7 de junho de 2012

Arquivos implacáveis III

Como já mencionei em post anterior, os pedidos de emprego partiam de vereadores, deputados estaduais e federais, senador e vice-governador.

Estes políticos não estavam, necessariamente, vinculados ao partido instalado no governo.

Se todos pedidos, de todos políticos, fossem atendidos, o quadro efetivo do Diário Oficial chegaria a um total que não caberia dentro do prédio. 

Vejam abaixo alguns casos de encaminhamentos feitos por parlamentares das instâncias federal, estadual e municipal. Os nomes dos signatários só é familiar para quem é sexagenário, dado o tempo decorrido até os dia de hoje:









6 comentários:

  1. Não basta ter mais de 60 anos. É preciso que tenha morado no lado direito de quem entra na Baia da Guanabara (antigo estado do Rio), onde estes políticos foram atuantes. Fui eleitor de 2 deles.
    Embora Vasconcelos Torres, por exemplo, tenha exercido mandato no congresso nacional. Foi senador em duas legislaturas (16 anos) e chegou a presidir a Casa.
    Naquela época os políticos eram mais decentes.
    Pelo menos buscavam emprego para eleitores, gente do povo, e não para familiares, como hoje.

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  2. Parabéns! Anônimo,
    Tudo que mencionou é verdadeiro. Sobre Vasconcelos Torres, que além dos mandatos como senador, exerceu outros como deputado federal. Só que o Congresso Nacional era logo ali, na Rua 1ºde Março (Câmara) e Av. Rio Branco (Senado), no Distrito Federal, do outro lado da baia (sem ponte).Também é verdade que os políticos, no geral, eram de outra cepa. Conheci, ainda adolescente, alguns deles, e posso testemunhar.
    Obrigado pelo comentário e volte sempre.

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  3. Ricardo dos Anjos07/06/2012, 11:25

    Conheço um ex-deputado que emitia carta solicitando emprego a determinados órgãos para todos os que iam até seu gabinete pedir - eu disse todos! Não negava um... Eram cartas e mais cartas, bilhetinhos a administradores, geralmente amigos de confiança.
    Só que após a sua assinatura, seu jamegão, o deputado rabiscava uma letra miúda, que correspondia a uma senha para que o "empregador"
    admitisse ou não o interessado. O parlamentar sinalizava, e assim selecionava quem deveria ser aceito no serviço, sempre em órgãos públicos. Isto é, a grande maioria daquela gente simples (eleitores) e esperançosa, era iludida ao receber esse aceno que não dava em nada.
    Na época, me entristecia muito ao ver pessoas humildes se deslocando de bairros distantes até o gabinete de deputados em busca não de trabalho, mas de "colocação". Hoje não tenho mais dó, embora essa cultura, essa cultura de promessa paternalista e de esperteza persista. De parte a parte.

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  4. Caro Ricardo,
    Decline o nome do político e se estivermos falando do final dos anos 1950 e início da década de 1960, há enorme chance de eu ter algum destes bilhetinhos. E publico aqui.
    Também conheci um deputado que "codificava", às vezes, seus bilhetes ou cartas de recomendação (já mencionei até o nome dele em post anterior).
    Mas diga-se, a bem da verdade, que ele "sinalizava" os pretendentes para os quais gostaria realmente que houvesse empenho na colocação, posto que conhecia a história do fulano.
    Quanto aos demais, que seriam "iludidos", segundo seu relato, não sendo agraciados com a "senha" do interesse, tenho a seguinte opinião. Eles se mereciam, pois tanto os "eleitores" quanto os parlamentares faziam um jogo de fingimento. Os postulantes fingiam ser eleitores do "padrinho", mas votavam em outro.
    E todo mundo queria a moleza do serviço público. Trabalho mesmo, poucos queriam. A diferença que então era feita classificava assim: emprego e ocupação.Emprego para quem queria e precisava trabalhar e ocupação para os preguiçosos que queriam as benesses do serviço público com estabilidade.
    Abraço

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  5. Ricardo dos Anjos07/06/2012, 17:48

    Esse episódio que narrei deu-se na década de 70. E o político, aposentado, ainda vive, embora anos mais velho que nós.

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  6. Meu pai faleceu em 1963, portanto, nestes casos por você narrados, ele é inocente. Não protagonizou farsa.
    Abraço, Ricardo!

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