Eis um país sul-americano que não conheço. Mas certamente mereceria uma viagem agora que
sei um pouco mais sobre sua história, seus personagens e sua bela natureza.
Há muitos anos, meu filho homônimo e primogênito anunciou uma
viagem até Cartagena das Índias, a cidade amuralhada. Nossa! Acho que exclamei.
Depois, na volta, quando ele me mostrou uma foto de um buseta
(pequeno ônibus que carrega de um tudo), velho, colorido, acho que exclamei de
novo: puxa!!!
Pelos noticiários de TV e leitura de jornais, fiquei sabendo
sobre as FARC e a guerra que vitimou, dos dois lados, muitas pessoas.
Sequestros,
cárcere primado e execuções, obrigaram o país a gastar em segurança muito mais
do que o que seria necessário para manutenção da ordem interna.
No terreno literário já havia sido apresentado a Gabriel
Garcia Márquez, prêmio Nobel de literatura. Sim, como quase todo mundo que
gosta de ler, também li “Cem Anos de Solidão”.
E depois, embora publicado anteriormente, “Ninguém escreve ao coronel”. Tendo apreciado
o estilo e a temática do autor, li também
“O outono do patriarca” e “Crônica de
uma morte anunciada”.
Sabia, através dos cadernos de economia dos órgãos de
imprensa, que a Colômbia também produzia café e era, no mercado internacional,
nosso concorrente.
Até que, em 2004, em viagem por Berlim e Viena, constatei que
alemães e austríacos preferiam o café colombiano, reputado como de melhor sabor.
E os austríacos conhecem este assunto. Seus elegantes Cafés,
onde além de saborear a infusão da rubiácea é possível comer tortas deliciosas,
são programa obrigatório estando na cidade. Assim como o Teatro da Ópera.
Comerciais veiculados em canais de TV por assinatura têm
promovido Cartagena, como destino turístico também em razão da música, de festivais conhecidos e prestigiados.
Passei a prestar mais atenção ao país.
Agora, com o anúncio da concessão do Nobel ao presidente Juan Manuel Santos, passei a ter inveja da Colômbia. Por menos valor que se atribua a este prêmio,
dada a conotação política de que se reveste (em se tratando da versão Paz), é
muito melhor ter um presidente premiado do que um afastado por impeachment e
outro em vias de ser condenado por corrupção.
Também não conheço a Colômbia.
ResponderExcluirMas sei que o uniforme da seleção deles é parecido com o nosso.
Só o uniforme, Gusmão. O futebol ainda não.
ResponderExcluirDepois de minha perplexidade com o resultado do plebiscito, na Colômbia, que rejeitou, por maioria, o acordo de paz costurado entre o presidente Juan Manuel e o chefe das FARC, fui pesquisar para encontrar razões. Sempre há, fundadas ou infundadas, oportunísticas ou sedimentadas, ocultas ou explicitadas.
ResponderExcluirComparando, bem ou mal, com a revolução havida no Brasil em 1964, liderada por militares com amplo respaldo popular, lembro que houve o tradicional chororô da esquerda festiva e do sindicalismo truculento. E sobreveio a anistia, apoiada pelos vencedores.
Mas havia outro lado (reverso da medalha), o das vitimas da guerrilha, das torturas depois declaradas, e dos familiares das vítimas.
Para estes, ou da parte destes, podemos não concordar, mas há alguma razão para discordar. Discordar de tudo. Desde o nome do movimento, que chamaram de golpe militar, e governo de ditadura, até o inconformismo com a anistia ampla, geral e irrestrita estabelecida no pacto que virou lei.
Então, dizia, fui buscar motivações para a expressiva votação do NÃO ao acordo. E encontrei, embora seja difícil admitir que possam haver motivos para rejeitar a paz que poderia ser selada. O acordo é complexo, abrangente, tem 300 páginas e não conheço seu conteúdo.
Mas li aqui e ali.
