Contei sobre uma suspeita,
levantada por um artista plástico, acostumado ao convívio com outros artistas e
artesãos, no sentido de que as mulheres seriam discriminadas neste universo,
não gozando do mesmo prestígio dos homens, como regra geral.
Em virtude disto, suas obras - delas mulheres - teriam menor valor no mercado de artes.
Minha
mulher até aceitou, em princípio, como narrei então, a argumentação do entalhador em
madeira - Valdeci - autor de belos trabalhos no gênero, que fizera a observação.
De lá para cá, o episódio
ocorreu no período entre 1996/1998, já lá se vão quatorze anos, o cenário
mudou muito. Os cenários mudaram. Em todos os campos as mulheres, seja no
político, no jurídico, no empresarial ou
no econômico, ocupam cargos de ponta, no Brasil e no mundo.
Quantas mulheres foram
eleitas como supremas mandatárias em seus países, seja para a presidência, seja
para função de primeiro ministro, ou guindadas aos tribunais superiores ou,
ainda, aos cargos de CEO ou “chairwoman of de board”, big boss em suma, em
empresas nacionais e multinacionais.
Bem, se no mundo das artes
plásticas, pode ter havido, no passado mais remoto, algum desprestígio das mulheres,
no terreno das letras e das artes cênicas tal jamais aconteceu. Ou não?
Desde Sarah Bernhardt, em vários
palcos mundo afora, uma série de grandes atrizes são e foram aplaudidas e
respeitadas por suas interpretações, como por exemplo, no Brasil, Henriette
Morineau, Tônia Carrero, Bibi Ferreira, Fernanda Montenegro e outras.
No cinema e na TV, seja em
Hollywood, seja na Cinecittà ou mesmo nas produções nacionais, estamos sempre reverenciando
grandes estrelas.
Deixando de lado aquelas que
se destacaram por sua beleza, seu charme, o que não seria pouco, limito-me a
citar Meryl Streep e Jeanne Moreau, na telona, e em Glória Pires e Regina Duarte
na telinha brasileira.
Nas letras são muitas as
romancistas, contistas e poetas de enorme talento, reconhecido sem restrições, como
Clarice Lispector, Raquel de Queiroz e muitas outras.
Aqui, nos dias que correm, quero destacar três cronistas de costumes e cotidiano, que
acompanho regularmente em publicações semanais.
Refiro-me a Lya Luft, Martha
Medeiros e Fernanda Torres (isto mesmo, a atriz), que nos deliciam com ótimas crônicas nas páginas da Veja, da Revista O Globo e da VEJA Rio,
respectivamente.
Não tenho qualquer espécie de preconceito quanto a ler suas matérias, admiro a forma e, em geral, aplaudo os conteúdos. Recomendo.
Melhores exemplos de talentosas mulheres no mundo artístico, no segmento das artes cênicas e na literatura, deixo a cargo de meus estimados colaboradores, visitantes assíduos e ocasionais, que virão em meu socorro para acrescentar ou, talvez, divergir de minhas escolhas.
Abertos os debates.
Abertos os debates.
Todos sabem que eu sou um ferrenho defensor das mulheres, haja vista gostar de heavy metal gótico melódico (rs rs). O que precisa, contudo, ser admitido por ambas as partes é que a Natureza dotou os sexos não só de características como de habilidades que os tornam realmente diferentes.
ResponderExcluirApenas para iniciar debates - e falo em termos gerais, respeitando inevitáveis exceções - diria que os homens são mais focados, agudos, no desempenho de suas tarefas. As mulheres são mais generalistas, conseguem tratar de diversos assuntos simultaneamente com mais desenvoltura.
Também acho que a maneira masculina de debater assuntos de qualquer natureza é bastante diferente dos argumentos que elas usam para vencer discussões. Até mesmo a forma de encarar uma relação amorosa é diferente.
Dado esse pontapé inicial, diria que homens e mulheres devem receber oportunidades iguais como cidadãos, parceiros, amigos, mas que suas diferenças naturais podem se evidenciar e mesmo ser usadas (a favor, não contra) nas diversas atividades de uma sociedade.
Abraço
Freddy
Para os recentemente iniciados nas coisas do blog, informo que o heavy metal gótico melódico, citado pelo Freddy, foi objeto de post em http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2011/12/musas-do-metal.html
ResponderExcluirPermita-me um adendo, focado no tema - artes. Fomos criados numa época em que os expoentes das artes foram homens. As grandes obras reverenciadas são de autores do sexo masculino - na pintura, escultura, arquitetura, música, etc. Todos remanescentes de uma época em que mulher era pouco mais que um objeto.
