13 de setembro de 2016

Ceticismo dos jovens

Desde priscas eras, sociólogos, cientistas sociais, filósofos, antropólogos e mesmo a parcela mais bem informada da sociedade afirmava que o maior problema do país era a educação (a falta de). Se investíssemos mais e tivéssemos políticas bem estruturadas, implementadas e fiscalizadas, o país teria jeito.

Ouvi (e repeti) isso à exaustão. Mirávamos em países classificados como desenvolvidos, sem levar em conta o paradoxo de que em alguns destes países são encontrados os maiores índices de suicídio.


Islândia
Esta opinião - a educação ser o vetor do desenvolvimento e da felicidade geral -  já não tem o (quase) consenso que havia até pouco tempo, em especial entre os mais jovens. O desânimo, o ceticismo, está tomando conta do segmento social que pensa e age (15 aos 30 anos).

As ideias defendidas pela esquerda de que o estado tem que prover tudo, que o indivíduo não tem responsabilidade e nem obrigação de resolver seus problemas, são a tônica da mocidade. Isto está sendo incutido na cabeça dos estudantes, principalmente universitários.

O que pregam os professores alinhados com o pensamento da esquerda, é que o governo, os governos, têm obrigação de cuidar do cidadão. O nosso papel, enquanto sociedade, é cobrar. 

Não precisamos resolver nossos problemas, não precisamos arriscar coisa alguma, não precisamos organizar nossas vidas e nem planejar nossos futuros  porque  o Estado terá que resolver tudo e nos atender em todas as nossas necessidades.

O transporte tem que ser gratuito para todos, a educação de boa qualidade deve ser dada em escolas públicas de todos os níveis. Todos, indistintamente, devem ter direito a assistência médica em hospitais bem equipados, com corpo médico qualificado.

Minha rejeição mais contundente ao socialismo radical, teórico, utópico, é que ele tem como meta viável nivelar por baixo. Situação para a qual, definitivamente, não estou preparado.

Tratar igualmente desiguais, nem no admirável mundo novo do qual tratou Huxley, eis que as pessoas pre-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente, a viverem em harmonia, satisfeitas com seus destinos, em total obediências as regras sociais e as leis vigentes, ao fim e ao cabo seriam organizadas  em castas.

E a existência de castas pressupõe diferenças classificáveis.

A ideia de que o Estado tem que prover todas as necessidades é uma equação de muitas incógnitas. Quais seriam as fontes de custeio? Quais seriam os fatos geradores de receita?

Fora do resultado obtido pelo mérito pessoal, pela dedicação,  não vejo regime ou ideologia aplicável com sucesso num mundo real. 

Nem mesmo Deus, "todo poderoso, criador do céu e da terra", foi capaz de cumprir com Sua promessa de dar ao seu povo a terra onde corre leite e mel.

Onde fica Canaã? Seria possível comprar lá um pequeno apartamento, com financiamento de instituição pública, para pagamento em 30 anos? E não ser executado por inadimplência, já que seria obrigação do Estado, segundo estes gênios comunistas, dar teto aos cidadãos? 

De minha parte preferiria poder comprar uma cobertura de 1.200, m2, na Vieira Souto, sem financiamento, apenas usando meu bônus anual por desempenho. Com a participação no resultado do negócio, proporcional ao meu esforço para consegui-lo, o que popularmente chamamos de mérito.



O mundo real é o selvagem. Vai explicar a um leão que doravante sem essa de cadeia alimentar. O gnu tem tanto direito quanto ele de comer em paz, beber água no mesmo lago (sem que o crocodilo o ataque) e que devem viver em harmonia. Ele - leão - perderia o titulo de Rei  dos animais. Todos seriam ao mesmo tempo reis e vassalos.


Gnus, prato de resistência entre leões
Bem, seria necessário um "Big Brother", pois a sociedade coletivista implicaria na existência de entidade que reprimisse os que se opusessem.


Acabei por mudar de um escritor britânico para outro, de Huxley para Orwell, porque ambos são referências em obras ficcionais sobre vida em sociedade humana.


