“Às 11 horas deste dia 31 de dezembro de 1964, da era cristã, de portas e
janelas abertas, na casa nº 65 da Rua 25 de março e na presença das testemunhas
adiante nomeadas e assinadas...”
Foram estas, pouco mais ou menos, as palavras do Juiz de Paz
ao celebrar a cerimônia do meu casamento civil.
O que ficou bem vivo em minha memória foi a referência “às
portas e janelas abertas”, o que na hora me pareceu algo bizarro. Mais tarde,
no curso de direito (que eu ainda frequentava quando casei), fiquei sabendo que
esta era uma imposição prevista no Código Civil.
A lei, no caso o Código Civil, exigia que o casamento fosse realizado em Cartório, com portas e janelas
abertas, em cerimônia pública e na presença de duas testemunhas. Era possível,
porque disposto na lei, realizar a cerimônia em outro prédio que não o Cartório,
inclusive particular, obedecido o mesmo ritual das "portas e janelas abertas" e,
neste caso, com a presença de quatro testemunhas.
Assinatura do registro civil. Atrás, de pé, os padrinhos/testemunhas |
Dai que os meus “padrinhos” e os da Wanda, dois casais, eram
na verdade testemunhas.
A casa 65, da rua 25
de Março, em Cachoeiro de Itapemirim, não mais existe. Foi posta no chão e deu
lugar a uma praça. Ficava na cabeceira de uma das pontes sobre o rio que dá
nome a cidade – Itapemirim.
Nosso casamento, entretanto, resiste ao tempo e estamos
prestes a completar 48 anos no próximo dia 31 de dezembro.
O casamento religioso foi realizado às 18 horas do mesmo dia e na mesma cidade de Cachoeiro de Itapemirim.
Após a cerimônia na igreja da Consolação |
Lá, em Cachoeiro (grafado assim, no masculino), há praticamente 48 anos (falta pouco mais de um mês), todos comemoravam o final do ano; eu o começo de uma nova vida, agora partilhada com minha mulher, que se tornaria mãe de meus filhos.
O ano de 1964 teve turbulência política. Revolução militar e
derrubada do governo João Goulart. Para mim foi um ano perfeito, porque
inclusive o movimento militar, naquele momento e nos moldes em que ocorreu, sem
derramamento de sangue, eu apoiava inteiramente.
Não viveria bem numa república sindicalista, de orientação
stalinista como pretendiam Goulart, Brizola e outros articuladores de menor exposição na mídia.
Mas, voltando ao casamento e ao dia 31 de dezembro, registro
que é sempre um dia muito festivo para mim. De fazer tintim com minha mulher,
como há 48 anos.
Quando completamos 40 anos de união, os filhos organizaram, de surpresa, uma comemoração. Contrataram bufê, alugaram tendas, encomendaram bolo e tiveram uma enorme dificuldade para convidar as pessoas que pretendiam estivessem presentes.
Comemoração dos 40 anos. Na foto, de blusa amarela, meu filho homônimo. |
Ou as pessoas não foram localizadas na cidade, pois muita gente viaja neste período, ou se escusaram mas não puderam comparecer por compromissos familiares, o que é compreensível.
Por isso já estou planejando para os 50 anos (Bodas de Ouro),
uma viagem para o exterior, em nova lua de mel.
Sobre isto, lua de mel, uma curiosidade: casei em 1964, mas a
lua de mel teve início no ano seguinte, 1965. Sim, porque tendo casado em 31 de dezembro de 1964, com a
festa se estendendo até às 2 da manhã, somente em 1º de janeiro de 1965 pudemos
viajar. Logo, no ano seguinte.
Nota do autor: 1)tive que fazer dois ternos, um para a cerimônia civil e outro, mais clássico (tipo jaquetão), para o casamento na igreja; 2) a casa da rua 25 de março era a residência de meus sogros; 3) as fotos do casamento foram escaneadas e depois "trabalhadas" pelo amigo, seguidor e colaborador do blog, Carlos Frederico ou Freddy, como assina.
Nota do autor: 1)tive que fazer dois ternos, um para a cerimônia civil e outro, mais clássico (tipo jaquetão), para o casamento na igreja; 2) a casa da rua 25 de março era a residência de meus sogros; 3) as fotos do casamento foram escaneadas e depois "trabalhadas" pelo amigo, seguidor e colaborador do blog, Carlos Frederico ou Freddy, como assina.
Ué, eu estava lendo a saiu do ar.
ResponderExcluirAgora retornou.
Não me surpreendo, porque também estou casado com a Berenice há muitos anos.
Somos exceção meu caro. Hoje a maioria das pessoas não casa, e quando casam a união dura muito pouco.
Cumprimentos antecipados. Não fui convidado para a comemoração dos 40 anos (rs)
Abraços
A provável explicação é que enquanto tomava o café matinal liguei o notebook para baixar e-mails e ver como ficou o post publicado (deixei programada a publicação) e verifiquei um pequeno equívoco. Acho que quando selecionei e puxei o texto para correção, ele saiu do ar. Só pode ser isso. Ou então falha do Bill Gates ou Steve Jobs.Um dos dois.
