Antigamente, muito antigamente, as namoradas, as amantes, as namoradas amantes e as amantes
enamoradas escreviam cartas aos amados utilizando papel colorido, fino e
perfumado.
Hoje, acho, embora possa estar enganado, ninguém mais escreve
cartas e se o fazem não é com papel perfumado.
Há toda uma literatura epistolar valiosa constituída
de cartas de famosos personagens do mundo das artes em geral e das
letras em especial, trocadas com as pessoas pelas quais eram apaixonadas ou
tinham afinidades pessoais.
Casos como o de Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir
são bastante comuns entre personalidades
do mundo artístico, político e científico.
Por exemplo, cartas de Karl Marx para Jenny, que viria a ser
sua esposa, e de Beethoven para uma namorada não identificada.
Paro por aqui porque o ponto a que quero chegar nada tem a ver
com romances célebres e/ou amores frustrados.
A questão é a seguinte: aparecem, no blog, comentários
enviados por “Anônimos” que se utilizam desta possibilidade dada pelo programa.
Quando nos referimos a eles sempre os colocamos no gênero
masculino, como se mulheres não pudessem assinar anônimo, desde que não há a
alternativa no feminino (anônima).
Por isso comecei falando das cartas perfumadas. Quem sabe se
já tivéssemos internet com cheiro fosse possível identificar anônimos do sexo
feminino pelo perfume. Talvez não!
Assim como penso não haver mais mercado para papeis de carta
perfumados, penso não haver, também, para as lojas que fazem revelações
fotográficas.
Havia uma grande que vendia além de filmes e álbuns, todos os
apetrechos necessários, como pilhas e porta-retratos.
Quantas vezes para entregar os rolinhos, tive que enfrentar
pequenas filas, principalmente às segundas-feiras.
Quando eu ficava muito tempo sem ir a Cachoeiro para namorar, enviava muitas cartas e recebia outras tantas em papel acetinado, algumas das quais com fotos mais recentes, tiradas com câmeras Xereta.
Nos tempos que correm teríamos o Skype, as redes sociais e os emails com fotos digitais.
Será que a emoção de esperar o carteiro chegar é a mesma de baixar os emails?
Antigamente tínhamos as telas comuns, 2D. Depois vieram as 3D, em TVs ou computadores. Alguns acrescentam sensação de movimento, muito comum em atrações de Orlando. Em casa, conseguimos algo mais de realismo com o som 5.1 e um bom subwoofer, que pode fazer sua sala e seu corpo vibrarem. Somando à visão 3D, fica bem interessante.
ResponderExcluirFica faltando acrescentar o cheiro, para chegar mais próximo à realidade. Já há estudos a respeito, mas o mercado tem de aprovar (custo x benefício). Aí sim, você poderia ter os e-mails e até filmes com odores (agradáveis ou desagradáveis, infelizmente), e as desejadas cartas de amor perfumadas voltariam à ordem do dia, no mundo virtual!
<:o) Freddy
Caro Freddy,
ResponderExcluirEste post foi publicado por causa de um(a)Anônimo(a), que nos provoca com comentários irreverentes.
Sempre nos referimos como sendo um homem (sexo masculino) quando muito bem pode ser uma mulher.
Aliás desconfio de duas mas não há provas, por enquanto.
Ainda escrevo e posto cartas nos Correios. Tenho duas amigas que não se familiarizaram com a tecnologia digital. O duro é que as respostas demoram...
ResponderExcluirTambém utilizo máquina com filmes. Tenho uma Yashica fantástica.
Sinto falta deste mundo maravilhoso, Ana Maria.
ResponderExcluirAntes do Armstrong chegar à lua e os poetas poderem prometer depositar o satélite aos pés das amadas. Das mulheres de cintura fina e coxas grossas, tudo sem silicone e sem recurso de photoshop.
Agora cá para nós, há que ter paciência para fotografar com a Yashica, levar para revelar, depois levar aos Correios (provavelmente franquia) e rezar para que chegue ao destino antes de você morrer.
Beijo
Me desculpe, Jorge. Vivi tudo isso e ainda utilizo essas antiguidades, mas nada como a tecnologia.
ResponderExcluirSou doida por delivery, viciada em Internet e não saio sem meu celular.
Claro que lembro das máquinas de datilografia como agente facilitador; do bonde e dos trólebus;
da goiabada em caixa e do leite de galão, mas vamos e venhamos, a vida agora é bem mais fácil.
Por falar em cartas famosas, não podemos esquecer as trocadas entre o poeta Rainer Maria Rilke e Franz Kappus,um jovem admirador e aspirante a carreira literária, que se transformaram em um dos grandes sucessos editoriais. Aliás, recomendo a leitura das "Cartas a um jovem poeta".
ResponderExcluirIncógnita identifica o sexo, já anônimo...
ResponderExcluirEste era o tema do post, inicialmente.
Posso aceitar que o sexo dos anjos, digo, o sexo dos anônimos possa ter sido a "motivação" mas não o "tema" desse post.
ResponderExcluirSobre câmeras com filme, não me faça chorar... Possuo várias que não tive o vislumbre de vender quando ainda valiam algo, de sorte que montei em Friburgo um pequeno "museu" no meu escritório. Jamais fotografarei novamente com filme, o formato digital veio para ficar.
Aliás, com o uso desenfreado de chips e software em tudo que nos cerca (em breve até dentro de nós), com a disseminação das redes sociais e a perda de privacidade, a sociedade que conhecemos em breve não mais existirá. Como costumo afirmar: não restará pedra sobre pedra!
=8-( Freddy