Por
Ana Maria Carrano
Sou uma pessoa abençoada. Nasci em uma família que embora
pobre financeiramente, era rica em idealismo, sonhos e vontade de aprender.
Meus pais com pouca instrução formal tinham como objetivo dar
oportunidade aos filhos de estudo e conhecimento. A Escola ou Colégio eram
prioridades. Nenhum dos filhos foi instado a trabalhar antes dos 18 anos. Pelo
contrário, éramos desestimulados de qualquer atividade laborativa, que, segundo
nosso pai, nos afastaria dos livros.
Os irmãos que tive me proporcionaram o embate e o carinho
importantes para a formação de uma jovem.
Logo, como dizem os vencedores de games e concursos, meu
primeiro agradecimento vai para Deus que me deu a família que, na ordem, recebe
minha gratidão em segundo lugar.
Por toda minha vida fui ajudada e orientada por anjos que
cruzaram meu caminho.
Isso deve ter acontecido desde a infância, mas só na entrada
na idade adulta pude reconhecê-los.
Foi uma mão desconhecida que segurou meu braço me impedindo de
atravessar uma rua, bem em frente a um carro em movimento; um burocrata que
teve paciência e interesse em procurar um processo e desembaraça-lo; uma
professora que me ofereceu um teste vocacional por acreditar que eu precisava
de uma luz nessa escolha.
Por conta da aprovação no concurso de Ingresso ao Magistério
do Estado, vim trabalhar em Teresópolis em 1965. Sem dinheiro, sem a presença
reconfortante da família num cidade estranha, fui adotada (juntamente com
outras 3 moças de Niterói) por um casal, donos de um bar na Av. Parque Regadas.
Lá tivemos nossos aniversários comemorados, ganhávamos dose extra de café com
leite e muito, mas muito carinho.
Em 1969, tendo terminado o Curso de Serviço Social e
precisando de trabalho na área (era professora primária insatisfeita) fui convidada
por Georgette Rosa Chagas que coordenava o trabalho de campo do Projeto
Saldanha da Gama da Marinha do Brasil, para supervisionar estagiários.
No ano seguinte, aprovada num concurso para o INSS, fiquei
sob a chefia de Hayméa Moura que me impulsionou para o trabalho junto a
comunidades carentes.
Estas duas assistentes sociais me ensinaram algo mais que não
se aprende na escola, e o ensinamento não foi com orientação, foi com
apresentação de desafios, cobranças e exigências.
Por conta dessas duas orientadoras, me tornei uma
profissional respeitada pelos meus pares.
Pra mim, estas pessoas e outras que não me lembro no momento,
são anjos sem asas. Pessoas que foram colocadas em minha vida como amigos,
amores, professores, funcionários e tantas outras posições.
Todos os dias sou ajudada por conhecidos ou desconhecidos e
agradeço ao Riva, que com seu post me deu ensejo de trazer a público a gratidão
que sinto.
Nota do editor: post do Riva em:
Um anjo falando de outros... assim que vejo seu post Ana Maria.
ResponderExcluirVocê foi um anjo (e é!)que entrou na minha vida e consequentemente na de João também.
Sou grata por tê-la por perto. Por me ajudar a ser uma pessoa melhor a cada dia que passa.
Isso é amizade e a fantástica troca que propicia. Mas vc tem razão. Amigos de verdade são sempre anjos, da mesma falange que nós. rs
ResponderExcluirUé, já tinha ouvido falar que anjo não tem costas. Agora fico sabendo que não tem asas também.
ResponderExcluirQualquer dia estarão dizendo que o anjo perdeu a cabeça (rs).
Pelo que vejo vc não entende nada de anjos. Existem várias qualidades, espécies e funções. Alguns coloridos como o Azul, outros parcialmente como os de cara preta. Temos os de asfalto e os da guerra; os em ascensão e os caídos.
ResponderExcluirSem assas são os mais comuns quando encarnados neste planeta.
Essa não é a aquela senhora risonha?
ResponderExcluirCadê a outra foto?
He he he he
Estão me boicotando Anônimo. Não querem que eu receba citações pelo meu sorriso. rs
ResponderExcluirQue boicote que nada. Na qualidade de editor informo que a seleção dos posts é feita na base do conteúdo, da mensagem contida no texto, e não no retratinho do autor.
ResponderExcluirTanto que os posts do blogueiro não são publicados com foto do autor.
Falar em boicote é assacar aleivosia contra o editor, e poderá ter que responder em juízo.
Nossa! Fui me meter logo com um advogado. Desculpe "dotô".
ResponderExcluirGostei demais do seu post, e do título .... perfeito, Ana.
ResponderExcluirQuando você falou de anjos sem asas, lembrei imediatamente de um episódio comigo, em 1969 ou 70.
Eu namorava uma menina, Margareth, que era a Rainha do Liceu na época, e ela morava em São Gonçalo. Para ir na casa dela, eu tinha que atravessar a linha do trem com o carro.
De noite, tipo 20h, parei o carro antes da linha do trem, olhei para um lado, olhei para o outro ... nada ... acelerei e ouvi uma vozinha : Olha o trem moço ! Era uma menina de uns 8 anos, num vestido amarelo bem claro.
Freei(ou freiei) o carro, e o trem passou a toda velocidade a 1 metro da frente do meu carro (Itamaraty do meu pai).
O trem passou, a menina desapareceu, e eu renasci .....