Gusmão
Acho que não são todos os casais, mas certamente a maioria tem, em sua intimidade em casa, segredinhos, apelidos, piadas que só eles
entendem, coisas do gênero.
Eu e Berê (como chamo minha mulher, Berenice), temos nossas brincadeiras, códigos, apelidos e piadas que somente nós achamos graça. Piadas que, contadas para os outros, ninguém
achará graça, porque faltaria conhecer o contexto.
Acho que o bom humor no trato diário quebra um pouco o
desgaste natural da relação, principalmente na aposentadoria de ambos. Há muito
contato, praticamente o dia inteiro, e é preciso amenizar a relação.
Bem, de apelidos reciprocamente colocados não falarei. Você
está é besta se vou entregar apelido meu.
Mas posso falar de outras brincadeiras e códigos que costumo
fazer e a Berê vai interpretando. Por exemplo, nunca digo que a manicure telefonou,
sempre digo que “a faxineira de unhas
ligou para você”. Assim, embora não simplifique, pois falar em “faxineira de
unha” leva mais tempo do que manicure, acho que fica jocoso.
Costumo mesmo trocar os nomes das coisas, mas tentando associação de ideias, como por exemplo pedir a água sanitária de ferimento, quando quero me referir a água oxigenada.
Costumo mesmo trocar os nomes das coisas, mas tentando associação de ideias, como por exemplo pedir a água sanitária de ferimento, quando quero me referir a água oxigenada.
De igual forma não peço diretamente para apagar o gás quando
termino o banho. Costumo perguntar “você sabe apagar o gás?” Ela sabe que estou
pedindo um favor.
Esta maneira coloquial
de trato serve para situações parecidas, como pedir para comprar o jornal na
volta do supermercado. Digo: “você sabe comprar O Globo?” E ela responde - "tudo
bem, eu compro na volta".
Quando quero saber o que há para o jantar costumo (não é todo
dia) perguntar “como chama o que vamos comer hoje?”
Ou, para variar, comento: se fossemos jantar hoje o que você estaria planejando para comermos?
Também não informo pura e simplesmente. Prefiro prometer. Tipo assim, se vou almoçar em casa: - "Posso prometer uma coisa? Venho almoçar em casa". Ou, ainda, se vou tomar banho: -"Quero te prometer uma coisa". Diz Berê, "vai promete". - "Vou tomar banho".
Ou, para variar, comento: se fossemos jantar hoje o que você estaria planejando para comermos?
Também não informo pura e simplesmente. Prefiro prometer. Tipo assim, se vou almoçar em casa: - "Posso prometer uma coisa? Venho almoçar em casa". Ou, ainda, se vou tomar banho: -"Quero te prometer uma coisa". Diz Berê, "vai promete". - "Vou tomar banho".
Por vezes finjo esquecer o nome de alguém e brinco como algo
assim: -“como é o nome daquela sua amiga?” E Berê, ainda na inocência, pergunta: - “ que amiga?” Então eu replico: - “aquela
que dá para o João toda vez que ele quer”. João, claro, é o marido da Sonia,
cujo nome fingi haver esquecido.
Outra brincadeira que gosto de fazer, é parecer sempre que eu estou opinando ou consentindo. Por exemplo, se ela diz "vou ao supermercado", digo, "Berenice, porque você não vai ao supermercado?" Ou, pior ainda, digo: você não quer ir ao supermercado?, pode ir.
Ou se ela diz vou ligar a máquina para lavar um bocado de roupa pois o cesto está cheio, eu emendo, posso te dar uma sugestão? Ela, em geral desatenta, sem malícia, pergunta: - qual? Ao que eu digo, porque você não põe um pouco de roupa na máquina para lavar?
Outra brincadeira que gosto de fazer, é parecer sempre que eu estou opinando ou consentindo. Por exemplo, se ela diz "vou ao supermercado", digo, "Berenice, porque você não vai ao supermercado?" Ou, pior ainda, digo: você não quer ir ao supermercado?, pode ir.
