Abstraiam a simpatia ou antipatia pelo autor/interprete e procurem não avaliar a qualidade musical/artística.
A ideia, aqui, é apenas homenagear os pais, vivos ou mortos; e isto pode ser alcançado nas letras destas músicas. São visões e recados distintos que abrangem um amplo espectro de experiências pessoais.
Aos filhos, de qualquer idade, que nos leem, envio um recado que se origina no fundo de meu coração: respeitem, convivam e amem seus pais o mais que possam. A dor da perda não passa, não há tratamento possível. O tempo, bem, o tempo atenua é certo, mas haverá momentos em que o sentimento de culpa irá aflorar em suas mentes.
Porque depois da morte, e/ou também se sobrevier a perda das funções cognitivas e a memória dele falhar, sempre lamentarão, nos momentos de lembranças, não ter dado a ele alegrias, oportunidade de se orgulhar e de terem dito simplesmente: pai eu te amo!
Abaixo canções alusivas, com as letras e links para os áudios.
Espelho
João
Nogueira
"Nascido
no subúrbio nos melhores dias
Com
votos da família de vida feliz
Andar
e pilotar um pássaro de aço
Sonhava
ao fim do dia ao me descer cansaço
Com
as fardas mais bonitas desse meu país
O
pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria
e parecia mesmo ser feliz
Eh,
vida boa
Quanto
tempo faz
Que
felicidade!
E
que vontade de tocar viola de verdade
E
de fazer canções como as que fez meu pai (Bis)
Num
dia de tristeza me faltou o velho
E
falta lhe confesso que ainda hoje faz
E
me abracei na bola e pensei ser um dia
Um
craque da pelota ao me tornar rapaz
Um
dia chutei mal e machuquei o dedo
E
sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi
mais uma vontade que ficou pra trás
Eh,
vida à toa
Vai
no tempo vai
E
eu sem ter maldade
Na
inocência de criança de tão pouca idade
Troquei
de mal com Deus por me levar meu pai (Bis)
E
assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo
na rua, na escola e no lar
Um
dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em
toda brincadeira, em briga, em namorar
Até
que um dia eu tive que largar o estudo
E
trabalhar na rua sustentando tudo
Assim
sem perceber eu era adulto já
Eh,
vida voa
Vai
no tempo, vai
Ai,
mas que saudade
Mas
eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E
orgulho de seu filho ser igual seu pai
Pois
me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas
tão habituado com o adverso
Eu
temo se um dia me machuca o verso
E
o meu medo maior é o espelho se quebrar (Bis)"
Assistam e ouçam em:
Naquela
Mesa
Sérgio
Bittencourt
"Naquela
mesa ele sentava sempre
E
me dizia sempre, o que é viver melhor.
Naquela
mesa ele contava histórias,
Que
hoje na memória eu guardo e sei de cor.
Naquela
mesa ele juntava gente
E
contava contente o que fez de manhã.
E
nos seus olhos era tanto brilho,
Que
mais que seu filho, eu fiquei seu fã.
Eu
não sabia que doía tanto
Uma
mesa no canto, uma casa e um jardim.
Se
eu soubesse o quanto doi a vida,
Essa
dor tão doída não doía assim.
Agora
resta uma mesa na sala
E
hoje ninguem mais fala no seu bandolim.
Naquela
mesa tá faltando ele
E
a saudade dele tá doendo em mim".
Assistam e ouçam em:
Pai
Fábio
Jr.
"Pai
Pode
ser que daqui algum tempo
Haja
tempo pra gente ser mais
Muito
mais que dois grandes amigos
Pai
e filho talvez
Pai
Pode
ser que daí você sinta
Qualquer
coisa entre esses 20 ou 30
Longos
anos em busca de paz
Pai
Pode
crer eu tô bem, eu vou indo
Tô
tentando vivendo e pedindo
Com
loucura pra você renascer
Pai
Eu
não faço questão de ser tudo
Só
não quero e não vou ficar mudo
Pra
falar de amor pra você
Pai
Senta
aqui que o jantar tá mesa
Fala
um pouco tua voz tá tão presa
Nos
ensina esse jogo da vida
Onde
vida só paga pra ver
Pai
Me
perdoa essa insegurança
É
que eu não sou mais aquela criança
Que
um dia morrendo de medo
Nos
seus braços você fez segredo
Nos
seus passos você foi mais eu
Pai
Eu
cresci e não houve outro jeito
Quero
só recostar no teu peito
Pra
pedir pra você ir lá em casa
E
brincar de vovô com meu filho
No
tapete da sala de estar
Pai
Você
foi meu herói, meu bandido
Hoje
é mais muito mais que um amigo
Nem
você, nem ninguém tá sozinho
Você
faz parte desse caminho
Que
hoje eu sigo em paz"
Vejam e ouçam em:
O calçadão, de onde acabo de chegar da caminhada, está coalhado de folhas das amendoeiras. Olhando-se para as copas, já com alguns galhos inteiramente expostos, vê-se uma vermelhidão que prenuncia que no próximo domingo aquelas folhas já não estarão prezas as suas origens.
ResponderExcluirAssim é a natureza da qual somos parte integrante, com a diferença que somos seres pensantes (ou pensamos que somos).
Vejam que vídeo interessante sobre os pais.
ResponderExcluirhttp://www.papaipop.com.br/
Feliz dia dos pais para todos que leem este blog.
Te amo, pai!
ResponderExcluirSua referência às amendoeiras foi perfeita.
ResponderExcluirApenas diria que a dor da perda passa sim, com o tempo, e se transforma em saudade. Mas não dor. Saudade boa, saudade triste, de momentos bacanas, de oportunidades desperdiçadas, de tanta coisa. Mas não acho que seja dor.
Vamos desaparecer também, em alguns anos, e o sentimento dos meus filhos será o mesmo. Uma dor que se transformará em saudade de tudo que passamos juntos.
Como as amendoeiras.
Bj no coração de todos os papais que acessam esse blog.
Também te amo, Ricardo. E você sabe disso.
ResponderExcluirBeijo
Renato Maurício Prado, colunista esportivo do GLOBO, fez hoje uma bela homenagem a seu pai em sua coluna. Vale a leitura.
ResponderExcluirPS : ele é um insuportável torcedor Daquele Time do Mal
#VaiDilma
#VemPatricia
#FicaCristovao