21 de setembro de 2013

Outras histórias do "Carioca"


Não sei se o “Carioca” era natural da cidade do Rio de Janeiro, na época com o papel de sediar a república, por isso também chamada de Distrito Federal. Deveria ser, e isto talvez justificasse o apelido. Ou não era apelido? Socorro Ricardo dos Anjos.

Pode não ser apelido porque houve uma repórter  na Globo chamada Jussara Carioca. E era nome próprio mesmo. O socorro ao Ricardo tem fundamento no fato de que ele conheceu o Carioca.

Era um passarinheiro como o Seu Bastos, mencionado pelo Riva em comentário no post anterior. Alias e a propósito, e-mails de repúdio e censura ao ato praticado pelo bando de aves de rapina de filhas alheias, devem ser endereçadas diretamente ao autor do atentado contra o melro.

Mas vamos  a outras histórias do “Carioca”.

Recapitulemos. Já mencionei que ele era investigador de polícia. Et pour cause, truculento, embora não fosse fisicamente muito forte. Mas tinha o cassetete ao seu lado.

Isto posto, história nº 1.

Na vila onde morávamos, aos dias quantos surgiu uma figura estranha, meio maltrapilha, que nas madrugadas espionava pelas janelas. As casas tinham aquelas janelas que abrem em duas bandas sendo que na parte inferior tinham venezianas e na superior vidro.

Ficando na ponta dos pés, adultos tinham como bisbilhotar o que se passava no interior. Interior, no caso, o quarto de dormir, que era o cômodo que tinha janelas voltadas para o passeio público. As casas eram padronizadas.

Não lembro quem viu pela primeira vez o vulto na janela, mas o certo é que, divulgado,  ficaram todos alarmados e preocupados porque, até naquele momento, ninguém sabia as reais intenções do tal homem.

O “Carioca” se dispôs ficar de plantão toda  a madrugada, para tentar pegar o camarada. Ficou de tocaia, na varanda de sua própria casa (todas tinham), e, com efeito, conseguiu dar um flagrante.

Pegou o sujeito e espancou-o tanto que teve que ser arrastado não sei para onde. Não vi a surra, e acho que nenhuma criança assistiu. 

Mas ficou a lenda.

Nesse lado na vila éramos 4 crianças (entre 8 e 12 anos). Eu, os irmãos Décio e Danilson, que será mencionado na próxima história do “Carioca” e o Sidney (cuja mãe foi a primeira mulher que vi inteiramente despida, com seios fartos e imensa caranguejeira – já contei no blog)*.

O cara era somente um pobre coitado. Um voyeur, meio tan-tan das ideias.

A segunda história envolve um sobrinho do Carioca, e o Danilson, irmão mais velho do Décio, de quem capturei a canária.

Defronte as casas, do lado direito da vila onde morávamos, havia um terreno que servia de quaradouro, onde nossas mães colocavam os lençóis, fronhas e toalhas, lavados com anil, para pegar bastante sol.

Mas servia também para nossas peladas, pois embora não fosse gramado, tinha um capim que aparávamos para dar aparência de grama.

Ah! Sim, fizemos balizas de dimensões menores do que o padrão. Alguém arranjou uns caibros em alguma  obra e pronto. As redes eram todas refugos, “remendadas”,  de redes de pesca.

Para atalhar a história um dia o Danilson e o Quincas (acho que era esse o nome do sobrinho do policial) tiveram uma briga. Engalfinharam-se e rolaram muito tempo entre tapas e pontapés recíprocos. Difícil dizer quem “ganhou”. Ambos saíram com hematomas.

Na manhã seguinte nossas balizas amanheceram serradas.
Represália do “Carioca”.




4 comentários:

  1. Ah !! as porradas, o "estou de mal" .... e hoje é com tiro que se resolve ! Como as coisas mudaram .....

    Nem sei de quantas "porradas" participei, mas uma que me marcou muito foi com o Mauro, irmão do Pedro (amigo do meu irmão Freddy), e metido a valentão.

    Acho que já tinha "saído na porrada" com ele umas 10 vezes, e sempre me ferrei brabo, até que um dia, não sei porque, resolvi que isso ia acabar, naquele dia.

    Cenário ? nada melhor que um "racha", com balisas (ou balizas ?) de sandálias havaianas (não existia concorrente, eram as havaianas mesmo).

    No meio do jogo, baixei o sarrafo no Mauro propositalmente, e como sempre, ele voou em cima de mim com socos e pontapés. Só dei uma no queixo, e depois outra no nariz .... sangue escorrendo ....

    Nunca mais tentou me pegar .... foi uma espécie de libertação para mim, que ainda tinha outra para planejar .... um cara da rua Itaperuna ....

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  2. Segundo o Aurélio: baliza.
    O Riva nunca escreveu para contar como pegou o outro desafeto, morador da rua Itaperuna.

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  3. Não sei pq vc voltou ao tema, mas .... vamos lá .... rsrsrs.

    O outro era o Ricardo, irmão gêmeo do Renato e irmão do Tuzica, um monstro de 18 m3 de músculo, e faixa preta de judô ... era uns 4 anos mais velho do que todos nós.

    Racha, pra variar. Times escolhidos, e vamos ao jogo no meio da rua Itaperuna, nosso Maracanã.

    Depois de algumas divididas violentas (estávamos em times diferentes, claro), partimos para a porrada. Engalfinhados, consegui uma posição por cima, que só me bastava socar os cornos do cara. E assim fiz, com extrema violência.

    Foi tão grande a violência dos meus socos no nariz do cara, que de repente senti ser porrado pelas costas .... era o mastodonte do Tuzica, separando a briga aos socos.

    Briga desfeita, cada um para um lado.... foi mais um que nunca mais se meteu comigo.

    FATO : demorei muito pra me libertar de alguns caras, tipo esses, mas consegui. Não me pergunte onde consegui determinação pra isso, mas foi assim mesmo. Na porra-louquice do foda-se o que vai acontecer depois.

    #prontofalei

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  4. Que catarse, hein?!
    Foi bom te-lo provocado a comentar a tal briga.

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