Imagens pinçadas via Google.
Baixa escolaridade:
http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2016/blog/eleicao-2016-em-numeros/post/mais-de-13-dos-candidatos-nao-tem-o-ensino-medio-completo.html
Ensino médio fica abaixo da meta:
http://g1.globo.com/educacao/noticia/ideb-no-ensino-medio-fica-abaixo-da-meta-nas-escolas-do-brasil.ghtml

9 comentários:

  1. Acordei lendo duas boas notícias:
    1) Cunha cassado e oito anos inelegível.
    2) Dilma inelegível por oito anos independentemente do fatiamento no senado.


    http://www.diariodopoder.com.br/coluna.php

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  2. Prezado amigo, não sei como você chegou a essa conclusão :

    "Esta opinião - a educação ser o vetor do desenvolvimento e da felicidade geral - já não tem o (quase) consenso que havia até pouco tempo, em especial entre os mais jovens. O desânimo, o ceticismo, está tomando conta do segmento social que pensa e age (15 aos 30 anos)."

    Posso estar lendo pouco as colunas - e realmente estou. Posso não estar vendo debates na mídia - e realmente tenho evitado.

    Meu universo de observação resume-se à minha família, aos colegas de trabalho (muitos são jovens) e ao bate papo com alguns poucos amigos. E para todos, para 100% deles, a Educação é o principal pilar de um processo de desenvolvimento sustentável, de reversão nesse lamaçal todo que suja nossa sociedade.

    Existem outros pilares, mas esse é o que suporta a maior carga de toda a estrutura de uma sociedade.

    Agora, definir qual o papel do Estado nessa estrutura complexa, aí já é um super debate, que na minha visão, deveria começar pelo profundo estudo dos casos de sucesso no planeta, e o desenho de um projeto de muito longo prazo de implantação e implementação.

    O problema na implementação de um projeto dessa magnitude é que ele só funciona em regimes parlamentaristas, ou em monarquias. Ou seja, ESQUEÇAM uma mudança dessas no Brasil Bandido.

    Daí surge o desânimo e o ceticismo mencionados no post, como uma consequência dessa impotência da sociedade de sequer poder sonhar com o modelo. Mas não atinge somente os jovens ... atinge a todos do BEM, independente da idade.

    Nosso DNA é esse que está aí. Infelizmente.






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  3. Talvez eu não tenha sido suficientemente claro em minha análise.
    O ponto é que a juventude vem sendo empprenhada pelos ouvidos por professores de vocação de esquerda que têm esta visão da obrigação do Estado prover tudo.
    Os jovens com os quais tenho contato só querem contestar. Nada propõem de construtivo, não se privam, não pensam no futuro.

    Ask not what your country can do for you, ask what you can do for your country." - John F. Kennedy

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  4. Com as temperaturas deste inverno, quem precisa de verão?

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  5. Realmente, Gusmão. Hoje andei muito á pé na cidade, para ir ao Fórum, Cartórios etc, e sofri sob um sol escaldante. A pele do rosto chegou a arder.

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  6. Esse comentário do amigo Gusmão foi para desviar o assunto do post ? kkkkkkkkkkkkkkk

    Ou será que todo esse contexto também afeta o clima ?

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  7. A economia nacional está em agonia:
    Seis em cada dez empresas fecham antes de completarem 5 anos de existência:

    http://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/2016/09/14/de-cada-dez-empresas-seis-fecham-antes-de-completar-5-anos-aponta-ibge.htm

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  8. Água nos calcanhares.


    http://paranaportal.uol.com.br/operacao-lava-jato/ex-presidente-lula-marisa-paulo-okamoto-e-outros-tres-sao-denunciados-na-lava-jato/

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  9. Se é por falta de adeus, vão todos os seis para a PQP, sem volta.

    Espero que paguem a grana que tomaram emprestado ao BNDES.

    "Em seu primeiro discurso na ONU, nesta terça-feira (20), o presidente Michel Temer foi alvo de protesto das delegações do Equador, Costa Rica, Bolivia, Venezuela, Cuba e Nicarágua. As informações são do "Telesur".

    Após Temer ser chamado a falar, os representantes dos países se levantaram e deixaram o auditório. Alguns foram além e gritaram "Fora, Temer". Um vídeo publicado na página do site latino-americano no YouTube registrou o momento."

    http://www.redetv.uol.com.br/jornalismo/politica/seis-delegacoes-protestam-contra-michel-temer-em-discurso-na-onu-veja-video

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