8 de junho de 2017

“Não podemos prever o futuro, mas podemos cria-lo”

A frase do titulo é de autoria de ninguém menos do que Peter Drucker. Ícone quando se fala em administração, gerenciamento, gestão de negócios e pessoas.

Guru de tantos, quanto eu, fomos yuppies (young urban professional), nas últimas décadas do século passado.

Trabalhei numa empresa bem posicionada no mercado, que anteviu a necessidade de desenvolver novos negócios, e criou uma gerência para tal fim.

Como tudo passa, é preciso pensar e agir mais rápido ainda porque quem corre fica no lugar, quem para é atropelado.

Acho que foi o mesmo Peter Drucker que sentenciou que tudo que está numa prancheta já está superado. Estão aí os smartphones comprovando o enunciado.

Um caso clássico que ouvi durante curso básico de administração na Fundação Getúlio Vargas foi a dos armadores e grandes companhias marítimas focadas em transporte de passageiros. Era óbvio que o transporte aéreo substituiria, com grandes vantagens, as viagens de navio, entendidas estas como meios de transporte.

Então, resolveram fazer da viagem marítima um fim em si mesma. Os grandes transatlânticos, a par de nos levarem  a lugares paradisíacos, a outros continentes, passaram a oferecer conforto, diversão e luxo. As viagens em transatlânticos propiciam muito lazer, vários programas: shows, cassinos, restaurantes, piscinas, etc.

Nem vou mencionar Alex Raymond (Flash Gordon), Julio Verne, George Lucas, e alguns outros visionários, ficcionistas, responsáveis por ideias futuristas que se materializaram.

Entretanto houve quem não pensasse no futuro e na velocidade com que as coisas acontecem desde o século XX. Vejamos negócios rentáveis que pouco-a-pouco perderam importância e mercado.

Começo pelo meretrício. Foi um excelente negócio, que enriqueceu trabalhadoras e empresários. No passado namorados não "ficavam", roubar um beijinho já era uma proeza, não havia a concorrência de amadoras, que "por uma coisa  à toa, uma noitada boa" dizem sim.


Não sei se ainda existem as chamadas casas de tolerância,  rendez-vous ou puteiros, mas o fato é que o meretrício, acreditem, era considerado um mal necessário.

E os sapateiros, que colocavam solado e substituíam os saltos gastos nos sapatos?  As biqueiras e os saltos dos calçados masculinos sofriam desgaste e quem não podia estar sempre comprando calçados (eram caros), procurava um destes sapateiros.



No meu bairro, em Niterói, era o Osni que realizava este serviço com perfeição e tinha enorme freguesia. Levava um bom tempo para entregar o sapato que com ele deixávamos. E olha que trabalhava com um auxiliar.

Lembram da Lan House? Estava sempre lotada. Foi uma febre tão grande que em quase todas as cidades foram abertos pontos para este fim: usar a internet. Hoje temos internet no celular. Todo mundo tem.


As locadoras, que começaram com as fitas VHS, e depois  o CD e o Blu-Ray, resistiram até que os serviços oferecidos pela via eletrônica tornaram antiquado, desnecessário, ir a uma locadora pegar um filme. A NetFlix e outras empresas que oferecem um amplo cardápio de filmes a preço módico acabou com as locadoras.


Algumas cidades, pelo mundo afora, adotaram serviços de locação de bicicletas, mas quando eu era garoto e não tendo uma Hercules, uma Phillips ou uma Monark, podia recorrer a este serviço. Para lazer, por diversão. Havia lojas que vendiam, consertavam e alugavam bicicletas.



Quando íamos para Miguel Pereira, então ainda um distrito do município de Vassouras, e eu um menino, alugava uma bicicleta para passear no pequeno jardim da cidade. Andava em círculo margeando os limites do bosque. Era uma festa para quem não tinha a sua Caloi.

E fotografia 3/4? Coitados dos lambe-lambe que também documentavam nas praças em todas as cidades, os momentos românticos entre namorados, as reuniões de família. 



Ninguém mais precisa do lambe-lambe, o modismo da vez são as selfies; e os retrato 3/4, de frente, sem chapéu e fundo branco não mais são exigidos para documentos, escolas ou faculdades.

Os blogs já caminham para tornaram-se uma coisa jurássica. Que faço?  

Imagens: todas obtidas via Google.

11 comentários:

  1. As casas de tolerância eram também chamadas de lupanar, como na Roma antiga, ou bordeis.

    Outra atividade empresarial já condenada é a reprográfica. Quem ainda precisa de cópias xerox, se todo mundo tem uma impressora, melhor, um equipamento multiuso que escaneia, digitaliza e copia com perfeição e rapidamente?

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  2. Fico pasma quando penso que a humanidade viveu sem utilizar a roda, o fogo, o sapato, os talheres, a escova de dentes, o telégrafo, o ventilador...
    Como bem disse o Belchior em "Como nossos pais", não tem jeito Jorge. O novo sempre vem.

