A frase do título
atribuída por Paulo Francis a Thomas Stearns Eliot, é perfeita e acabada.
Se os homens tivessem permanecido
em suas aldeias, comunas, cavernas, cidades ou comunidade de origem, não precisaríamos
agora criar barreiras sanitárias.
Sim, temos uma pandemia
porque o homem com seu espírito de aventura, sua inquietude, resolveu
conquistar o planeta e mais tarde o universo, indo para a lua e outros
planetas.
A pé as jornadas eram
muito longas e exaustivas. A cavalo seriam mais rápidas e menos dolorosas.
Os cavalos, mantido o prenome,
transformaram-se em unidade de medida de potência - o cavalo-vapor - pelas mãos
dos homens. Daí para mísseis e foguetes espaciais foi um pulo.
Agora vivemos num mundo
globalizado, para o bem e para o mal.
Uma simples máscara se
transformou num enorme problema de abastecimento a nível planetário porque no
mundo interligado com acordos bilaterais e plurilaterais de comercio, um
negócio chamado economia de escala faz com que se a produção de um determinado
item num mesmo país (no caso de meu exemplo), resulte num custo unitário de,
digamos R$ 0,3 centavos.
Quem também produzia
deixou de fazê-lo porque seus custos estavam na casa de R$ 0,5 centavos por
peça. Então, por que fabricar se é possível comprar, no mercado internacional, por
R$ 0,3?
Em outros ligares o
custo de fabricação era ainda maior e como havia a oportunidade de comprar a R$
0,3 centavos, porque abrir fábrica, comprar matéria prima, contratar pessoal?
As compras foram se
concentrando num mesmo país (no caso do exemplo) e em consequência neste país
os custos puderam até baixar mais pelo volume que passaram a produzir, a tal
economia de escala propiciou.
Se no país onde se
concentra a fabricação a mão-de-obra é farta, e utilizada com característica de escravidão,
tanto melhor.
Tudo por causa da
globalização, tudo porque alguém teve a ideia, lá no passado, de domar o cavalo,
transformando-o num meio de transporte.
T.S. Eliot, se realmente
escreveu ou proferiu a frase-título, segundo Paulo Francis, foi sábio,
perfeito.
Confiram, por favor, na
rede mundial, desde a citação do Francis até o Eliot.
ResponderExcluirVejamos a ironia do destino, as peças que a vida nos prega, ou como disse o Chico, as trapaças da sorte.
Uma empresa americana fabricantes de máscaras e kits de testes, transferiu suas operações par a China. Mercado enorme, e mão de obra farta e barata.
Agora nos USA estão faltando máscaras e testes. A firma americana sediada na China não pode exportar para os USA.
Os americanos têm que ir comprara lá, como todos os demais países.
ResponderExcluirDesde sempre achei e acharei até os fins de meus dias aqui nesta vida, que a formação de blocos é um sonho irrealizável.
Na hora agá, é e será sempre cada um por si. Vejam as políticas de enfrentamento da Covid-19 na Europa.
As decisões da UE sobre imigração, por exemplo, são nocivas e desinteressantes para alguns países membros que deveriam ter autonomia para estabelecer suas próprias regras, segundo características culturais, econômicas e religiosas.
Daqui, sem ser britânico, torci muito pelo êxito da Brexit, em face de minha simpatia pela Inglaterra.
Por que na minha casa entra quem eu quero e nos países tem que ser diferente?
Acho risível o Mercosul.
Caíram na real, e após a pandemia haverá uma nova pandemia, mas de xenofobia.
ResponderExcluirO erro foi amador .... nenhuma empresa pode depender de um cliente para sobreviver. Imagina uma nação ....
Quanto aos incompreensíveis baixos custos de produção asiática, eu certa vez ouvi de um conhecido recém chegado da Ásia, que falou para um grupo nosso sobre navios transformados em fábricas, e produzindo em águas internacionais. Vcs podem imaginar o nível de escravidão dos operários ...
Sou colecionador de canetas. Há uns dois anos estive procurando uma caneta que achei na Amazon finalmente, por US$ 14, mas com envio saía por uns US$ 30.
Um camelô na Av Rio Branco vende as mesmas canetas por 10 reais.
(pano rápido)
ResponderExcluirConcordo Riva, e acrescentaria que não pode uma empresa, e isso é elementar, depender não só de um cliente mas também de um fornecedor.
E encerro com uma frase do Nelson Rodrigues: "só o gênio enxerga o óbvio."
Modéstia à parte, em todos as minhas palestras e treinamentos uso o mesmo ensinamento na gestão de processos : 'Façam o feijão com arroz básico, muito bem feito. Depois, com o tempo, vão acrescentado o paio, uma pimentinha, etc ...."
ResponderExcluir(pano ultra rápido)
Só complementando ...insisto demais no "feijão com arroz".
ResponderExcluirTenho dezenas de exemplos de processos que não funcionam porque partem logo para invencionices, conceitos diversos, mega algoritmos, e a base de tudo é 2+2=4, a base de tudo é a mercearia do Seu Manoel com o lápis atrás da orelha.
Um belo exemplo do que estou falando, e que tive que aplicar semana passada : dentro de um moderníssimo cockpit de um Boeing 787, o piloto e o copiloto tem que rever aquele checklist básico, feijão com arroz, se necessário for, 300x por dia.
#simplesassim