“Eurico, o Presbítero”

Não, não comentarei o famoso romance de Alexandre  Herculano, até porque não li a obra.

Ao tempo em que me reparava para o vestibular que filtrava o ingresso na Faculdade de Direito, bem no início da década de 1960, tive que aprender um pouco sobre literatura em língua portuguesa, fossem livros de escritores lusitanos, fossem de romancista ou contistas brasileiros.

Eça de Queiroz e Machado de Assis eram moleza. Conhecidos, de certo modo populares, suas obras eram discutidas, adaptadas para séries televisivas e filmes.

Quem pelo menos não ouvira falar da suposta traição de Capitu. Traiu ou não traiu? Enigma que  intrigava aos que liam Dom Casmurro. Betinho foi ou não foi traído?

Quem não teve curiosidade de ler o livro para saber qual foi o "crime" do Padre Amaro, no romance de mesmo nome, embora desconfiando qual seria?

Mas no programa do vestibular que já publiquei aqui no blog, constavam outros poetas e romancistas menos badalados e conhecidos da grande maioria dos jovens vestibulandos. Eu inclusive.

Nem desconfiava da existência de Antero de Quental, Camilo Castelo Branco e Alexandre Herculano, por exemplo. Li, entretanto, destes e de outros autores a resenha, a síntese, das obras principais. Por isso sei um pouco do romance de Herculano.

Ou seja, até então, minha literatura em língua portuguesa estava restrita a Jorge Amado, Érico Veríssimo e Lima Barreto. Não que fosse pouco.

Os clássicos da literatura universal traduzidos para o português, e disponíveis na Biblioteca Pública que fica  defronte ao Liceu Nilo Peçanha (do outro lado da Praça da República) já lera alguns.

Bem, se não vou comentar o Eurico, o Presbítero, que Eurico é este do título? O Eurico em questão não virou padre e portanto nunca fez voto de castidade. Creio, inclusive que nunca foi apaixonado por uma Hemengarda.

Um eventual ponto de contato entre o Eurico de Herculano e o Eurico do Vasco, seria o fato de que se o primeiro se transformou  no Cavaleiro Negro, protagonista de muitas façanhas de guerras e que conseguiu, passados alguns anos, resgatar seu amor, a bela Hemengarda, então mantida em cativeiro pelos árabes, ao segundo Eurico cabe a  missão, que já assumiu e proclamou, de resgatar o respeito pelo Gigante da Colina.

Casaca, casaca, casaca!!! Quero de volta nossa dignidade de cruzmaltinos.