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  3. Pior foi conseguir viver sem o papel higiênico marca NEVE ....
    (pano rápido)

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  4. Peço licença as damas presentes par fazer um comentário e uma indagação.

    O comentário é sobre o preço de uma rapidinha, antes da guerra, em Roma. Tava barato.

    A pergunta é: por que militares pagavam preço reduzido?



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  5. Por falar em previsão do futuro, o Temer perde o mandato hoje?

    Se o TSE jugar procedente a ação, a eleição do novo presidente para mandato tampão, será indireta?

    Quem você acha que tem chances de ser eleito?

    E se houver emenda constitucional, para que a eleição seja por voto direto, quem seria o candidato ideal?

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  6. Temer perder o mandato ?
    Chance disso acontecer deve ser de 0,0000001%.

    Aguardemos.

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  7. Um certo deputado, José Carlos Aleluia, apresentou requerimento junto ao Ministério da Justiça, para que este peça ao governo americano a extradição de Joesley Batista.

    Inteiramente de acordo. Quero a Ticiana de volta.

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  8. Riva disse, por volta das 14 horas:

    "Temer perder o mandato ?
    Chance disso acontecer deve ser de 0,0000001%."

    Não deu outra. E o ministro Gilmar antecipou como votaria, já no início de seu voto, para que o Jornal Nacional pudesse informar o resultado de 4X3 contra a cassação da chapa Dilma/Temer.

    Dessa o Temer se safou. E do resto? Irá se livrar?

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  9. Caros, o que mais ouvi durante o dia hoje foi que seria muito melhor para o Brasil se o Temer não fosse cassado hoje, pois estamos há muitos meses sem legislar, sem produzir, sem investir, devido às incertezas políticas.

    Sinceramente, paro para pensar em mais meses tentando resolver como colocar um novo presidente à frente do país, com grupos querendo a indireta, conforme a Constituição, e outros, por motivos óbvios, querendo uma PEC para aprovar eleições diretas ....

    De tudo isso o mais importante é ... o que resta para as próximas gerações ?
    Vale a pena ser FDP, bandido, corrupto ?
    Ou vale mais a pena lutar pelo BEM, pela ética, pelas crianças sentadas nas salas de aula ?

    Não vou estar por aí para ver o Brasil daqui a 20 anos.
    E creio que não vai ser muito bom viver por aqui, pelo que temos assistido em Brasília .... parece que criaram um nível acima do Supremo. Deuses .... do MAL.

    Deuses do MAL, Belzebus, Capirotos, Diabos, Os Coisas Ruins, sei lá mais o que.



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  10. Riva,

    Concordo com você. Perdemos esta oportunidade de dar um passo importante em direção à moralidade na política.

    Mas pensa bem, quantas outras oportunidade nós tivemos e as abraçamos pensando que resolveríamos nossos problemas e ficamos frustrados.

    Vou dar um exemplo recente e inquestionável. Foi vendido para os brasileiros que nosso mal estava na Constituição, que estaria defasada. Afinal era de 1946.Insistiam que a solução seria convocar uma constituinte e reescrever nossa carta política. Deu no que deu, a chamada Constituição Cidadã é um um monstrengo. E já foi pior. A revisão que se seguiu deu uma melhorada, porque eliminou aberrações técnico-jurídicas, como o tabelamento de juros.

    Ademais, caro amigo, não é a primeira vez que nossas cortes superiores adotam decisões políticas em detrimento do Direito e da Justiça.

    Não faz muito tempo o STF, que é a instância maior do Judiciário, referendou uma aberração jurídica ao acatar o confisco da poupança no governo Collor. À luz das normas legais foi uma heresia jurídica.

    E assim vamos sempre aos trancos e barrancos.

    Encerro comentando decisão importantíssima, ocorrida nesta semana, no Supremo Tribunal Federal. Refiro-me ao sistema de cotas para negros no serviço público.

    Riva, um dos princípios lapidares do Direito é o de que "SOMOS TODOS IGUAIS PERANTE A LEI". E assim deve mesmo ser, sem distinção de etnia, sexo ou religião.

    Se for para analisar sob o viés sociológico, vá lá que seja, mas juridicamente foi um sacrilégio.

    Manchete em letras garrafais d' O Globo de hoje: "STE IGNORA PROVAS".

    Pura verdade, mas politicamente defensável. O bacharel que tenho encarnado rejeita, mas o cidadão tem dúvidas se a cassação do Temer era melhor no mínimo sob o ponto de vista da moralidade. Seria?

    Sou meio como Diógenes (o de Sinope) que saía em plena luz do dia com uma lamparina acesa procurando por homens auto-suficientes e virtuosos. O verdadeiro homem.

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  11. Ah! Riva, obrigado por se manter fiel a este espaço virtual.

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