Por
Ana Maria Carrano
O
Brasil, em seus 8.515.767,049 Km²,
possui 5570 municípios que se subdividem numa infinidade de distritos.
Com
essa dimensão continental e com diferentes formas de ocupação e colonização, é
natural que encontremos uma diversidade de aspectos culturais entre Regiões e
até mesmo dentro de alguns Estados.
O
Brasil é um mundo, e nesse nosso mundinho encontramos maravilhosas paisagens,
música e danças características, dialetos e formas de comunicação específicas
de cada micro região.
Viajei
pouco pelo nosso país, mas, em minhas andanças, me depararei com cidades pitorescas,
com um povo inteligente e histórias interessantes.
No
início do ano 2002 conheci um município no noroeste do Estado de São Paulo
chamado Itajobi.
Aparentemente
nada de interessante poderia se esperar daquela tranquila cidadezinha de menos
de 15.000 mil habitantes (IBGE/2010), que embora apresente crescimento na
indústria de confecção e metalurgia, possui melhor desempenho na agricultura,
sendo conhecida com a
“Capital Mundial do Limão".
Itajobi é
uma palavra indígena que significa algo como “rio de pedras amarelas” e a
cidadezinha está encravada no noroeste paulista distando 395 km da capital.
As
estradas do interior paulista eram à época em que por lá passei, bem
conservadas, inclusive as vicinais importantes para o escoamento da produção.
O povo de
região é hospitaleiro e surpreendentemente bem humorado. Muitas histórias
engraçadas, contadas de forma divertida escutei, em tardes modorrentas regadas
a cerveja.
Sim.
Bebe-se muito no interior do Brasil.
Mas não é
a comida ou a bebida que me leva a registrar minha passagem por lá.
Itajobi
ficou conhecida na década de 80, quando o pároco Osmar Ticianell mandou
pintar cenas polêmicas e frases que chocaram a população. Dizia o padre Osmar
que as cenas, pintadas pelo artista espanhol José Sanches, serviam de alerta
aos paroquiamos, pois retratavam o que passariam sob o domínio do diabo. Tipo:
isso não deve ser copiado. Depois do choque inicial, os moradores se acostumaram
com a “decoração” da Matriz.
Eis, porém que em 2007 um
novo pastor chegou à cidade e indignado com tal blasfêmia, mandou raspar as já
famosas ilustrações.
O protesto foi enorme e o
caso repercutiu inclusive na rede globo: https://youtu.be/ZghCP7XVQAI
Infelizmente nada pode ser
restaurado graças à censura de um jovem padre.
Itajobi continua
tranquila, próspera, mas com uma Igreja branca como preferem os puristas.
Hoje é feriado nos USA. Data importante para eles.
ResponderExcluirNós também precisamos nos libertar do PT, Dilma, Lula et caterva. E então celebraremos a caráter.
Quanto a Itajobi fico sempre impressionado como todas as cidades, por menores que sejam têm, tradições, lendas, costumes característicos e atrações especiais. Naquelas bandas conheço Catanduva.
Parabéns aos itajobienses. Se houver algum aqui de passagem dá um alô para nós.
E eu que pensava que apenas radicais islâmicos do EI eram capazes de destruir obras de arte por conta de suas convicções extremadas...
ResponderExcluirA Santa Inquisição também aprontou.
ResponderExcluirFoi por causa dela que temos evangélicos aos montes, derivados dos protestantes.
ResponderExcluirAliás, Calvino e Lutero devem também estar se revirando nas tumbas, pois que assim como Igreja Católica desvirtuou os ensinamentos de Cristo nos tempos idos, o mesmo faz hoje no Brasil grande parte dos evangélicos - à exceção de algumas vertentes mais conservadoras.
Vende-se hoje terrenos no céu como se vendia indulgências antigamente.
Lembrei-me de quando frequentava Bom Jesus do Itabapoana, década de 70, interior do RJ.
ResponderExcluirA igreja da cidade tinha um padre que obrigava os homens a sentarem de um lado da igreja, e as mulheres do outro.
Também lembro quando na piscina do clube da cidade (acho que era o Fluminense local), um diretor do clube veio falar comigo para pedir à noiva de um amigo meu para se retirar do clube. Motivo ? O biquini que ela usava.
Não precisa ir tão longe, Riva.
ResponderExcluirNo início da década de 1970 comprei um apartamento na Rua Miguel de Frias, 245.
Morava no prédio, recém-construído, o famoso delegado Belot, que era contra mulher usar biquine.
Pois bem, eleito síndico, uma das suas primeira providências foi proibir que as mulheres moradoras do condomínio saíssem do prédio de maio ou shortinho. Deveriam sair com as pernas cobertas e só na praia poderiam exibi-las mostrar.
Isso em Niterói.
Convocada uma AGE o pau comeu. O cara era um tresloucado embora fosse, afirmavam, honesto.
Talvez meu avô tenha sido um delegado rígido demais, mas sem duvida um homem honrado.
ExcluirEscuto histórias engraçadas como esta em lugares que muitas vezes nem imaginava que ele havia pisado, e para minha felicidade, a maioria em tom de saudade/gratidão.
Do delegado Moacir Bellot tenho 2 recordações :
ResponderExcluir1) O filho dele, que esqueci o nome, foi o único torcedor do Bangu que conheci na minha vida !!