Ou se ela diz vou ligar a máquina para lavar um bocado de roupa pois o cesto está cheio, eu emendo, posso te dar uma sugestão? Ela, em geral desatenta, sem malícia, pergunta: - qual? Ao que eu digo, porque você não põe um pouco de roupa na máquina para lavar?
Como Berê não gosta de Maricá, que acha pequena e pobre, desde quando há anos lá tivemos uma pequena casa, e não se acha coisa alguma para comprar, quando tenho que fazer menção a alguma
cidade pequena e/ou pobre (não desenvolvida) gosto de me referir a ela como
maricá, ao invés de dizer o próprio nome da cidade. Por exemplo: -“nunca estivemos naquela maricá onde o Carrano casou”.
Sei que o Carrano casou em Cachoeiro de Itapemirim porque ele
contou em algum post. Espero que a Wanda não leia isto, porque parece que
ela é de lá.
E antes que alguém enfie um comentário sobre futebol, já me antecipo: Viva o Botafogo"
E antes que alguém enfie um comentário sobre futebol, já me antecipo: Viva o Botafogo"
Espirituoso texto!
ResponderExcluirTodos nós temos nossos códigos íntimos, Gusmão explorou o assunto com muito humor.
<:o) Freddy
Pois é, Freddy, também entre nós, não ficando repetitivo, achamos graça.A ideia é essa mesmo.
ResponderExcluirHá que improvisar e inovar.
Abraços
Não conto nossos códigos nem sob tortura. Mas eu e Wanda também os temos.
ResponderExcluirA propósito ela sabe que Cachoeiro é uma cidade pequena, como de resto o filho mais famoso da terra já cantou em versos:
"Meu pequeno Cachoeiro
Vivo só pensando em ti
......................"
Ademais, ela não nasceu na cidade. Fica frio, Gusmão.
Eis o que aprecio no blog - o bom humor!
ResponderExcluirHelga
Agradeço em nome do blog e de todos quantos colaboram com seus posts aqui publicados.
ResponderExcluirVocê já elogiou nosso senso de humor, nossa inteligência e cultura, agora falta elogiar nosso apurado gosto literário... e as fotos dos seguidores (rs).
Apelidos entre nós, nem pensar ! Tenho um nome a zelar ! rsrsrsrs
ResponderExcluirLegal seu post, meu caro.Diferente até em conteúdo, e divertido. Fora as manias que cada um de nós tem, em seu território demarcado devidamente rsrsrs .... incontáveis ! São manias à mesa, na sala, na utilização do banheiro, na cozinha, etc, etc, etc. E também fatos recorrentes engraçados do dia a dia ... exemplos ?
- por que o papel higiênico SEMPRE acaba quando sou eu que vou usar ?
- por que ninguém coloca um sabonete novo no box, deixando para mim sempre a tarefa de pegar um no armário, desembalar, etc ?
- por que minha faxineira de 35 anos de trabalho lá em casa, ainda não aprendeu a deixar nosso banquinho do box no lugar certo ?
- por que os talheres da mesa de almoço/jantar têm que ser todos iguais, pertencentes ao mesmo jogo ?
- por que o copinho de beber água da matriarca é intocável (corremos risco de vida se o utilizarmos) ?
- por que o raio do telefone tem que tocar na hora errada ? rsrsrs (e hoje rimos muito mesmo, quando isso acontece)
Poderia passar aqui o dia todo escrevendo para vcs muitas coisas engraçadas (pelo menos para nós, como diz o autor do post)sobre o nosso dia a dia.
Sds TETRAcolores (pra lembrar do futebol) ..e que os Gambás "morram" hoje hehehe ...Viva Los Hermanos !
Obrigado pessoal!
ResponderExcluirMas criei problema em casa. Terei que inventar umas gracinhas para limpar a barra (risos).
Abraços
Já que a barra já está suja, conta os apelidos que estou cheia de curiosidade. rs
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