças, aprender a ser tolerante, exercitar empatia, fazer parte do dia a dia operacional da casa.
Abrir os olhos e entender quem sempre foi essencial em sua vida, e nem era percebido. Pessoas e serviços. Olha só, por exemplo, como seria tudo sem o recolhimento do lixo, os entregadores de mercadorias de farmácias, mercados e refeições, os cuidadores de idosos e desabilitados, e principalmente, os profissionais da saúde !! Só exemplificando ...
Como está sendo essencial um bom serviço de internet, vital em todos os sentidos. O reabastecimento de estoques transportados por caminhões no Brasil ... os frentistas ...
Nunca vivenciei tempos de guerra, nasci depois das 2 guerras mundiais. E agora, quer queiram ou não, estamos na 3ª, com um inimigo invisível. Lições terão que ser aprendidas em todas as esferas e níveis da sociedade. Talvez a primeira e principal, se de fato ocorrer, será em outubro : não jogar LIXO nas urnas.
E o mercado de trabalho ? Como as empresas vão se reinventar, funções, níveis salariais, novas leis trabalhistas ?
ResponderExcluirVamos ter que aprender vivendo os próximos dias. São muitas as incertezas.
Conversando com uma pessoa inteligente, e que respeito muito pela cultura que possui, ela me disse que ao contrário de meu temor, jamais um vírus, um verme, uma bactéria serão capazes de exterminar a espécie humana.
Ponderei que talvez não esse corona, mas outros que poderão aparecer futuramente mais agressivos e resistentes. A resposta categórica foi de que tal não ocorrerá porque o homem atingiu um estágio tal de desenvolvimento, que certamente poderá enfrentar qualquer pandemia.
Em outras palavras, um vírus jamais vencerá o homem.
Recolho-me a minha insignificância cultural e inteligência mediana e esperarei os fatos se sucederem. Não por muito tempo porque pela ordem natural das coisas, tendo atingido os 80 anos de idade, resta-me poco prazo aqui neste planeta e neste plano de vida para ver transformações radicais e futuro da humanidade.
ResponderExcluirNa minha caixa eletrônica de entrada (trecho):
"Em criança, vivi situação assemelhada. O inimigo era, então, o bacilo de Koch e a bruxa fatídica era a tuberculose. A lista de mortos diariamente pela doença era também interminável. Lembro-me de que, ao lado da casa em que morávamos, uma família com sete filhos foi dizimada; a faina começou pelas crianças, mas matou também os adultos. Meu pai vivia apavorado, pois éramos oito irmãos, com poucos recursos para a prevenção, auxiliados apenas, generosamente, por um médico amigo. Meu pai temia até que o bacilo atravessasse as paredes que nos separavam e viesse realizar entre nós sua tarefa nefanda.
O problema só foi resolvido e o morticínio estancado quando os cientista descobriram o antibiótico (a sulfa e a penicilina). Por certo, fala-se ainda hoje naquela doença, mas não mais como pandemia.
Ora, parece que estamos trilhando agora o mesmo caminho com o coronavirus: aguardando um fármaco salvador. Enquanto não for descoberto, seremos testemunhas oculares de uma gigantesca tragédia da humanidade, competindo com a dos dinossauros, isso se antes, em vez de testemunhas, não formos vítimas dela."