16 de março de 2017

Foste herói em cada jogo


O título é um dos versos do hino do clube da estrela solitária, sobre o qual farei breves comentários, numa homenagem ao meu amigo Carlinhos, torcedor alvinegro,  que está aniversariando.

A mesa da melhor resenha esportiva de todos os tempos era formada por alguns dos melhores cronistas/jornalistas botafoguenses. Falo da “Grande resenha Facit”.

João Saldanha e Nelson Rodrigues, na Resenha Facit
Começando pelo âncora – Luiz Mendes – passando por João Saldanha, Armando Nogueira, e eventualmente Sandro Moreyra. Que time de cronistas, não? Mencionei apenas os botafoguenses.

Um de meus times de botões, em 1948,  era o Botafogo. Se a memória não me trai, era formado por Oswaldo, Gerson e Santos; Rubinho, Ávila e Juvenal;  Paraguaio, Geninho, Pirillo, Otávio e Braguinha.

Era, o time de verdade do “glorioso”, um timaço. Mas não foi o melhor de todos que vi jogar, porque depois teve Garrincha, Jairzinho, Didi, Roberto, Quarentinha, Paulinho Valentim, Zagalo, Pampolini,  Amoroso, Amarildo, Cacá e outros grandes jogadores, que eram capazes de enfrentar o poderoso  Santos F.C  de Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe.

Entre 1957 e 1959 o técnico do Botafogo foi a citado comentarista João Saldanha, também responsável pelo embrião do selecionado nacional campeão mundial em 1958.

Ontem, dia 14 de março, o agora modesto time do Botafogo uma vez mais se superou e “sendo herói em cada jogo”, venceu o Estudiantes (Argentina), pela Copa Libertadores.

O Botafogo, assim como o meu Vasco, andou frequentando a segunda divisão, tem uma enorme dívida, atrasou pagamento de salários (também como o Vasco) perdeu e recuperou sua sede de General Severiano, mas parece haver reencontrado seu caminho de  glórias.

Ontem, antes da partida, houve exibição da Banda de Fuzileiros Navais, o que me remeteu aos anos 1950/1960 quando esta banda marcial era presença obrigatória nos jogos da seleção brasileira no Maracanã. O original Maracanã.

O Maracanã que acolhia, bem ou mal acomodadas, pouco importava, 180.000  torcedores, um pouco mais um pouco menos dependendo da importância da partida, e as torcidas rivais compartilhavam a “Geral”, todos de pé aplaudindo seu time e vaiando o adversário, nume convivência podemos rotular de  pacífica.

As brigas, e havia, porque não haveria, eram de tapas e empurrões, xingamentos e nada mais.

O Botafogo, além de dirigentes como Carlito Rocha, técnicos como Saldanha e Zagalo, médico do quilate de Lídio Toledo, jogadores geniais como Garrincha e Nilton Santos, teve um mascote famoso – Biriba – um cão SRD, e um chefe de torcida apaixonado e respeitado cognominado Tarzan.

Enfim, como diz um verso de conhecido samba interpretado pela botafoguense Beth Carvalho, “esse é o Botafogo que eu gosto, esse é o botafogo que eu conheço ...”

Ouçam em



Nota do autor: não, não estou virando casaca, estou prestando homenagem a um amigo querido e fazendo justiça a um clube que tem história gloriosa.



3 comentários:

  1. Esqueceu de mim?

    Também sou botafoguense e salgueirense.

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  2. Mas não faz aniversário hoje (rsrsrs).

    A propósito, qual a data de seu aniversário?

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  3. Obrigado, Carrano, pela lembrança de mais um meu aniversário e pela homenagem ao meu Botafogo. Como diziam os antigos, depois dos 60, não comemoramos mais aniversários, apenas constatamos que ficamos velhos. Quanto ao meu Botafogo, fiquei contente pelo resultado da última terça (fui ao jogo), mas continuo achando que o time ainda está muito longe do que pretendo. Pelo seu "post" (viu, também te homenageio) constato que o Botafogo, além de ter sido o clube que mais jogadores forneceu para as seleções brasileiras que foram campeãs do mundo, também fornecia os melhores comentaristas para as grandes mesas redondas do passado. Realmente, nós tivemos o privilégio de ver e ouvir os comentários de João Saldanha, Oldemário Touguinhó, Sandro Moreyra, Armando Nogueira, na mesa da Facit, comandada por Luiz Mendes. Todos eles botafoguenses.

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