ResponderExcluirQuanto a durabilidade do casamento, acho que nem somos tão exceção assim. Aqui mesmo no blog, os colaboradores mais assíduos, como você mesmo e os irmãos Carlos e Paulo March, respectivamente Freddy e Riva, estão casados há muitos anos (com as mesmas mulheres, como eu).
Quanto ao convite para os 40 anos, digo que você não foi cogitado, mas o Paulo March foi, porque alguém (acho que da NOCE, onde ele andou especulando)informou ao meu filho que era meu cliente e bastante próximo. Você não era, na época, ainda.
Meus filhos, como eu mencionei, organizaram de surpresa e para selecionar convidados valeram-se de informações e agendas antigas.
Depois, mais tarde, fizeram um balanço me informando que muita gente não foi localizada pelos telefones disponíveis ou não podiam comparecer por viagem e outros compromissos já assumidos. E verifiquei que o Riva constava da lista original.
Grato pelos cumprimentos.
Abraço
Não casei de papel passado (é assim que se escreve?). Mas tenho uma união estável e feliz. Talvez o "casamento" estragasse a relação.
ResponderExcluirVocê está a caminho do ouro e eu ao da prata.
Saudações
:D Fernandez
Tenho muitos amigos e parentes que não casaram.
ResponderExcluirMas são casados pelos sentidos listados no Aurélio, inclusive figurados: Aliança, união.
4.Fig. Combinação, harmonia.
Os que conheço vivem em harmonia, combinam e são felizes.
Desejo paz e harmonia em sua relação.
Dizem que para um casamento durar, o ideal seria que o marido fosse surdo e a esposa cega!
ResponderExcluirBrincadeiras à parte, o amor é fundamental. Depois, a disposição em passar por cima das dezenas ou centenas de situações onde rusgas se fazem presentes, por divergências naturais. Hoje em dia, época do imediatismo, na terceira rusga o casal já acha que não combina.
Um estudo sério sobre qual é a situação mais razoável, se aturarmos as divergências por décadas ou mudar de parceiro a cada 7 anos (tempo estimado para aparecerem as grandes crises), ainda não chegou a um resultado conclusivo.
A questão da prole se resolveu, a sociedade se adaptou. Hoje em dia o que mais tem é criança com 3 pais e 2 mães, ou algo parecido. Difícil daqui pra frente será atender a requisitos de incesto, tal a diversidade de situações que as pessoas vão se deparar...
No mais, vida longa e próspera para nosso amigo Carrano (não consigo chamá-lo de Jorge) e Wanda, é o que lhes desejamos.
:-) Freddy
Obrigado, Freddy.
ResponderExcluirNão venham com 4 pedras nas mãos, quero apenas dizer como o filho pródigo de Cachoeiro: são tantas emoções!
ResponderExcluirCom efeito, se é o mesmo Anônimo dos últimos dias, temos sido um pouco impiedosos nas respostas aos seus comentários. Mas você há de convir que motivos não faltaram.
ResponderExcluirÉ verdade que o Roberto Carlos é tido e havido como o filho pródigo, o mais badalado, de quantos nasceram em Cachoeiro.
Por outro lado, os mais elitistas reputam Rubem Braga (escritor, jornalista)como o filho mais importante da terra.
Vou copiar o Rock in Rio.
ResponderExcluirCASAMENTO DO JORGE : EU FUI.
E lá vamos nós, rumo aos 50 anos de casados !!!! (4 pontos de exclamação, pois sou TETRA).
ResponderExcluirAbraçasso
Na mesma data Riv4?
ResponderExcluirNossa data é 29 de janeiro, mas estamos ainda longe dos 50. Juntos há 42 anos, e casados há 35.
ResponderExcluirabrs
Meu querido primo, quero colocar duas coisa que você não citou que aconteceram neste ano de 1964: eu ,sua prima Márcia, nascia em fevereiro deste ano (1964) e outro fato marcante...que apesar da pouca idade, nem um ano de vida, fui ao seu casamento. Mas infelizmente não pude assistir a cerimônia pois tive desidratação e fiquei de "molho".Bom pelos meus cálculos e minha própria idade você pode vir comemorar os 53 anos felizes aqui comigo comendo uma bacalhoada tradicional da família e todas as iguarias tipicas desta celebração. Eu também me lembro da Bisa Ana e participei de muitas celebrações com ela, apesar da pouca idade. Queria muito relembrá-las com você e a família. E para constar Viseu é lindo!!!!! Bjs
ResponderExcluirBem-vinda, Márcia, a este espaço.
ResponderExcluirObrigado pela visita virtual e pelo tentador convite.
Com efeito em 31 de dezembro iremos comemorara os 53 anos de casados.
Vou aguardar que você me envie imagens e comentários sobre a cidade de Viseu, para publicar à guisa de posts.
Beijo