2 de fevereiro de 2018

Desgraça pouca é bobagem

Algumas músicas do passado  são verdadeiras tragédias gregas, letradas e musicadas. Não vou me estender em comentários. Ouça clicando no link ao final, se tiver condições emocionais.


Coração Materno
Vicente Celestino
  

Disse um campônio à sua amada:
"Minha idolatrada, diga o que quer
Por ti vou matar, vou roubar
Embora tristezas me causes mulher
Provar quero eu que te quero
Venero teus olhos, teu porte, teu ser
Mas diga, tua ordem espero
Por ti não importa matar ou morrer"
E ela disse ao campônio, a brincar
"Se é verdade tua louca paixão
Parte já e pra mim vá buscar
De tua mãe, inteiro o coração"
E a correr o campônio partiu
Como um raio na estrada sumiu
E sua amada qual louca ficou
A chorar na estrada tombou

Chega à choupana o campônio
Encontra a mãezinha ajoelhada a rezar
Rasga-lhe o peito o demônio
Tombando a velhinha aos pés do altar
Tira do peito sangrando
Da velha mãezinha o pobre coração
E volta a correr proclamando
"Vitória, vitória, tem minha paixão"
Mas em meio da estrada caiu
E na queda uma perna partiu
E à distância saltou-lhe da mão
Sobre a terra o pobre coração
Nesse instante uma voz ecoou:
"Magoou-se, pobre filho meu?
Vem buscar-me filho, aqui estou,
Vem buscar-me que ainda sou teu!"



4 comentários:

  1. Tanto a amada quanto o campônio são casos patológicos.

    Ela por pedir o coração da mãe daquele que a idolatrava, e ele por atender ao pedido.

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  2. Outro trágico relato, por coincidência também envolvendo a genitora, foi lançado pelo gaúcho Teixeirinha na década de 60. Vocês conhecem o Coração de Luto?


    https://youtu.be/dC5R0cLrojQ


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  3. O nome dessa música não é churrasquinho de mãe? Ashuashuashua

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  4. Como diz o Riva, essa Kayla é inigualável.

    Mas este era mesmo o apelido da música.

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