Gusmão
(rodneygusmao@yahoo.com)
Confesso que cheguei a me entusiasmar com a novela “Cheias de
charme”. Utilizando espaço cedido pelo titular do blog, postei aqui comentário
elogioso.
Mas chega de charme. De lá para cá, com a novela na reta
final, minha opinião se não mudou inteiramente, pelo menos modificou 90 graus,
no sentido anti-horário.
É que houve um exagero nas sequências de cantorias, com
personagens e convidados do mundo musical, alguns dos quais com apelo popular, mas
que não me tocam o sentimento.
Virou quase um musical tantas as cenas de vídeos de shows e apresentações
em programas da emissora (Faustão, Luciano Hulk, Ana Maria Braga, etc).
Na verdade um truque para promover a grade da emissora ao
tempo em que estes apresentadores promoviam a novela.
De novo, e um bom filão, foi o uso da WEB, com divulgação de
clipes das músicas e personagens, para divulgar fofocas próprias da trama e
para , óbvio, intercomunicação. A internet foi quase um personagem.
Poucas vezes houve tanta inserção de merchandising quanto em
“Cheias de Charme”. Praticamente em todos os capítulos, e algumas vezes de mais
de um produto no mesmo episódio: vendiam carros, produtos de beleza, produtos
de higiene doméstica, bancos, entre as coisas que agora me ocorrem. Muito explícito e por vezes fora de contexto.
E a linguagem diferente acabou sendo deixada para trás e
aparecerem todos os clássicos clichês telenovelísticos: filhos que só conhecem os pais depois de muitos anos; falsificação de exames de DNA; sósias, triângulos amorosos
em profusão; casais de classes sociais
diferentes, mau caratismo dissimulado; enfim, um enorme cardápio de lugares
comuns.
E também as clássicas situações
de desmascaramento de personagens inocentes e honestos, e bandidos, vilões e malfeitores redimidos.
O elenco esteve bem, com destaque para a Claudia Abreu (Chayene) e Marcos Palmeira (bem no papel de
cafajeste, malandro, golpista).
Foram muitas as participações especiais. Uma apelação
aceitável, quando as aparições são bem inseridas no roteiro.
A novela teve um viés humorístico interessante, com boas
sacadas, nos diálogos e nas situações.
Não me conformo com o fato de Maria da Penha (Tais Araújo),
empreguete que ficou rica, ascendeu socialmente, tendo como melhor amiga uma
advogada e que foi trabalhar – como assessora – num escritório de advocacia,
continuar errando nas concordâncias (grosseiramente) e falando errado, como por exemplo dizendo
“mermo” ao invés de mesmo.
Foi mal. Discriminação? Se até o ex-presidente Lula deixou de
falar menas verdade, ao invés de menos verdade, bem que a pobre da Penha
poderia ter melhorado seu linguajar.
Por último, e isto me incomodou desde o início, deram muito
espaço e visibilidade para um moleque transgressor, rebelde sem causa fora de
época (estiveram em moda nos anos 1960), que causou danos ao patrimônio privado
e invadiu propriedade alheia, acabar por se dar bem e virar famoso (embora
tenha continuado marrento).
Não gostei da promoção de um pichador que ganha notoriedade, fora das páginas criminais, e vira dono de Galeria de
Arte.
E um empresário que monta um escritório de advocacia para
defender causas sociais. Paladino dos pobres e excluídos. É pura ficção mesmo.
Termina hoje, não é Gusmão?
ResponderExcluirSim, termina hoje.
ResponderExcluirNa próxima semana começa uma que fez grande sucesso no passado, tendo como protagonistas dois excelentes atores: Fernanda Montenegro e Paulo Autran. Nesta nova versão que vai começar, os atores principais serão Irene Ravache e Tony Ramos.
Prometo que não comentarei (risos).
Gusmão tem razão. A novela abusou do "merchan" e dos números musicais. Isso para nosso gosto pessoal, que creio, está alinhado com a minoria. O povão quer ver estrelas e astros inseridos nas novelas e o atendimento da globo sempre foi bombardeado com pedidos de informações sobre roupas, acessórios e decorações que aparecem na novela. Melhor então, lucrar com isso. As novelas da Globo são superproduções, com custo monumental.
ResponderExcluirÉ estranho ver a Empreguete trabalhando no escritório, ainda que no cargo de assessora, de ponte entre os advogados e a classe de empregadas domésticas.
Estranho, mas, como o autor do post ressaltou, até o Lula comete esses errinhos gramaticais.
Quanto ao todo, não gostei de algumas tramas e soluções, mas fazer o que? Tb não gosto de algumas delas na vida real.
Bem-vinda, Ana Maria.
ResponderExcluirConte-nos como encontrou os Pampas. Fazia muito frio por lá?
Pela TV, as imagens mostravam neve.
Bj.
Estou com a Ana Maria: também não gosto de muitas das soluções que a vida real escolhe para suas tramas...
ResponderExcluirBom fim de semana
Freddy
Grata pela recepção. O frio em Porto Alegre não me assustou. Igual ou até menor que o da minha serra.
ResponderExcluirQuem deve estar congelando é o Ricardo dos Anjos, lá em Nova Petrópolis.
Congelado nada. Dia claro de sol após dissipação de nuvens pela manhã. Neste exato momento
ResponderExcluir(dia 28/9, às 22h45)o termômetro marca 12ºC... Para amanhã previsão de 23ºC a máxima com mínima de 12°C
Domingo esquenta mais e a máxima atinge 28 graus.
Bem, Ricardo, para mim 12º C é frio pra burro.
ResponderExcluirPor isso não subi pra Friburgo na 3a feira. Havia previsões de "máxima" de 12 graus nos dias que seguiam (!!)
ResponderExcluirDei sorte, pois peguei uma pequena gripe e teria ficado muito mal lá em cima, na friagem...
Abraços
Freddy
Parece que, com exceção da Ana Maria, ninguém aqui assistiu a novela enfocada. Ou preferiu não se entregar.(rsrs)
ResponderExcluirBom final de semana.
Em Terê, onde deixei casa e amigos, os termômetros marcaram
ResponderExcluir-1ºC e num dia seguinte -4ºC, segundo postagens no Face. Como fiz estágio de 7 anos lá, tiro de letra o frio daqui, com geada e tudo que diz respeito. Só não nevou, embora os habitantes de Nova sonham com isso.
Esta novela está sendo reprisada.
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