9 de julho de 2018

MENOS UMA COPA






Por 
RIVA












E mais uma vez a Copa escorregou por entre nossos dedos. Acompanho Copas do Mundo desde 1958, mas da seguinte forma : 1958 – lembro apenas do jogo final contra a Suécia. Não me recordo de nenhuma comemoração intensa nem em casa nem na minha rua. Eu tinha 6 anos de idade.

1962 – acompanhei todos os jogos pelo rádio e a comemoração no nosso bairro após a conquista do bi.

1966 – pelo rádio, que quebrei no jogo Hungria 3x1, quando Albert fez o 3º gol.

1970 – na TV pela 1ª vez, e daí em diante, como todos nós, sempre pela TV. Em 1974 colorida pela 1ª vez.

Hoje é impressionante os detalhes com mais de 30 câmeras em campo, quando por muitos anos apenas assistíamos detalhes dos jogos no famoso Canal 100 nos cinemas, antes do filme começar.

Mas o objetivo desse post é falar para vocês que deixei minha emoção pela seleção brasileira para trás, há alguns anos. Na verdade, em 1998. Claro que torço, inegável, mas vitórias e derrotas não me afetam mais, apenas (ainda) as do meu FLUMINENSE. As encaro com naturalidade e pesar (as derrotas).

Sou boleiro, jogo bola desde muito pequeno, e não só de “rachas”. Garanto a vocês que competição não é brincadeira, seja numa Copa do Mundo ou no campeonato do bairro, da várzea. É coisa séria mesmo ! Competições nos transformam em homens e em monstros em campo. Ninguém quer perder, mesmo que a medalha seja de lata !

Pois é, e o meu caminho como torcedor da seleção brasileira foi marcado profundamente por alguns fatos, que relato aqui (o que posso), para justificar meu “afastamento” dessa emoção toda pela perda de mais uma Copa do Mundo.

O primeiro impacto veio na Copa de 82, depois das perdas normais em campo de 74 (para o timaço da Holanda) e de 78 (porque não encaramos o jogo contra a Argentina como a verdadeira final, estratégia errada ao acharmos o empate um bom resultado).

Um timaço aquele de 1982.

Lá em casa envolvimento total, 2/3 dos filhos fantasiados, confiança a mil por hora.

E o Telê resolve partir pra cima da Itália, sem necessidade, e não tira o Cerezzo de campo depois de 2 cagadas seguidas. O cara estava chorando em campo, sem condições emocionais, mas o Telê não o substituiu, alegando que arrasaria sua carreira .... testemunho de um grande amigo jornalista, já falecido, sentado no banco de reservas do Brasil (naquela época a CBD credenciava um jornalista para acompanhar a seleção no banco de reservas).

Foi a segunda maior decepção da minha vida em futebol, só superada pelo 2 de julho de 2008 no Maracanã ..... quando meu FLUMINENSE perdeu a Libertadores para a LDU e para o juiz argentino FDP.

Ali comecei a me impressionar com certas decisões extra campo que não temos conhecimento, e que por acaso, naquela Copa, eu tive a informação.

1986 – todos conhecem o absurdo de mandar o Zico, frio,  bater aquele penalty. Ahhh, mas se tivesse entrado !! MAS NÃO ENTROU !!!

1990 – exatamente como em 2018 contra a Bélgica. Alemão, amigo pessoal do Maradona, não o derrubou na jogada do meio de campo, permitindo sua progressão e o passe para o Caniggia nos desclassificar.

Alemão e Maradona jogavam no Napoli, e foi Maradona quem trouxe o amigo Alemão de uma situação pessoal caótica no México, onde atuava.

Contra a Bélgica, Fernandinho não derrubou o gigante belga .....falha técnica surpreendente. Mas técnica .....

1998 – aí o divisor de águas na minha vida de torcedor. Na época, tive acesso a informações de vestiário sobre a fatídica final contra a França. Time escalado com Edmundo, anunciado mundialmente pela mídia, e o time não entrou em campo .... e quando entra, atrasado, vem Ronaldinho, todos de mãos dadas ! Choque geral na mídia transmitindo o jogo.

Roberto Carlos tenta ser expulso com poucos minutos de jogo ...

Time medíocre da França, cujos atacantes não tinham marcado um gol sequer em toda a Copa, continuam sem marcar, mas seu meio campo marca 3 gols numa equipe anestesiada, paralisada pelos acontecimentos do vestiário.

