1 de agosto de 2014

DOM MARCEL LEFEBVRE

Sempre acreditei que antigas e respeitáveis instituições resistem ao passar dos séculos, mantendo-se fortes, importantes e respeitadas, por serem alicerçadas, melhor, apoiadas,  em dois pilares: disciplina e hierarquia.
Os exemplos mais significativos seriam a Igreja e o Exercito. Todas as Igrejas e todos os exércitos. Desde a antiguidade.
Em todas as organizações, quando há quebra da hierarquia, que significa ao mesmo tempo quebra da disciplina, acontece o debacle total.
E tradições (ninguém jamais me convencerá em contrário), precisam ser respeitadas. Talvez admita algumas exceções episódicas. No geral, se der certo não havia tradição.

Acho bobagem, por exemplo, modificar embalagem de produto tradicional, conhecido, só porque o marqueteiro de plantão quer apresentar serviço.

Teria uma infinidade de casos para citar, mas irei fixar-me em um: O amido de milho, da marca Maizena.

Ora, num supermercado, um breve olhar nas prateleiras identifica logo a amarela embalagem da Maizena, que acabou por virar substantivo comum. Ninguém pede amido de milho, ou pede?

Lógico que algumas mudanças em embalagens ocorrem por causa de materiais mais modernos, ou mais baratos, ou mais leves, etc., mas o visual (cor, formato, tamanho) deveria ser preservado.
Não busco apoio para meu ponto de vista, até porque pretendo abordar coisa mais séria do que embalagem de produto de consumo popular. A ideia é só fixar uma posição sobre tradições, para melhor explicar o cerne do tema que vou enfrentar.
Quando a Igreja católica resolveu abolir o latim nas missas, colocar os padres de frente para aos fieis e introduzir cantorias acompanhadas de palmas, pensei com meus botões: que bobagem, que lambança.
Fui coroinha e embora afastado da igreja católica (e de outras também), por falta de convicção, achei que se a Igreja Romana estava perdendo fieis e seguidores, não seria a guinada dada em direção aos rituais e normas de outras seitas que iria estancar esta perda.
E muito menos resgataria e traria de volta aqueles que se debandaram para outras religiões, de quaisquer fundamentos teológicos ou filosóficos.
Ir à missa, depois disto, tendo que cumprimentar aos circunstantes, automaticamente, sem nenhum sentimento, é para mim uma coisa hipócrita. As pessoas nem se olham e quando o fazem é com desconfiança.

Torci muito pelo cardeal Lefebvre na sua resistência contra estas inovações que o Vaticano pretendia, e acabou por introduzir, nos ritos e liturgias.
Para meu contentamento, não porque pretenda voltar às missas, mas porque ainda é tempo para evitar novas fugas e atrair novos seguidores, estão cada vez mais comuns as celebrações de missas à antiga, na língua (latim) que sempre foi utilizada na liturgia, com o padre voltado para o altar, e resgatando todos os mistérios, os códigos e os dogmas que fizeram do catolicismo a fé religiosa preponderante no Brasil.

Recentemente, matéria de página inteira em jornal de grande circulação,  tratou do retorno das missas às tradições d'antanho.

Fui à Wikipedia (abaixo) para obter e apresentar um pouco da história do cardeal que resistiu bravamente, a todo risco, aos novos caminhos, tendo sido até excomungado por isso. E ele estava certo!

"Marcel Lefebvre foi um arcebispo católico francês que se notabilizou pela resistência às reformas da Igreja Católica instauradas pelo Concílio Vaticano II. Foi uma personalidade polêmica e controversa e um dos promotores do movimento tradicionalista católico. É, sobretudo, conhecido pela fundação da Fraternidade Sacerdotal de S. Pio X, que se dedica à formação de padres e ao apostolado na forma pré-conciliar.

D. Lefebvre integrou a comissão preparatória do Concílio Vaticano II. Terminado o Concílio, embora tivesse firmado todos os seus documentos, afligiam-no algumas questões entre as quais a liberdade religiosa e o ecumenismo.

 Convencido de que o Concílio conduzira a Igreja para o erro, Lefebvre colocou-se contra o que considerava a “protestantização da Igreja” Nos anos seguintes, em repetidos artigos e homilias, falou contra as novidades trazidas pelo Concílio que, na sua opinião punham em xeque a tradição da Igreja, e que eram, para ele, resultado da infiltração do espírito modernista na Igreja."

17 comentários:

  1. Saindo do assunto, mas o fato justifica, o mês que hoje está se iniciando, terá 5 sextas, 5 sábados e 5 domingos.
    Isto só acontece a cada 823 anos.
    Podem comemorar!