A ex-senadora Ingrid Betancourt, mais votada do país em 1998, sequestrada e mantida em cativeiro por 6 anos, que sofreu emocionalmente, perdeu seu lar, e teve sua carreira política interrompida, inobstante todos estes constrangimentos é a favor do acordo.
A visão dela vai além do momento atual, tanto que declarou, antes do plebiscito, “Se rejeitarmos o acordo, vamos chorar por nossos filhos”.
Claro que o acordo nada tem de perdão, de esquecimento. Tanto que também disse que “Nunca haverá justiça para mim” .
Mas muitos dos que perderam parentes e amigos durante o conflito (foram 260 mil mortos) que durou mais de 50 anos, além de seus bens materiais, por ocupação das FARC, dificilmente aceitariam os termos do acordo. Era, digamos assim, previsível.
A guerra envolve tráfico de entorpecentes, milícias, ocupação de propriedade privada, enfim, tem muitos ângulos e interesses diversificados.
Visto pelo viés, daqueles que perderam muito, ou tudo, é realmente difícil aceitar que um pedido de desculpas possa resultar em perdão. “Para estes um abraço não é suficiente”, disse Ingrid.
Por outro lado, o dos que perderão com o fim do conflito, porque muita gente construiu riqueza às custas da guerra, haverá sinceridade neste desejo de paz?
Fica a dúvida, em frase afirmativa, antes do plebiscito, proferida pela ex-senadora e líder política, ora exilada em Paris: “O que vai ser mais difícil é aprender a confiar em quem ontem era seu inimigo”.
A frase é afirmativa mas encerra uma dúvida. Será possível confiar?
O único ponto turístico de meu interesse na Colômbia é o Santuário de Las Lajas, muito parecido com a Escola de Bruxaria de Hogwarts, da história de Harry Potter.
ResponderExcluirPois é, Freddy. Como disse não conheço o país. Mas gosto de cidades coloniais, tipo Paraty. Aquelas pequenas que guardam ainda vestígios das colonizações espanhola e portuguesa.
ResponderExcluirQuando estive em Colonia del Sacramento, no Uruguai, em conversa com um casal argentino, turistas como nós, que estavam na mesma van, mencionei meu gosto por este tipo de cidade, nas quais encontramos culinária típica regional, arquitetura simples, ruas mal calçadas, sua agente simples e suas histórias.
Este casal mencionou que eu gostaria de Villa de Leyva, na Colômbia, que segundo eles tem este encanto, este bucolismo que as grandes cidades não têm; mas nunca incluí este passeio em meus planos. Ficou só a lembrança da sugestão dos argentinos, cujo gosto nem sempre casa com os meus (rsrsrs).
Alguns amigos meus estiveram recentemente na Colombia, em algumas localidades fora de Bogotá, e é só elogios. Tenho um amigo que mora em Bogotá,ele é colombiano, e só fala bem da qualidade de vida local. Morou no Brasil por muitos anos, e retornou com esposa e filhos para Bogotá em 2010.
ResponderExcluirQuanto à questão do perdão, cada um com seu cada qual. A resposta da população foi dada.
Gabriel Garcia : o melhor de todos. E o livro VIVER PARA CONTAR, autobiografia, é demais.
Para ler:
ResponderExcluirhttp://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/10/juan-manuel-santos-ganha-nobel-da-paz-2016.html
http://seuhistory.com/hoje-na-historia/escritor-gabriel-garcia-marquez-ganha-premio-nobel-de-literatura
(Copy and paste)
A jornalista Marisol Gómez acompanhou nos bastidores, durante os quatro anos, as negociações do processo de paz, que resultou no acordo assinado.
ResponderExcluirEla está lançando um livro - "A história secreta do processo de paz" - no qual relata tudo, principalmente os riscos de fracasso.
Que dizer da atenção dos colombianos para com os brasileiros vítimas do acidente aéreo? E as homenagens prestadas? E a renúncia ao título para que fosse outorgado à Chapecoense, como de fato ocorreu?
ResponderExcluirA Colômbia e os colombianos ganharam muitos pontos comigo.