ResponderExcluirApesar do (historicamente muito recente) crescimento da participação da mulher na sociedade, ainda não há uma "massa crítica" de assuntos na área artística que faça sombra a esse predomínio masculino herdado do passado. Daí, pode ser, a citada resistência na hora de julgar uma obra.
Abraço
Freddy
Dado o pontapé inicial, sugiro jogo limpo, sem canelada, sem pontapé no decurso da discussão.
ResponderExcluirNão precisamos ir tão longe, no passado, para argumentar que até mesmo os papeis femininos eram representados por homens no teatro. Tem a hitória das máscaras, etc.
Passaram-se anos até que as mulheres conseguissem espaço, mesmo na representação ficcional. Na vida real também foi duro para elas.
O simples ato de dirigir automóveis, até bem pouco tempo, foi penoso para as mulheres. Ouviram muitas gracinhas do tipo: "vai pilotar um tanque!". E muitas outras restrições quanto a habilidade delas ao volante. Hoje pilotam na Fórmula 1 e na Indy.
Na literatura também foi difícil abrir espaço. Vejam por exemplo a Academia Brasileira de Letras, quanto tempo levou para admitir a primeira mulher - Raquel de Queiroz.
As mulheres só perdem, ainda, quanto a prestígio e valorização, nos mundos que seriam autenticamente femininos, da moda e da culinária. Os grandes chefs e os grandes estilistas (costureiros)são homens. Ainda.
Estou arrependido de propor este tema no post de ontem.
ResponderExcluirSeria melhor, ao invés da mulher nas artes plásticas, falar da plástica das mulheres e suas artes.
Ou não?
... tenho certeza de que o assunto vai chegar no futebol e na Fernandinha Maia, a GANDULA .... rsrsrs1
ResponderExcluirObservo a insistente ausência de comentários femininos .... rsrsrs2
Gandulas mulheres, assim como juízes e bandeirinhas são coisas recentes no futebol. Mas não há registro de discriminação, por isso não entraram no post.
ResponderExcluirNem contra o Margarida, que não era mas queria ser.
Abraço
Não tem jeito mesmo. O post e os primeiros comentários parecem até caminhar para a valorização da mulher como ser humano, mas acabam recaindo em brincadeiras machistas e grosseiras. E ainda querem nossa participação... Aff!
ResponderExcluirGostaria de entender porque as mulheres foram rebaixadas em praticamente todas as sociedades. É um fenômeno interessante e certamente objeto de profundo estudo em cursos de humanidades.
ResponderExcluirCertamente sua fragilidade durante o período de gestação contribuiu. Não bastasse a necessidade de sua presença junto ao neném até o desmame. Como não havia controle de natalidade, isso acontecia entra ano sai ano até que grande parte delas acabava morrendo - de parto.
Creio que esse fato deu argumento para afastar a mulher de outras atividades marcantes nas diversas sociedades. Elas foram confinadas ao lar...
O controle de natalidade, ou mais simbolicamente - a pílula anticoncepcional - trouxe a independência às mulheres. Não mais dependiam do homem para controlar sua fertilidade.
A revolução sexual, que veio em paralelo, igualou homens e mulheres, mais os gays e lésbicas. Sexo ficou desatrelado de prole.
Claro, isso é uma simplificação. Já no final do séc XIX muitas mulheres despontaram em ciências e artes, além de outras áreas. Conquistaram direito ao voto bem antes da pílula, mas essa veio consolidar definitivamente a liberação feminina.
Pausa para respirar.
Abraço
Freddy
Muito bem anônimo (anônima?). Deixei de participar do blog pelo machismo deste clube do Bolinha.
ResponderExcluirMas já foi pior, teve uma fase que só falavam e mostravam mulheres semi-despidas.
Helga Maria
Anônima e Helga, não há por que fixar a atenção em uma ou duas piadinhas feitas em comentários isolados (cabíveis, afinal esse espaço é livre).
ResponderExcluirVocês bem poderiam dar sua visão feminina, tecendo comentários nos dois textos do Carrano sobre discriminação artística.
O assunto rende, não acham?
Abraço
Freddy
Se ela é ela, ou seja, anônima, por que assina no masculino ?
ResponderExcluirRiva
Caro Riva, não se trata de defesa, mas apenas de explicação: a alternativa existente é no masculino, como você pode observar.
ResponderExcluirEla poderia utilizar a opção "NOME/URL.
Desconfio de quem seja, por isso falo em ela.
Se não for mulher, que estrile e corrigirei com minhas escusas.
Abraço
Daqui a pouco vão dizer que até nas opções o blog é machista!
ResponderExcluirAbraços
Freddy