2) Ele chefiava a delegacia de polícia da rua Paulo César, perto da minha casa no Pé Pequeno, e quando reclamavam do nosso futebol de rua, ele mandava uma Rádio Patrulha com uns 3 policiais para pegar a bola e acabar com o nosso jogo.
Vocês lembram de uma brincadeira, que não sei porque, tinha o nome de URSO ? Olha o urso, olha o urso, todos gritavam, lançando alguma coisa pelo alto, de uma pessoa para outra, evitando que o URSO pegasse.
Pois foi o que fizemos com a bola com os 3 policiais da Rádio Patrulha tentando pegar a nossa bola do racha da Rua Itaperuna. No fim, jogamos a bola dentro da casa de um amigo, para desespero dos policiais. Éramos todos menores de idade, e eles nada podiam fazer conosco - naquela época.
O torcedor do Bangu é meu pai e hoje é vascaíno doente!
ExcluirCoitado.. Era melhor continuar torcendo para o Bangu. Rs
Festa chilena !!!!!!!!!!!!!!!!!! merecido !
ResponderExcluirMerecido mesmo.
ResponderExcluirVoltando ao Belot, Riva, não sei se você lembra mas ele esteve preso na Fortaleza de Santa Cruz porque mandou prender um capitão do exército que estacionou o carro no 77º Distrito, onde estava lotado o folclórico delegado.
Deu azar porque o general comandante da região militar era pai do capitão preso. Uma tropa do exército foi lá e prendeu o delegado.
Quando Belot foi posto em liberdade foi transferido para Cabo Frio se não em engano.
Lembro vagamente do episódio sim !
ResponderExcluirA 77 DP era essa na Rua Paulo Cesar, numa casa de 2 andares perto do ABEL.
Bellot andava sempre num jipe com capota de lona, da polícia civil, preto e branco.
PS : e a Argentina vai para 25 anos sem ganhar NADA !!
A Argentina tem bons jogadores mas não tem time, equipe. As jogadas deles são: 1) joga no Messi que ele resolve; 2) joga no Di María e deixa ele correr na desembalada.
ResponderExcluirSó que os adversários já sabem.
Por isso a Argentina é bi-vice: na Copa do Mundo e na Copa América.
Mascherano vem em meu socorro e corrige: este é o sexto vice da Argentina.
ResponderExcluirhttp://globoesporte.globo.com/futebol/copa-america/noticia/2015/07/mascherano-desabafa-apos-quinto-vice-seguido-da-argentina-tortura.html
Messi crucificado na Argentina:
ResponderExcluirhttp://globoesporte.globo.com/futebol/copa-america/noticia/2015/07/jornal-argentino-nao-perdoa-messi-por-novo-vice-nao-nos-representa.html
Minha falecida mãe Helga morou um tempo em Itajobi. Por conta disso conheço a igreja citada no artigo. Vão escrever sobre outras cidades do interior do Brasil? Sugiro Cruz Alta, pequena mas rica em história gaúcha.
ResponderExcluirSua mãe frequentou algumas vezes este espaço virtual.
ResponderExcluirInclusive, certa feita, mencionou as divergências turística entre vocês e o gosto por cidades a visitar. Se bem me lembro foi a propósito de Las Vegas.
Foi sim, agora confirmei, sobre a cidade dos cassinos e shows deslumbrantes. Veja em:
http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2013/08/las-vegas-2013.html
Cara Herta,
ResponderExcluirSua mãe deve ter convivido, em Itajobi, com alguma amiga que, por sua vez, era amiga de minha irmã (morou algum tempo em Catanduva).
Por isso, certamente, chegou até o blog. Deve ter sido este o caminho.
Sentimos por sua perda, mas desejamos que o espírito dela siga o seu caminho com muita luz.
Apareça aqui quando queira.
Que houve? Parou em Itajobi e ficou? Pensei que seria uma série sobre municípios, suas tradições e suas peculiaridades.
ResponderExcluir(SP)
Marcelo,
ResponderExcluirObrigado pela visita virtual e pelos comentários esclarecedores.
Seu avô foi, sim, síndico do edifício na Rua Miguel de Frias, logo após a entrega das chaves aos adquirentes. Estive em uma única assembleia geral com a participação dele, exatamente quando algumas mulheres, moradoras do condomínio, reclamavam da proibição de transitarem nas área comuns, com destino à praia, usando maiô ou shortinho.
Embora tenhamos convivido num curtíssimo espaço de tempo, pois em pouco menos de dois anos mudei para São Paulo (e vendi o apartamento), sua reputação era de um policial íntegro. Extravagante e excêntrico para alguns, meio folclórico para outros por conta destas decisões, digamos, mais controvertidas.
Mas ser honrado, no Brasil, é uma virtude.
Volte se e quando julgar oportuno.
Que feliz coincidência! Navegando pela internet, depois de buscar o nome do meu finado e saudoso avô, Moacir Bellot, me deparo com nada mais nada menos que mais algumas de suas dezenas de histórias e comentada ainda por meu irmão! rsrsrs Não posso deixar de comentar! De fato era um homem de opiniões muito marcantes, como disse o Sr. Jorge, "extravagante e excêntrico para alguns, meio folclórico para outros...", mas um grande homem, dotado de um coração e uma bondade que não cabiam em seus 1 metro e 64 centímetros de altura!
ResponderExcluirObrigado, Felipe, pela visita virtual e pelo comentário.
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