Fingir de morto? Não!

Enganam-se os que pensam que depois dos 4x2 do Flamengo para cima do Vasco, numa partida que terminou ainda há pouco, fingirei de morto.

Fiquei chateado, claro, mas continuo esperançoso.

Analisando friamente, a conclusão é a de que o Vasco ainda não tem time estruturado para ganhar do Flamengo. Ainda.

Lamento que ainda hoje, dia 31 de janeiro,  o Vasco desmanchou aquela que seria, com certeza, a melhor zaga de área do Rio e talvez do Brasil: Dedé e Douglas.

Por 4 milhões de euros o Vasco vendeu hoje o Douglas para o Dnipro Dnipropetrovsk, da Ucrânia. Assinou contrato por cinco anos.

Bem, na situação de penúria financeira em que está e tendo segurado o Dedé, não havia muita alternativa senão vender o promissor zagueiro Douglas. Que fez muita falta hoje.  E como!

Mas vamos a alguns fatos inquestionáveis, mesmo para os apaixonados torcedores de ambas as equipes.

O Flamengo tem um goleiro, um muito bom goleiro. O Vasco não. O Flamengo jogou com dois laterais de ofício. O Vasco não; tanto o da direita (Abuda), quanto o da esquerda (Wendel), são improvisados nos setores respectivos.

O veloz atacante Rafinha, do Flamengo, tem uma virtude que o veloz atacante do Vasco, Eder Luiz, não tem. Sabe concluir em gol. A velocidade do Eder fica prejudicada pela total incapacidade de chutar em gol com precisão.

O técnico do Flamengo, que dirigiu o Vasco na segunda divisão, é muito mais experiente do que o Gaúcho, que cometeu alguns equívocos. O principal foi lançar o Tenório, sem ritmo de jogo, pois vem de grande inatividade, num jogo disputado em alta voltagem. O Leonardo, que não estava tão mal, deveria ter sido mantido, pois estava ligado na mesmo voltagem, ou seja, 220.

Voltando ao goleiro, o Alessandro, que ficou na sombra do Prass durante três temporadas, sem jogar, mostra-se inseguro e deficiente em alguns fundamentos. Do outro lado o Felipe, goleiro do Flamengo, esteve muito firme e operou algumas defesas milagrosas.

No segundo tempo, entre os 13 e os 20 minutos de jogo, o Vasco encurralou o adversário e poderia ter feito uns dois gols, não fossem as defesas do Felipe e a afobação de seus atacantes na conclusão das jogadas.

O que conta na verdade são os três pontos conquistados pelo Flamengo e o resultado que entra nas estatísticas e na história dos encontros. Ninguém lembrará que o Flamengo passou momentos de sufoco e que respeitou muito a equipe do Vasco, a ponto de fazer cera nos minutos finais, louco para o jogo terminar.