Por
Alessandra Tappes
No escurinho do cinema chupando drops de anis longe de
qualquer problema perto de um final feliz...
Cinema mudo, falado, dançado, animado. Cinema erótico,
romântico, fictício. Tudo isso é arte.
Artes reunidas em uma só designada cinema. A arte de representar, de
escrever, de dirigir, junto com a nossa de se emocionar, se realizar, sonhar e
até mesmo se frustrar.
Quem nunca chorou vendo um bom filme? E riu gargalhadas de
dar dores na barriga? Quem nunca sentiu o desejo forte de sair do cinema e
correr para uma escola de dança ao ver o casalzinho protagonista se enveredar
num campeonato de dança? E torcer pela saúde de Marley, ao descobrir que está
doente e não há nada que possa ser feito?
O cinema tem o dom de nos levar a dimensões inatingíveis.
Faz-se planos com o tema encenado: motivo de festa de 15 anos, peças encenadas nas
escolas, moda sendo extraídas das telinhas para a realidade. Sem falar nas
infinidades de outros afins.
Cenas fortes, emocionantes, alegres, tristes marcam nossa vida
igual fita métrica de mãe nos medindo a cada mês que passa. Essas medidas ficam
para sempre. E como não poderia ficar de
fora, eis as minhas películas prediletas, mas sendo mencionados por categorias.
1) Filmes que não veria novamente.
Existem filmes que me recuso a rever, já comentei em posts
aqui. Não tenho condição emocional para isso. É sério. Sofro junto, sinto a
dor, a alegria, o medo. Fico a espera e quando não se há espera, fico sem rumo
mesmo.
As Cinco Pessoas Que
Você Encontra No Céu.
Amei esse filme. Do começo ao fim. As estórias se entrelaçando, os porquês da
vida sendo respondidos de forma bem clara, só me faz acreditar cada vez mais
que somos realmente o que plantamos. Mas a minha emoção fala bem alto nesse
filme. Não consigo me imaginar revendo-o. Por mais que eu tente.
Marley E Eu. Nossa! Então o danado entra na sua
vida, faz parte do seu dia, sua família, cresce junto com as crianças e de
repente adoece e não tem cura? Credo... Nem pensar em ver novamente. Nem
pensar.
Sempre Ao Seu Lado. Esse também. A fidelidade do
cachorro, o carinho que dá ao esperar seu dono todos os dias na estação, a
companhia que se segue ao irem para casa... Sabemos que se um bichinho é bem
amado, bem aceito, ele faria igualzinho ao do filme. Mas a forma sensível que
passam na telinha, realmente me faz portá-lo a lista dos “nunca mais vistos por
mim”.
A Vida É Bela. E como é. E depois de ver esse
filme, essa frase vira até um clichê. O que é aquele pai judeu ensinando seu
filho a sobreviver no meio de um bando de nazistas num campo de concentração?
Você torce por eles do começo ao fim. Reza na verdade. Faz o menor barulho
possível. Brinca com eles. Inacreditável a alto teor de amor, sensibilidade, criatividade
nesse filme. Lindo, lindo, lindo! Mas vai lá pros filmes que choro do começo ao
fim e o meu coração fica que fica...
2) Valendo a pena ver de novo. Vamos
lá!
Minha Amada Imortal. O filme inteiro é maravilhoso. Mas
essa cena que faço questão de trazer aqui em que o passado se torna presente, Beethoven ainda menino ficar boiando no rio, lagoa, o reflexo das estrelas
e ele virar uma....uau! É uma cena e tanto! Bravo!!!
Tomates Verdes Fritos até que ponto vale uma amizade?
A Cor Púrpura. Aqui você vai do ódio ao perdão. Do
amor a raiva, da sexualidade reprimida ao desejo a flor da pele. Você torce por
dias melhores o tempo todo. E acontecem os dias melhores, depois de muito
sofrimento. Sensível mesmo.
Tootsie Um filme com um toque cômico. Um
ator desempregado que se sujeita a “mudar de sexo” para conseguir um papel numa
novela de sucesso. Nada demais nele. Mas eu simplesmente adoro! Assistiria
novamente. Vale pela trilha sonora.
Cinema Paradiso Muita ternura e riqueza no olhar do
pequeno assistente de cinema. Cada descoberta do mundo e dos filmes que surgem
na vida do pequeno Toto é na verdade desenhada aqui. Um enredo que segura
atentamente até o fim. Aí se descobre
que para ser feliz, não se precisa de muito.
Patch adms Pois é. É certo. O amor é contagioso
mesmo. Se todos os médicos tivessem um lado Patch Adams, nossa Presidenta não
precisaria importar colegas cubanos... Mas não fugindo da linha “Cinema” esse
filme para mim é um dos tantos que aprecio do Robin Williams. Sempre vale a
pena revê-lo.
