20 de abril de 2019

Melhor técnico




Como sempre acontece ao término de competições oficiais de futebol, a entidade patrocinadora elege a melhor seleção e premia os destaques.

Assim, com a fim do Campeonato Carioca, foi escolhida a seleção deste torneio. Nada tenho a acrescentar ou questionar quanto a escolha, até porque não tendo acompanhado pari passu, não teria como opinar.

Trago este assunto, entretanto, por causa de um comentário que ouvi, através da Rádio Tupi, do comentarista Washington Rodriguez no tocante a escolha do melhor técnico da competição.

Disse o Apolinho que a escolha do Fernando Diniz, do Fluminense, deveu-se a um agradinho ao tricolor e sua torcida, eis que não teve destaques entre os jogadores.

Acrescentou que o melhor técnico é o do time campeão.

Ora, esta opinião é a um só tempo injusta e equivocada, além de resvalar na paixão clubística, pois que ele é assumidamente torcedor do rubro-negro.

Como veterano comentarista esportivo deveria ter lembrança de que nem sempre o melhor técnico é campeão. Bobagem.

E a recíproca é verdadeira, ou seja, técnicos teoricamente despreparados são campeões.

Temos dois exemplos clássicos no Brasil. Luís Alonso Pérez, mais conhecido como Lula (não confundir com o presidiário), foi durante 12 anos treinador do Santos F.C., dirigindo a equipe por quase 1.000 jogos, o que provavelmente será um recorde no país.
Ora, Lula nunca foi cogitado para dirigir a seleção nacional, embora tenha conquistado inúmeros títulos nacionais e internacionais.
E Vicente Feola, um dorminhoco, foi campeão mundial.
Lula tinha um elenco fantástico a sua disposição e uma equipe principal formada no ataque por Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe.
Com este ataque, qualquer sujeito medianamente inteligente, que não queira inventar, e fizer como Lula, limitando-se a distribuir as camisas, será vencedor.
Feola tinha Garrincha e Pelé na mesma equipe, e ainda Nilton Santos, Didi e outros de ótimo nível profissional.
Nem Lula e nem Feola foram os melhore técnicos de futebol. Não devem constar das enciclopédias sobre este esporte.
Já Fernando Diniz tem conseguido fazer limonadas de elencos de limões. Não, não estou dizendo que ele seja um técnico formidável. O que estou pretendendo dizer é que a escolha dele foi justa porque ele imprimiu no Fluminense um padrão de jogo, com um elenco limitado.
Injustiça seria eleger o Abel que tem a disposição um elenco milionário.
Até eu, se tivesse estomago para frequentar o Flamengo, seria campeão (rsrsrs).

5 comentários:

  1. De pleno acordo, Carrano. Apesar de também não ter acompanhado de perto o Campeonato Carioca, já que meu time não jogou nele (pelo menos em campo), e por estar viajando dedes 15 de março, considero o Fernando Diniz o melhor técnico da competição. Com um elenco limitado, com jogadores de qualidade discutivel, conseguiu fazer um bom campeonato. Aliás, já vem ele apresentando um bom trabalho nos times que dirigiu anteriormente. Ousado, inovador, evoluído taticamente, não tem medo de perder, por isso procura sempre ganhar. O Valentim, também, no Vasco, fez um bom trabalho, como já o fizera ano passado no Botafogo. Chega de Dungas, Felipões, Luxemburgos,Abel e tantos outros medalhões já ultrapassados...

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  2. Não demora irá começar, Carlinhos, para nós vascaíno e botafoguense, o sofrimento no brasileirão.

    Lutar para não cair é duro para clubes que entravam nas competições para ganha-las.

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  3. Meu amigo Carlinhos gostou do trabalho dele no Botafogo, mas eu sempre tive reservas em relação ao seu trabalho no Vasco.

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  4. Nesse torneio de 2019, que insistem em chamar de Campeonato Carioca, vi bons desempenhos em campo, estrategicamente falando, do Fluminense, do Vasco, do Bangu e do Resende.

    Daí a dizer quem foi o melhor, com o material humano que tinham em mãos ..... não sei avaliar.

    Mas sei que o ABEL não aproveitou o que tem, embora tenha visto muita evolução naquele time do mal na defesa, e com contra ataques bem desenvolvidos. Vai dar trabalho no Brasileiro, sem dúvida.

    Se quiserem avaliar treinadores de outras épocas, continuo achando DIDI imbatível, junto com o Rinus , da Holanda de 1974.

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  5. Rinus Michels, anos depois do sucesso de seu vitorioso time, respondendo a uma pergunta sobre repetição do trabalho em uma nova equipe, respondeu ser muito difícil porque dependeria fundamentalmente da inteligências dos jogadores.

    É isso aí. O segredo é a inteligência.

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