Tudo poderia ser mais bacana

Por
RIVA

Em casa a semana toda fazendo homeoffice por conta de “problemas operacionais” na empresa, que algo me diz serão duradouros. Então tem aquela volta no quarteirão, nos quarteirões, no bairro todo, no calçadão, todos os dias.

Como bom observador e crítico ferrenho, sem exagero, não consigo enxergar uma coisa boa para contar aqui para vocês.

Calçadas esburacadas e desniveladas, sujas, jardineiras mal cuidadas (foram antes destroçadas pela prefeitura), postes prontos para cair, camelôs, gente mal educada, gente mal humorada (e com razão, certamente), trânsito infernal, estacionamentos irregulares, bueiros entupidos com lixo, desordem urbana total.

Dezenas de lojas fechando, placas de “aluga-se”, liquidação total para tudo (menos para remédios nas farmácias e alimentos no supermercado).

Obras irregulares, desrespeito aos horários de silêncio, até os mosquitos descacetaram. Não respeitam nem temem repelentes, em velhas ou novas fórmulas, agora mordem até o olho da gente. Um inferno.

O verão também perdeu o respeito pelo inverno, e o sol perdeu respeito pela chuva.

E o pior de tudo, o governo perdeu o respeito pela sua população, até pelos que nele votaram. Resultado ? Até o nordeste se voltou contra ela, a Enganadora, com brutais 71% de rejeição.

Tudo isso poderia ser mais bacana, mais suave, com dias mais felizes, com o dólar caindo e a Bolsa subindo, se ela renunciasse e nos privasse de um doloroso e caro processo de impeachment. Menos seria mais. Mais do mesmo, mas um mesmo menos ruim.

Tenho certeza que isso acontecendo, numa voltinha no quarteirão, eu não perceberia tanto as calçadas desniveladas e sujas, os postes tortos, as investidas dos loucos mosquitos suicidas, talvez o sol desse uma canja para uma chuvinha aqui e outra ali, para um verão com mais água, e as lojas arrancassem as placas de “aluga-se”.

Talvez até o Vasco se livrasse do rebaixamento no fim do ano. Tudo seria mais bacana.