11 de fevereiro de 2019

No dizer dos paulistas abobrinhas, ou conversa jogada fora

O titulo bem poderia ser divagações e devaneios.

Tenho solução para todos os problemas do mundo.

Sentado numa mesa de bar ou numa varanda de apartamento com vista para o mar, acompanhado de bons amigos, com os quais, pelo convívio de anos, tivesse muita liberdade de expressão de pensamento e manifestação de opiniões, resolveria se não todos, boa parte dos problemas do mundo.

Notem que apenas a modéstia me impediu de afirmar que resolveria todos os problemas.

Se regando as palavras com uma cerveja bem gelada, aí então é que revelaria meu lado mais obscuro e desconhecido, o de filósofo. E quanto mais cerveja mais aforismos e conceitos filosóficos perpetraria.

Embora capaz de resolver, como se fossem equações do segundo grau (ax2 + bx + c = 0), os problemas mundiais, não consigo solucionar os meus próprios problemas. E nem me refiro aos existenciais.

Vou explicitar alguns deles, não necessariamente na ordem em que me incomodam, mas deixando ao sabor da já combalida memória, que enfrentou bravamente um AVC em 2010 e está em uso há 78 anos, a indicação a seguir:
- sou torcedor do Vasco da Gama;
- sou aposentado pelo INSS;
- meu prontuário médico, se revelado, obrigaria internação em UTI;
- tenho poucos, mas fieis e bravos amigos, por conta das perdas inevitáveis decorrentes da morte física e ainda alguns poucos que não tive a capacidade de preservar.
- sou advogado, mas ninguém é perfeito, não é verdade?
- estou casado, com a mesma mulher, há 54 anos. Qual o problema? Eu a amo! Não entendeu? É profundo mesmo, pense, reflita.
- Tenho dois filhos. E desde quando isso é problema? Você perguntará. Porque se de um lado nos dão enormes alegrias e nos enchem de orgulho, por outro, como outros quaisquer, tropeçam aqui e alí (também em sentido figurado), ralam os joelhos, ficam doentes, chegam tarde em casa sem avisar onde estão, tudo como meros exemplos que não esgotam as preocupações paternas, mesmo quando já ultrapassaram a barreira dos 50 anos de idade.

Vinicius de Moraes lecionou: “Filhos ... Filhos?
                                                     Melhor não tê-los!
                                                     Mas se não os temos
                                                     Como sabê-los?”

Trata- se de um poema enjoadinho mesmo, tal qual o autor o batizou. Mas os versos encerram uma questão de nível acadêmico.

Notem que todos os problemas alinhados foram criados por mim mesmo. Costumamos projetar nos outros, colocar nos outros, a culpa por nossas aflições e dificuldades. Como regra geral, que dispensa exceções para se confirmar.

Está com peninha de mim? Então me ajude. Palavras de consolo, de motivação, de autoajuda, como por exemplo - ”Algumas vezes coisas ruins acontecem em nossas vidas para nos colocar na direção das melhores coisas que poderíamos viver.” – serão bem-vindas nos comentários.

Assim como ajudarão depósitos em minha conta bancária. Peço que sejam moderados no valor para não despertar suspeita do COAF.



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