5 de setembro de 2018

Sobre CACHORROS






Por
RIVA






Não “apenas” cachorros, mas amigos, companheiros ... é sobre isso que quero teclar ( não se usa mais o verbo falar ou escrever).

Tenho quase 70 anos de idade, falta pouco, então sou de uma geração em que todos tinham cães em casa. Guardo seus nomes, meus e dos vizinhos, até hoje : Titino, Dunga (um pequenez orelhudo), Nero (brabo), Bingo, Fúria ( uma policial que só os “ricos” tinham), Peri, Toby, Boy, King, etc ...

Abria-se o portão de casa no bairro do Pé Pequeno em Nikity, e os cachorros saíam para seu passeio matinal, e voltavam tranquilamente para casa – nem sempre, se tivesse uma cadela no cio na área, voltavam arrebentados pela luta da posse, em pelo menos 3 dias !! Mas sabíamos disso, e os recebíamos em casa, tratávamos seus ferimentos, e a vida continuava, naturalmente.

Amigos, uma palavra forte, mas era o que eram, amigos. O BOY compartilhou comigo uns 12 anos da sua e da minha vida. Quantas brincadeiras incríveis juntos ! Meus pais enlouqueciam com nossas peripécias nos telhados da casa, acreditem !

O autor com Boy
Acreditem também , eu estava sempre machucado nos joelhos pelas peladas do futebol, e eram suas lambidas que cicatrizavam meus machucados. Chocados(as) ? Não fiquem, era assim mesmo, lambidas de cachorro cicatrizavam.

Tempos maravilhosos de convívio com nosso cães/cadelas. E hoje ??

Hoje vi, do ônibus, uma pessoa arrastando seu cachorrinho, o bicho ávido por cheiros e marcação de território, para uma cheirada ou mijada ..... ela olhando a porra do celular e arrastando o cão sem se importar com suas prioridades .... deu vontade de descer do ônibus para “arregaçar”.

Inexiste hoje compreensão no convívio com nossos cachorros .... há exceções, como meu vizinho, por exemplo. Mas a maioria tem cachorro porque é moda, tem que ter, sem entender as necessidades primárias de criar um cãozinho.

O irmão do autor (Freddy) , com King

Não me lembro da convivência com KING, um cãozinho da nossa mega infância, mas BOY foi meu companheiro dos 6 aos 18 anos de idade, um super amigo. Carrego comigo sua amizade, seu companheirismo, eternamente.

Au, Au !!!!

10 comentários:

  1. Tive um. Inesquecível.

    O reparo que faço é que ao tempo, morava numa casa, com amplo quintal e tinha um canil construído no lado externo da casa.

    Cães em apartamento, confinados em uma pequena área, acho inadequado. Não podem, coitados, sequer expressar seus "sentimentos" latindo.

    Cão tem que poder correr atras do gato, tem que tomar banho de mangueira, comer tutano e ovo cozido com casca e tudo.

    Suas unhas são aparadas pelo atrito com o chão de terra e o piso de concreto nos quintais.

    Cão tem que poder colocar as patas dianteiras no beiral da janela e ficar olhando enquanto você toma seu café matinal, confiante de que em seguida será a vez dele receber a refeição.

    Há que estabelecer parceria, cumplicidade, reciprocidade. O cão deve, também ele, ser feliz.

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  2. Amei as fotos, deu até nostalgia da casa de Santa Rosa!
    Triste é saber que até hoje tem quem compre animais... Sendo que há tantos bichinhos em ONG's esperando um dono e um lar carinhoso...

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  3. A nossa casa foi descaracterizada por uma reforma há alguns anos, pelo novo proprietário. Sempre passava de motocicleta por lá, pois adoro o bairro, me traz muitas recordações, muitas mesmo.

    Flávia, no Campo de São Bento tem as duas vertentes nos fins de semana. Um local onde vc escolhe e adota um cão, e no portão de entrada, livremente, vendedores de cães - uma real fotografia do que é o Brasil hoje.

    Voltando ao tema do post, eu dava banho no Boy regularmente com a "borracha dágua" e sabão de côco, e no fim acabava encharcado junto com ele. Era muito divertido.

    O processo de enxugamento do Boy era muito engraçado : ele se sacodia todo várias vezes, e depois eu jogava uma toalha em cima (no Twitter se escreve encima) dele. Ele pegava a toalha e ficava pra lá e pra cá se arrastando no chão, virando cambalhotas sobre a toalha.

    Geralmente o banho terminava com um "cabo de guerra" entre eu e ele, com a toalha ... rsrsrs.

    Interessante essa observação do Carrano sobre as unhas dos nossos cachorros. Realmente eu nunca precisei cortá-las. Era um processo natural do próprio cão.




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  4. Em contrapartida, Riva, seu comentário sobre o banho retrata bem o que acontecia comigo e como Bill (meu amigo fiel): "Voltando ao tema do post, eu dava banho no Boy regularmente com a "borracha dágua" e sabão de côco, e no fim acabava encharcado junto com ele." Chamo de mangueira a "borracha d'água".

    E o processo de enxugamento era exatamente igual.

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  5. Esse lance da "borracha d'água" era assim mesmo .... era um tipo de mangueira avermelhada com um revestimento interno de borracha, preto. As mangueiras eram assim.

    Mais tarde começaram a surgir mangueiras d'água coloridas, mais leves.

    Impressionante a indústria "pet" hoje em dia, com rações, tosa, banhos, enfeites, etc. Na minha adolescência, no máximo um veterinário para casos muito graves.Sim, porque veterinário era para cavalos, bois e vacas.

    Outro dia perto de casa, fiquei até com pena do cãozinho : capa, um bonezinho e sapatilhas ! Eu acho até que o bicho não se considerava um cão .....

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  6. Meu irmão Jorge é seletivo quanto às lembranças.
    Tivemos cachorros na infância. O primeiro de nome Lord que mamãe baniu para cada de um tio; o segundo Buck, um filhote, doado por nossa mãe, à nossa revelia, para o gari da rua e finalmente o pequinês Twist, que permaneceu por alguns anos em nossa companhia.
    Gosto de cachorros mas prefiro conviver com gatos como já manifestei aqui neste espaço.

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  7. Minha seletividade nas lembranças está na razão direta da falta de atenção de minha irmã nas leituras.

    Minha menção foi a cachorro MEU, não cães da família, com todos compartilhando atenção, carinho, brincadeiras . . . propriedade.

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  8. Ana Maria esqueceu do Boni, que era de meus filhos quando moramos em São Paulo.

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  9. Primeiro ponto: não sabia do detalhe da posse. Entendi pelo relato do Riva que os cães pertencem a família, logo...
    Segundo ponto: lembro do Boni o pastor belga petropolitano que levei de Petrópolis para sua casa.

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  10. Lá em casa, criança e adolescente, tivemos King, Boy e outro King.

    Na casa da MV tinha o Lobinho (pastor), a Bolinha e o Dindinho. Tinha gato também, mas não lembro o nome.

    Infelizmente (1) nunca tive cachorros depois que casei .... a MV disse que já tinha 4 em casa ... (pano rápido)

    Infelizmente (2) nunca vou ter, porque tenho que trabalhar até o último dos meus dias por aqui, então ..."no time for dogs".

    Uma observação : moro por ali há 36 anos, e claro, acho que conheço todos os cães das redondezas, pois todo mundo os leva para passear. Só que ultimamente tenho visto muitos cães que não conheço, e só pode ser : ou desencontro de horários meus com os cães, ou novos moradores nas redondezas.



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