23 de julho de 2018

Passa-se o ponto

Não ter o que fazer é um perigo. A mente vagueia, os pensamentos mais tolos afloram ... e a conta corrente vai minguando.

Por isso estou sempre buscando o que fazer. Inclusive perpetrar algumas bobagens neste espaço virtual.

Este introito tem como objetivo preparar o leitor para  o espírito do que se seguirá. Porque se trata de um desdobramento de pensamento tolo que me ocorreu ao passar hoje diante de uma "Lan House".

Fiquei matutando sobre atividades comerciais e de prestação de serviços que não têm futuro ou que já ficaram desde há muito no passado.

Lojas de "xerox" (cópias reprográficas), sapateiros (que consertavam calçados e colocavam saltos) e outras.

E cheguei ao seguinte, pedindo vênia às senhoras presentes que tenham suscetibilidade à flor da pele. 

Puteiro ainda existe? Se existem, têm futuro? 

Como já passei da idade de frequentar fiquei desatualizado. Aliás desde há muito. Não conheci apenas a Churrascaria da Desembargador Lima Castro, e as casas da Dinah e do Beto na Rodovia Amaral Peixoto, senão também bordeis mais famosos como a Casa da Eny, em Bauru, São Paulo.
http://www.vivendobauru.com.br/a-historia-da-casa-da-eny/

Casa da Eny, em Bauru (via Google)

Como era o gerente administrativo da rede de supermercados Superbom, do Grupo Matarazzo, ao tempo em que a dita rede estava em plena expansão inaugurando unidades no interior paulista e mineiro, acabei por conhecer muitas cidades. Afinal a área de recursos humanos, sob minha gerência, tinha que recrutar e treinar a mão-de-obra nas respectivas cidades.

Dito isto, volto à pergunta: ainda existem bordeis? 

Fiquei matutando que as casas, caindo aos pedaços, abrigam duas ou três mulheres decadentes, supervisionadas pela antiga e antes repeitada cafetina, agora uma anciã, desdentada e maquiada com exagero.

Jogam dominó, fazem as unhas umas das outras e à noite colocam seus vestidinhos de  chita ou fustão e aguardam ... aguardam ... aguardam ... e aguardam pela freguesia que não aparece.

Pinçado no GOogle

Confabulo com meus botões nesta ficcionista postagem, sem pretensões dramatúrgicas, se não seria melhor mudar de ramo. Que tal transformar o lupanar em casa de repouso para idosos?

Desde a época das amizades coloridas, passando pela fase do "ficar" e agora a fase do namorado frequentar o quarto da namorada, dia e noite, os puteiros perderam clientes.

Os pais cham melhor, mais seguro, que suas filhas se deitem com seus namorados em casa.

As mulheres, ultrapassaram a fase da liberdade, entraram na fase da liberalidade e compartilham os custos de motéis. Estes, também em fase terminal, fazem promoções cobrando 59,90 pelo período de até 12 horas. 

As empregadas domésticas, também cada vez mais raras, deixaram de ser assediadas pelos rapazes das casas onde trabalhavam. Nas décadas de 1940 e 1950 iniciaram, por prazer ou a contragosto, muitos rapazes da casa onde trabalhavam.

Em alguns casos também os das casas vizinhas, pelo princípio do "se não me der também eu conto". Chantagem pura. 

E as primas do interior, que vinham passar as férias na casa da tia na cidade grande, e eram alvo da cobiça não só dos primos mas também dos vizinhos, agora são comidas por lá mesmo onde moram, porque a TV e a internet mudaram os costumes.

Sinal dos tempos.

Notas explicativas:
1) A rede Superbom foi vendida para o Abílio  Diniz e incorporada ao Pão de Açúcar.
2) Frequentar a Casa da Eny, ou o Dragão Verde (em Porto Alegre), não significa que comia nestes locais, por vezes apenas bebia.
3) Na Dinah ou na Churrascaria, em Niterói, na juventude, sempre com pouco dinheiro, evitava ficar muito tempo sentado porque seria alvo do indefectível : "paga um cuba, bem?!"
4) A maioria dos homens que  estão lendo (blogs têm futuro?) não sabe do que estou falando. Só os que nasceram  até a década de 1960.
5) Minha iniciação sexual (a oficial), patrocinada por meu pai, deu-se no então distrito de Miguel Pereira (hoje município), num prostíbulo instalado numa casa ampla, de dois pisos, localizada no centro de um terreno, nas cercanias do centro da cidade.Esse fato daria um post, em face das circunstâncias, mas deixa pra lá ...

11 comentários:

  1. Prezado amigo, sim, os puteiros ainda existem. Aqui no Centro do Rio têm pelo menos dois bem conhecidos, e segundo frequentadores, de muito boa qualidade, digamos assim.

    Realmente, na nossa juventude era uma "dificuldade" .... a iniciação geralmente era caseira mesmo. Hoje em dia .....

    Quanto aos serviços em extinção (e esse acima comentado não é um deles), aqui em frente ao prédio onde trabalho tem um cara que conserta sapatos na rua, e atende seus clientes .....de terno ! Um charme rsrsrsrs.

    Perto de casa tem uma loja de reparos de sapatos ... prateleiras lotadas ! Não está em extinção, com certeza.

    Cópias xerox ? Creio que também não está. O excesso de burocracia no Brasil Bandido mantém esses serviços em plena atividade.

    Por falar em Brasil Bandido ?
    Já escolheu o seu bandido de 7 de outubro ?

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  2. Valeu, Riva.
    Obrigado pelos esclrecimentos.

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  3. Realmente este blog envereda por temas gerais e possui especialistas prontos a compartilhar seus conhecimentos.

    Aproveitarei dessa fonte de conhecimentos para me atualizar quanto a endereços de prestadores de serviços. Por favor, Dr. Riva, forneça a localização um pouco mais precisa dos "sapateiros" do centro do Rio.

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  4. Respostas
    1. Sim. São os únicos locais que não encontrei no Google.

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  5. Leonard, o sapateiro em questão atende na esquina da Sete de Setembro com Av Rio Branco, junto ao Starbucks. Sds !

    PS: Dr. Riva é ótimo ! rsrsrs Parece personagem de 007 !!

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  6. Riva,

    Acho que o Leonard estava pilheriando. Não sei, mas parece.

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  7. Não era bem uma pilheria. Na verdade certas informações são muito úteis na minha idade. Se não para uso pessoal, coisa difícil visto que desde a aposentadoria não me deixam sair sozinho, mas para me exibir para amigos.
    Precisa alguma senha ou indicação? Citar seu nome abre portas? Desculpe a irreverência, Dr. Riva.Isto sim foi pilheria.

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  8. Quem falou em pilhéria fui eu, Leonard, e não o Riva. Vamos deixa-lo fora disto.

    Pensei que seu interesse nos endereços dos sapateiros, camuflava o interesse nos lupanários, pois segundo o Riva, "sim, os puteiros ainda existem. Aqui no Centro do Rio têm pelo menos dois bem conhecidos, e segundo frequentadores, de muito boa qualidade, digamos assim."

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    1. Sim. A citação foi sua, mas a irreverência foi destinada ao detentor da informação privilegiada. (Risos)

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  9. kkkkkkkkkkkkkkkkk sensacional esse blog !!

    Quanto às meninas, conheço particularmente a "qualidade" de um na Rua do Carmo, mas .... em função da opinião de amigos, não minha própria, ok? Que fique bem claro, caso a MV esteja lendo os comentários rsrsrsrs.

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