A lista se estende por “ene” motivos. Mas como não quero
tornar a leitura cansativa, vou apenas citá-los:
Carmem, Lado A Lado, Um
Sonho De Liberdade, Krameer Vs Krammer, Comer, Reza E Amar. Mama Mia! (pelo ABBA vejo qualquer coisa! Só
pra ouvir as canções) Tomates Verdes
Fritos, Somente Elas, Carta Anônima.
3) Escola/Juvenil. Filmes que tínhamos
que ver para trabalho. Filmes que tínhamos apenas ver porque estavam na moda.
Eis alguns:
Os Goonies. A coragem dos garotos em busca de
um tesouro era passada de forma tão real que qualquer adolescente sentiria
vontade de sair mundo a fora a procura de aventuras. Bem familiar e bonzinho.
Conta Comigo. E mais uma aventura em nome da amizade.
Sensível e dramático. Surpreendente e intenso. Vale a pena também.
Curtindo A Vida Adoidado ah! Esse filme dispensa qualquer tipo de
apresentação. Mas quem nunca pensou um dia em tirar um dia da vida para
curti-la a embalado pelo filme?
O Nome Da Rosa. Havia um trabalho na escola. Por
trás dele uma professora maravilhosa e exigente que nos ensinava através de
livros, revistas, teatros e cinemas História. Não foi diferente com O Nome da
Rosa. Nunca mais esqueci o Feudalismo. Está nela minha inspiração...
A Missão. O mesmo aconteceu com esse filme. o
trabalho, a prof Maria Laura de História enfim. Outro detalhe do filme: a
trilha sonora. Sem comentários!
Não preciso citar terror aqui. Por isso nem vou falar nada.
Essa categoria saiu da minha vida depois que saí da adolescência. Não sei por
quê. Mas me arrepia só de pensar no que já vi.
Brasileiros? Sim, tenho gosto por filmes nacionais. Mas minha base se
resume aos atuais então, vou citá-los sem comentar:
Central do Brasil
O Quatrilho
Nosso Lar
O auto da compadecida
Memorial de Maria Moura
(minissérie)
Todos do Mazzaropi (sem exceção)
Desenhos? Todos me encantam. Todos os citados aqui em posts
anteriores foram bem colocados, que desnecessário falar novamente. É
maravilhoso ouvir o riso de uma criança ao ver um desenho animado, ver os olhos
brilhando de tanto encantamento, ser surpreendida pelos contos. Muito mais que
um mundo de descoberta. Mergulhar nesse mundo de fantasia só nos dá alegria e a
certeza que a vida realmente é bela.
Verdade Alessandra. Alguns filmes nos levam às lágrimas. Outros nos arrancam sorrisos e até mesmo sonoras gargalhadas.
ResponderExcluirDos filmes citados assisti "Tomates verdes fritos". Isso faz tem hein? Morava, então, em São Paulo, já faz mais de 20 anos.
Este filme teve indicação para o Oscar, na categoria de melhor roteiro adaptado. Não lembro se ganhou. Lembro da indicação porque também achei o roteiro bem interessante.
ResponderExcluirGostei do post, em especial a sacada de iniciar com Rita Lee (Flagra). Bem bolado. Tudo a ver.
ResponderExcluirQuanto ao "Tomates verdes fritos", para arrematar, como escrevi acima morávamos em São Paulo e no dia seguinte fomos à feira livre dominical que tinha no Campo Belo (Rua Edson), pois a Wanda queria fazer tomates verdes, fritos.
Não gostamos!
Também gosto do Mazzaropi. Na TV Brasil costumam exibir, à tarde.
ResponderExcluirJeca Tatu, que não aparece na imagem dos cartazes é muito engraçado.
Bacana o post, com essa maneira toda peculiar de Alessandra descrever emoções. E isso me faz pressentir uma das razões (talvez a principal) pela qual eu não assisto filmes. É para não deixar aflorar o vulcão dentro de mim. Tenho imensa dificuldade em lidar com emoções em geral, principalmente as minhas, e os filmes foram feitos justamente pra isso. Pra fazer você rir de gargalhadas, chorar sem querer fazê-lo, ficar aterrorizado, comovido, intensamente frustrado... Ou seja: cutuca seu íntimo e liberta os bichos.
ResponderExcluirNão, definitivamente não gosto!
Deve ser o mesmo motivo pelo qual aprecio futebol, vejo amiúde na TV mas rejeito assistir aos jogos do Vasco. Pra que libertar emoções tão... frustrantes?