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  2. Mais importante que isso parece-me ser hoje o Dia Mundial da Cerveja, tradicionalmente a primeira sexta-feira de agosto. E o tempo, ao menos em Niterói, parece que se manterá firme, belo.
    Lá vamos nós!
    Cheers! Saúde! Prosit!
    <:o)
    Freddy

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  3. Julho de 2016 terá 5 sextas,sábados e domingos.
    Em 2025 teremos 5 de cada desses dias.

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  4. Ué, alguém me passou alguma coisa errada.
    Publiquei esta informação no ano passado e ninguém disse nada. Publiquei até mesmo a imagem (calendário do mês) que veio no e-mail. Leiam em:
    http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2013/11/agosto-de-2014.html

    (Selecionar e colar na barra do navegador)

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  5. Ninguém pelo visto vai à missa. Mas que é o dia da cerveja todo mundo lembrou. Foram 5 e-mails sobre o assunto.
    Estou achando que seja rezada em latim, português ou sânscrito, os fieis estão abandonando a Igreja.
    Os padres de batina faziam mais sucesso (rsrsrs).

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  6. Este post, de dezembro do ano passado, indicado abaixo, é recordista de acessos nos últimos 30 dias, aqui neste blog.
    Mas o comentário da Ana Maria colocou uma dúvida.

    http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2013/11/agosto-de-2014.html

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  7. Entre no Google e peça o calendário de 2025. Procure agosto e verifique. Aliás, foi o João Danillo que me deu a informação sobre as datas, e apenas conferi no Google.

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  8. Realmente em 2016 vai se repetir ....

    Quanto a ir a missa, tenho a impressão que o Vaticano vai ter que trabalhar muito para manter os seguidores, caso continue à margem da "evolução" do planeta Terra.

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  9. Obrigado a Ana Maria e ao Riva, que simultaneamente, no mesmo minuto, confirmam que a coincidência não é tão incomum assim.

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  10. Putz, apesar da propaganda que fiz, ainda não tomei nenhuma cerveja hoje... Estou meio fora de forma e sem estímulo, porque Mary se revelou fã de espumante e inimiga de cerveja. Ela e minha filha, que está de visita conosco desde ontem, já até tomaram um hoje e eu... nada!
    =8-/
    Freddy

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  11. O Papa Francisco deve estar comovido com sua preocupação com o futuro da Igreja Católica. kkkkk
    Quanto a mim, não sendo católica, não tenho dados suficientes para avaliar o custo benefício da volta do latim. À época da reforma, a intenção era obter maior participação dos fiéis. A aceitação foi excelente. A Renovação Carismática que teve como expoente o Pe Marcelo, introduziu maior leveza ao ritual sombrio da Santa Missa.
    Mesmo sem ser católica, cantei e orei através da música dos Pe. cantores.
    Como diz Belchior na canção "Como nossos pais". não adianta ir contra , o novo sempre vem.

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  12. Fui criado católico.
    Fica difícil mudar, mas confesso que algumas dúvidas nasceram com a maturidade e a experiência de vida.
    Um dos principais desdobramentos de ser católico é uma tendência adquirida de tristeza no cotidiano. Praticamente tudo que pode dar prazer a uma pessoa é pecado! Sabendo-se viver em constante pecado (mesmo sem nem saber porquê), obviamente ninguém consegue ser feliz.

    Difícil é mudar de religião, como disse uma vez o Dalai Lama àqueles que procuram meio que desesperados o budismo como salvação: você perde a sua referência anterior e não consegue uma posterior => ganha um tremendo vazio! A menos que se entregue de corpo e alma ao novo credo - acrescento eu, para amenizar.

    Um dia ainda hei de resolver todas essas questões.
    <:o)
    Freddy

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  13. Lamento tanto o encolhimento e, quem sabe, o fim da Igreja, quanto lamentei o teu Fluminense na terceira divisão, ou a Panair do Brasil falir.
    É trite ver o fim de uma organização, uma instituição que fez história desaparecer por incompetência administrativa.
    E alguns Papas, cá entre nós, foram tão carismáticos e competentes quanto a Dilma.
    Não tenho religião (tenho minha fé)por que como definiu o grande poeta Mario Quinta, "a religião é o caminho mais longo para chegar a Deus".

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  14. O que fomos obrigados a fazer .... também fui coroinha em algumas missas do Instituto Abel .... Quintana estava 1000% certo (aplica-se, com certeza)....embora eu não acredite na existência do Cara.
    Acredito sim na evolução de qqer espécie, aqui e em qqer outro lugar, através da Física, da Química e outras coisas mais.

    Agnus Dei, qui tolis pecata mundi, misereri nobis ....

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  15. ... dona nobis pacem

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