Minha conclusão : é realmente outro mundo, não nos pertence. Muita grana, muita mesmo, melhores hotéis, médicos, festas, aviões e helicópteros particulares, carrões, propriedades, nada a ver com vestir a camisa de um país, da tal Pátria em Chuteiras. Acabou isso em 98 para mim.

De lá para cá, nada mais me emocionou. Nem a conquista de 2002, invicta, bonita, apesar daquele estranho gol da Bélgica anulado, não sei porque até hoje.

2006 e 2010 um fiasco, e 2014, o incrível 7x1, cujo significado é muito maior do que um simples placar de um jogo de futebol ....... um 7x1 que não termina, não acabou .... muitos não enxergam dessa maneira.

Ou vcs acham normal os comandantes do futebol brasileiro presos ou não poderem deixar o país, para não cair nas garras da Interpol ?

Esse post não tem fotos, só texto mesmo. Fotografias costumam ser bonitas, não merecem ilustração nesse post. 

8 comentários:

  1. Sei que se trata de assunto polêmico. Mas na minha opinião a seleção de 1982 não era um timaço.

    Timaços foram os de 1950, 1958 e 1970.

    Ainda hoje tenho dúvidas entre as de 1958 e 1970, como sendo a melhor. Excluo da dúvida a de 1950 porque não conquistou a Copa.

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  2. Esqueci de palpitar sobre o jogo de amanhã. Será uma final antecipada. O ganhador leva o troféu FIFA.

    Mbappé ou Hazard?

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  3. Muito difícil palpitar.
    Eu, p.e., achava que a gente ganhava tranquilamente da Bélgica, e não conseguimos nada. Achava mesmo que nosso problema seria encarar depois a França. E deu no que deu !

    Torço por uma final em que ganhe um país que ainda não foi campeão - Croácia (país do sogro do Breno) ou Bélgica (país onde vive o Breno).

    Agora, uma final Inglaterra x França seria gigante ! Olha só o que tem de História por trás de um confronto desses .......mais um choque gigantesco entre as duas nações.

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  4. Pois é, Riva, Inglaterra e França seria um "Jogo dos cem anos" (rsrsrs).

    Se tiver que ganhar um país que ainda não tenha título, vou lamentar que a Bélgica conquiste uma copa antes da Holanda que está na fila faz tempo e já bateu na trave.

    Se a ideia é ser isento na apreciação, o correto é admitir que França e Bélgica apresentaram o melhor futebol. Equipes equilibradas, com variação de jogadas e bons valores individuais.

    De Bruyne, Hazard e Lukaku de uma lado. Mbappé, Griezmann e Giroud de outro.

    Dois bons goleiros e duas zagas experientes.

    Na teoria seria um jogão, mas muitas vezes a realidade não confirma as expectativas.

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  5. Muitas vezes a realidade não confirmou as expectativas no futebol, tanto em Copas como em campeonatos regionais e nacionais.

    A maior delas para mim foi a derrota da Holanda em 74. Mas Cruiff revelou em seu livro que entraram de salto alto.
    A incrível derrota da Hungria em 54, eu não conheço os detalhes das campanhas.

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  6. Acompanho as Copas meio à distância até a década de 70. Lembro de fatos relacionados ao campeonato, tais como entrar na Catedral em Niterói e ser surpreendida pelos gritos de goool emitidos pelo padre com o ouvido grudado no radinho de pilha. Em outra ocasião um vizinho jogou um rádio pela janela do edifício, comemorando o gol e um morador da Vila Pereira Carneiro, em Niterói - RJ, húngaro de nascimento, escapou por pouco do linchamento por sair correndo na rua comemorando a vitória de sua seleção.
    Fora isso, Copa do Mundo para mim é um evento para socialização e festa.

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  7. Esse húngaro eu pegava também !!! rsrsrsrsrs
    Quebrei meu radinho de pilha por causa deles !!

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  8. Czibor, Kovács , Kocsis, Puskás (principalmente).

    Foram nomes que ficaram em minha memória durante muito tempo, após a “Batalha de Berna”
    Vejam como é o futebol. A Hungria tinha a melhor seleção, naquela momento, em 1954.

    E não conquistou o título. A Dinamarca teve uma boa seleção (Dinamáquina) e não ganhou, assim como a Holanda (Carrossel holandês) também não conquistou a taça.

    Agora é a vez da Bélgica confirmar, ou não, que a geração atual é boa mesmo.

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