Dr. Manuel, cadê você? (meu psicoterapeuta)
<:o) Freddy
Por exemplo: pra que assistir “Marley e eu”? Todo mundo diz que é uma choradeira só! Mary leu o livro e vivia de olhos vermelhos (!). Hmmm... Não, não é pra mim. Prefiro esperar pelos “50 tons de cinza” (rs rs).
ResponderExcluirAssisti ao trecho apontado no link, do filme sobre Beethoven. Realmente uma cena muito bonita. De repente deu vontade de ver não só esse, como também aquele sobre a vida de Mozart (Amadeus).
De todos os citados, só assisti “Mamma Mia!”, obviamente por causa do ABBA. Minha relação com essa banda sueca é visceral, como já relatei num post sobre música.
<:o)
Freddy
No meu post sobre filmes que apreciei, n° 3, eu acrescentei comentário sobre um “filme cabeça” que havia esquecido: “O Ponto de Mutação”, de Bernt Kapra baseado em livro de seu irmão Fritjof Kapra. É política do princípio ao fim e, para aguçar interesse, se passa inteiramente no Monte St. Michel, na França. Só isso já vale metade do filme!
ResponderExcluirVersão integral com subtítulos em português (qualidade 480p):
https://www.youtube.com/watch?v=7tVsIZSpOdI
Versão integral sem subtítulos (qualidade 480p):
https://www.youtube.com/watch?v=Uec1CX-6A38
<:o)
Freddy
Meu Deus! Minha mulher confessa, publicamente, que gosta dos filmes do Mazzaropi.
ResponderExcluirJá não bastava a Alassandra? (rsrsrs)
Pois é, filmes despertam nossas emoções. Em determinado momento, nos deixam cheios de coragem, em outros, nos "pelam" a alma. Se não conseguimos dominar os sentimento, não há porque se desgastar vendo filmes.
ResponderExcluirQuanto ao Mazzaropi, simplesmente adoro! Mas é aquela coisa da emoção familiar compartilhada...uma breve ida ao passado.
Tudo bem, Alessandra, ninguém é perfeito (rs). Eu por exemplo sou advogado (rs).
ResponderExcluirUma pergunta ao Freddy.
ResponderExcluirEu assisti o filme Contato e nesse filme deixa claro que ciência anda coladinha com religião.
Fiquei bem impressionada com a forma de contato que a cientista faz com seu pai já desencarnado.Num lugar digno de ser chamado de paraíso.
Esse filme é considerado de "ficção científica". Como se explica especificamente nesse caso, ela manter contato com seu pai já desencarnado? E olha que foi baseado no romance de Carl Sagan, um homem que entendia muito dos mundo estrelado.
Alessandra, já faz tempo que li e que vi Contato. Não me lembro de detalhes do enredo, mas posso opinar que não vejo nada demais. Como eu disse no preâmbulo de meu post “Filmes que apreciei -2”, é ficção (uma estória e não um relato real) científica (que usa conceitos científicos bem evidenciados no enredo). Nada impede que sejam tratados - e nos melhores livros e filmes assim é - conceitos de outra esfera, sejam sociais, políticos, econômicos, religiosos, emocionais, etc.
ResponderExcluirNo caso, como me relembra, Contato estaria fazendo uso de um conceito da religião espírita, mas isso não está fora do contexto de um enredo de FC.
A propósito de Sagan, o autor de Contato,num dos episódios de Cosmos ele escala passo a passo a escada virtual da evolução do Universo, retornando no tempo em direção ao início de tudo. A cada andar, ele abre uma portinhola e explica os conceitos científicos daquela etapa. Quando ele chega finalmente o topo, onde espera-o a derradeira portinhola, a da Criação, com o Big Bang por trás fazendo-a reverberar com seu poderio, ele tenta abri-la. Mas ela não se abre! Ele então se volta para a câmera e, com aquele seu sorriso peculiar, conclui que a ciência até sabe de quase tudo, mas que quando se trata de explicar o momento divino da criação, a porta ainda está fechada!
Abraços
Freddy
Caramba !! Nos saudosos anos 60 eu até gostava muito desses debates .... rsrsrs
ResponderExcluirObrigada Freddy pela explicação.
ResponderExcluirPelo visto a porta vai continuar fechada...."Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia." E Shakespeare estava certo.
Obrigada!
Olhaí, gente. Começamos a declinar aqui nossas preferências em matéria de filmes. Os que nos marcaram de algum modo nossa vida.
ResponderExcluirPois bem, o Artur Xexeo, comentou que foi convidado para um evento (mostra de cinema de São Paulo), chamado "Os filmes da minha vida".
Cada convidado comparece e revela para a plateia as suas preferências.
Nós, aqui, já fizemos isto.
Eles leram o blog!
ResponderExcluir<:o)
Freddy