Alguns
escritores, poetas, dramaturgos, cineastas, filósofos e pensadores, por suas
teses, obras e conceitos, tão marcantes ou inovadores, acabaram por virar qualificativo ou apodo
para outros personagens, situações e designação para comportamentos.
Maquiavel |
Quem
ainda não ouviu dizer que um determinado político ou o diretor de certa empresa
é maquiavélico ?
Pois
é, para o bem e para o mal, algumas atitudes ou decisões são rotuladas de
maquiavélicas, desde que tenha alguma conotação de esperteza, astúcia, artimanha
ou maldade camuflada.
Isto
decorre de Nicolau Maquiavel – Niccolò Machiavelli – historiador, poeta,
diplomata e músico florentino, tido como criador da ciência política e autor de
“O Príncipe” onde se encontram conselhos e sugestões para mandatários, que
originaram a expressão maquiavélico.
Os
mais novos não sabem, mas num passado não muito remoto, como os anos 1950 e
1960 do século passado, existiam piadas de salão, familiares, e as piadas de
“Bocage”, que implicavam necessariamente em serem obcenas, imorais, para os
padrões da época.
Bocage |
Então
quando se anunciava vou contar uma piada de Bocage, sabia-se de antemão que
envolveria alguma espécie de sacanagem. Assim como as de papagaio também eram
pornográficas.
Estas
piadas, “sujas” ou imorais, atribuídas a Bocage, eram uma referência a Manuel
Maria de Barbosa l’Hedois du Bocage,
poeta português, cuja obra se situa na
transição do estilo clássico para o romântico. Quem conhece a obra de Bocage há
de entender a razão pela qual seu nome rotulava aquele tipo de piada mais
picante.
Dante |
O
Aurélio (dicionário) registra que dantesco remete as coisas horríveis descritas
por Dante Alighieri, poeta italiano, na parte relativa ao inferno de sua famosa
obra “A Divina Comédia”.
Assim,
alguma coisa dantesca, é alguma coisa que causa pavor, pânico, temor, horror.
Fellini |
Se
você cruza na rua com alguém com fisionomia fora dos padrões estéticos
reconhecidos como normais, pessoas como alguma deformidade, ou vestido de forma
extravagante, tem logo o impulso de dizer que se trata de um tipo feliniano.
Tal
se deve ao cineasta italiano Federico Fellini, que usava arquétipos em seus
filmes, personagens comuns, para suas abordagens de inconsciente coletivo.
Sade |
E
sadismo? Lembram de onde se origina esta expressão, qualificativa do ato de
perversão sexual ou de sentir prazer com
a dor física ou moral própria ou alheia?
Donatien
Alphonse François de Sade, é o nome completo do Marquês de Sade, escritor
francês libertino, tão mencionado e tão pouco conhecido. Estas características
e bizarrices estão presentes em seu livro “120 Dias de Sodoma”.
Não
pretendi esgotar os personagens e os fatos que se tornaram referência e
designação qualificativa para situações do dia-a-dia e para algumas esdrúxulas.
Fica
por conta de cada qual lembrar de outros.
Eu me lembro de kafkiano, que remete a Franz Kafka, escritor nascido na antiga Tchecoslováquia.
ResponderExcluirE acaciano, associado ao Conselheiro Acacio.
Acho que pessoas mais jovens não utilizam estas referências.
Abraços
Bem lembrado, Gusmão.
ResponderExcluirApenas ressalvo que no caso do conselheiro Acácio, trata-se de um personagem e não de seu criador, no caso o Eça de Queiroz.
Abraço