UNIVERSOS?

Se me equivoco perdoem-me, mas entendi numa conversa descompromissada que é admissível a hipótese da existência de mais de um universo. Separados por buracos negros? Ou o quê?

Já não bastaria um que é suficientemente complexo, imenso, assustador e ao mesmo tempo deslumbrante?

Saturno e seus aneis

É demais para minha cabeça que sempre foi como uma bola de soprar, daquelas de látex, (bexiga para os paulistas), cheia de vento. Agora, com a idade avançada, esta bola está murchando.

Atrapalhar o interlocutor para pedir mais informações não caberia, pois aquele não era o tema da conversa, foi citado em meio a uma explanação sobre especulação, inclusive no mundo acadêmico.

Bem, agora em casa, sem camisa e pés no chão, sentado diante do teclado do notebook, arvoro-me em criar minhas teorias sobre o universo (um só), Deus e o homem.

Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, frase que segundo resultado da pesquisa estaria no Gênesis 1, 26 “E disse Deus: façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança.”

De fé duvidosa, confuso, quase um ateu não praticante, simpatizo mais com a tese (a do título da obra), de que “O Homem Criou Deus a Sua Imagem e Semelhança”, de autoria de M.B. Morais.

Também acho, até prova em contrário, que o homem criou Deus, o Deus bíblico.

Faria sentido Deus criar o homem, concedendo-lhe a possibilidade de evoluir ao ponto de conseguir clonar a si mesmo e criar uma inteligência artificial cujo controle ao final poderá fugir de suas mãos?

Em outras palavras: Deus criou o homem e dotou-o - com a evolução da espécie - da capacidade imitar o seu Criador, brincando de clonar outros da sua espécie? Brincar de Deus?

Chineses clonaram macacos, com êxito. E a inteligência artificial desde há muito deixou as pranchetas.

Transcrevo pequeno mas ilustrativo trecho de um livro que está na moda.

“É certo que os humanos se esforçarão para atingir a divindade, pois têm muitos motivos para querer essa atualização e muitos caminhos para consegui-la. Mesmo que um caminho promissor se revele um beco sem saída, rotas alternativas permanecerão abertas. Por exemplo, talvez descubramos que o genoma humano é complicado demais para ser manipulado com seriedade, mas isso não impede o desenvolvimento de interfaces entre cérebro, computador, nanorrobôs ou inteligência artificial.”

E, mais adiante, arremata:

“Explicações tranquilas a parte, muitas pessoas entram em pânico quando ouvem falar dessa possibilidade. Elas estão felizes de seguir as recomendações de seus smartphones ou de tomar qualquer droga prescrita por seu médico, mas, quando ouvem falar de humanos elevados à categoria de super-humanos, dizem: “Espero estar morto antes que isso aconteça”.

Inclino-me a pensar  que ao escrever este último parágrafo, Yuval Noah Harari, autor do livro “Homo Deus”, estava pensando no homem comum, como eu. (Páginas 56/57, da nona reimpressão).

E o Universo? Por que cria-lo tão grande, definido como infinito (?). Por que tantas galáxias e estrelas? Faria algum sentido permitir o aparecimento de vida inteligente num só pequeno planeta, que gira ao redor de uma inexpressiva estrela, numa também pequena galáxia? O resto do cosmos serviria para que finalidade?

Via Láctea

Permito-me um chiste, uma blague. Já que minha ignorância no assunto é infinitamente maior do que meu diminuto senso de humor.

Num momento de enfado, Deus resolveu criar um videogame, um brinquedinho com enormes espaços povoados por estrelas que acendem e apagam, envelhecem, explodem, brilham e produzem intenso calor, e ainda cometas que cortam estes mesmos enormes espaços cósmicos, esquivando-se de buracos negros que poderiam suga-los, como fazem areias movediças aqui no planeta com desavisados bípedes e quadrúpedes.

Como ele ganha o jogo? Quais as regras?

Cartas com palpites para a redação. As respostas mais criativas, originais, concorrerão a uma assinatura trimestral deste blog.