Em Goiás, a ministra Carmem Lúcia, presidente do STF e do CNJ,
é desaconselhada de levar adiante seu propósito de visitar um presídio, onde houve
rebelião de presos, com saldo de nove mortos, catorze feridos e noventa e nove detentos
foragidos; e incêndio de instalações.
Destruição depois do motim |
E esta “dissuação” foi por alegada falta de segurança. O
governador, em entrevista, todo cheio de
pose, como se nada daquilo fosse responsabilidade dele, disse que se a ministra
quisesse mesmo visitar o presídio teria plena segurança.
Este mesmo governador, quando tudo começou, estava em gozo de
“justas e merecidas férias”, fora do Estado, quando a insurreição teve início.
Neste mesmo Estado, menores infratores conseguiram fugir,
pela enésima vez nos últimos anos, do Centro de Atendimento Socioeducativo de
Luziânia
No Rio Grande do
Norte, as polícias civil e militar promoveram uma greve ilegal. Levada à apreciação
do Judiciário, como não poderia deixar de ser, a paralisação foi julgada abusiva,
e determinado o mediato retorno dos grevistas ao trabalho.
Policiais colocam algemas, e afrontam a Justiçpa |
Nada aconteceu. Eles desobedeceram decisão judicial reiterada.
Não houve qualquer punição.
Os grevistas afirmavam não estar em greve, fingindo que não
tinham era condições de trabalho; e as autoridades fingiam acreditar que não se
tratava de uma greve ilegal.
Lembram-se da piada do maquinista soviético? “Eles fingem que
me pagam e eu finjo que trabalho”.
Foi exatamente o que aconteceu no RN, porque o movimento paredista
terminou sem que houvesse qualquer alteração nas condições de trabalho.
Quem teria aquilo roxo para enfrentar e punir?
E a corrupção na Petrobrás? A estatal fez acordo de US$ 3
bilhões, observem que falo de três bilhões de dólares, com a Justiça americana,
para por termo a processo no qual investidores reclamaram perdas em função da
corrupção na empresa.
Na operação chamada de Lava-Jato, tanto a Polícia Federal,
quanto a Procuradoria Geral da República e o Judiciário Federal, nas três
instâncias, inclusive o STF, consomem tempo, e muito dinheiro, para provar que
houve corrupção e desvio de dinheiro que foi canalizado para partidos políticos
e bolsos de vários parlamentares e
membros do executivo do mais alto escalão.
Ora, convenhamos, se a própria empresa (vítima) admite que houve
corrupção e desvio de dinheiro – caso contrário seria um absurdo firmar tal
acordo – o que mais é necessário para encerrar esta lenga-lenga e botar todos
os envolvidos na cadeia?
Pedro Corrêa, ex-presidente do Partido Progressista (PP), ora cumprindo prisão domiciliar, que foi apanhado no Mensalão e na Lava-Jato, em recente entrevista
conta até os detalhes dos esquemas montados para sugar dinheiro de estatais, traçados em reuniões.
Antes que eu esqueça, ditas reuniões, segundo Corrêa, contaram com a presença
do Lula, este mesmo que quer voltar ao governo.
Que falta mais? Empresas, corruptos e corruptores estão
devolvendo dinheiro ao governo, às estatais, em acordos de leniência e
colaboração premiada.
Se não tivesse havido fraudes em licitações,
superfaturamentos, porque aceitaria devolver dinheiro?
Que mais falta? Falta coragem, atitude, independência para
julgar todos os envolvidos, todos mesmo, as cabeças coroadas, raposas felpudas,
bigodes grossos, e colocar todos na cadeia.
Ah! Precisaríamos ter um povo mais esclarecido, com mais
educação, mais bem informado, para que não fosse sequer cogitado esquema
especial de segurança no julgamento de um marginal, de qualquer estirpe, como
no caso de Lula, por desnecessário.
Que povo ético, decente, que clama pela retidão de caráter, iria
para as ruas defender um delinquente?
Só os que se satisfazem com um sanduíche de mortadela, ajuda de custo de
R$50,00 e transporte.
Teremos caravanas em Porto Alegre? Provavelmente sim.
Por questão de justiça devo salientar que alguns “artistas e
intelectuais”, da esquerda festiva, da esquerda caviar, que toma uísque, tem
apartamento em Paris e campo de futebol soçaite para jogar com amigos, também
apoia corruptos, verbas públicas para financiar suas produções. Adoram a Lei Rouanet.
E alguns assumem um personagem de esquerda, como fé de
ofício. São de esquerda por opção profissional, fisiológica.
Por derradeiro, nestas perfuntórias observações sobre o país
à deriva, não podemos deixar de registrar para os pósteros, que no Rio de Janeiro,
em janeiro de 2018, uma viatura da Polícia Militar, fazendo patrulhamento em
via pública, passa por bandidos armados de fuzis e metralhadoras, de maneira
descarada, acintosamente silentes, omissos.
Acabo admitindo que precisamos de um Duderte.
http://www.bbc.com/portuguese/internacional/2016/05/160509_presidente_filipinas_traficantes_rm
O Globo, edição de domingo, dia 7 de janeiro, pagina 3, entrevista com Pedro Côrrea.
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