Em 1970 eu estava lotado no Departamento Legal da Companhia Fiat Lux, de Fósforos de Segurança.
Na chefia estava Mario Coelho da Silva, descendente de portugueses, conselheiro do Vasco, possuidor de cadeiras cativas no Maracanã (emprestava vez ou outra) e concunhado de Ademir Menezes*, um dos maiores artilheiros do Vasco, da seleção brasileira e também do Fluminense numa temporada.(viu Riva52?).
Informado o cenário e personagem principal, vamos a historieta (há testemunha):
Véspera do embarque da seleção para disputa do campeonato mundial, em 1970. Discussão no departamento sobre como Zagalo deveria montar o meio de campo. Cada qual tinha sua opinião. Fernando da Costa Guimarães e José Bandeira de Mello, os outros advogados, deram seus palpites e o Mario Coelho doutrinou, do alto de sua condição de concunhado do Ademir e conselheiro do Vasco.
Modetamente fiz apenas o seguinte comentário. Não sei o que o Zagalo fará, mas se fosse eu e fossemos jogar uma pelada, ganhando o par ou impar, o primeiro que escolheria para meu time seria o Clodoaldo**.
Olhares de espanto e de desdém de minha opinião, embora não tenham feito comentários ofensivos e nem vaiado minha preferência. Calaram e depois seguiram nas observações.
Corta para depois da copa e retorno triunfal ao Brasil, de um dos times mais perfeitos que vi jogar.
Mesmo local e personagens. Diz, brincando, o Mario Coelho: “Carrano, vou sugerir seu nome para olheiro do Vasco”. E acrecentou: “se você conhece algum bom jogador em Niterói me informa que eu encaminho para treinar no Vasco”. Ganhei conceito de olho clínico para diagnosticar bom jogador.
E, sabem, eu tinha um nome para indicar mas fui dissuadido por meu cunhado que conhecia melhor a história da família. Tratava-se do irmão mais novo do Cesar e do Caio, que jogava no Fluminense aqui de Niterói, bancado pelos peixeiros. Não lembro mais o nome dele. Sei apenas que não fez carreira no futebol.
A história registra outros casos parecidos, de irmãos bons jogadores, mas que não chegam a ter prestígio e sucesso semelhantes.
Exemplos: Zózimo (quarto zagueiro campeão do mundo) e Calazans (ponta direita). Zico e seus irmãos Edu e Antunes (jogava sob este nome). E cá para nós, quem viu sabe que não minto, o Edu jogava tanto quanto o Zico (faltou marketing). O América não dava prestígio. Assim como o Assis, irmão e agora empresário do Ronaldinho, jogava muita bola. Fez menos sucesso.
Vou revelar o verdadeiro objetivo deste post. É me gabar, de novo, de prever certas coisas no mundo do futebol.
Quando o Ronaldinho foi contratado pelo Flamengo, achei que seria uma fria para o time dos urubus. Que não haveria retorno. E ontem aconteceu o inevitável: saiu muito vaiado de campo, depois do jogo contra o Emelec.
Eu bem que avisei em http://jorgecarrano.blogspot.com/2011/01/jornal-primeira-fonte.html
* Foram sócios na “Porcelanas D. Pedro II”, firma que faliu.
** Clodoaldo não foi o melhor jogador do Brasil naquela Copa, mas revelou-se um excelente jogador, utilíssimo para a equipe. O lance do antológico quarto goal, feito pelo Carlos Alberto, começou lá atrás com o Clodô driblando três italianos.
Carrano, para mim o lance mais importante do Clodoaldo foi o gol contra o Uruguai no finalzinho do 1º o tempo. Voltar com o jogo já empatado foi fundamental para a tranquilidade do time na vitória por 3 x 1.
ResponderExcluirConcordo quanto a Edu (irmão do Zico). Tinha um futebol bonito e eficiente, mas não tinha "visibilidade".
Quanto a Ronaldinho Gaúcho, de quem já fui fã ardoroso em seu auge, deixe-o onde está. Ia dizer que antes no Flamengo que no Vasco, mas vai que ele "explode" num dia especial em que amanheça com vontade de jogar e seja justo contra nós? Esses caras que já foram craques de vez em quando aprontam umas boas.
Abraços
Carlos
Carrano, já que você é olheiro e perspicaz comentarista, diga-nos nessa semana em que só se fala em Neymar e Messi: o Neymar vai chegar mesmo ao auge ou vai sucumbir às delícias do sucesso antes disso?
ResponderExcluirAbraço
Carlos
Carlos,
ResponderExcluirQuanto ao primeiro comentário, mais acima, concordo e concordo.
Quanto ao Neymar, se deixar de fazer firula pela firula sendo mais objetivo; se ao perder a bola virar um defensor implacável, correndo atrás de quem lhe tomou a bola para retoma-la; se tiver a visão de jogo que lhe permita optar pelo passe perfeito em favor do companheiro, deixando-o fazer o gol com facilidade; se não mascarar, certamente poderá vir a ser o NEYMAR, que será louvado no Panteão, juntamente com o Messi. E muitos poucos mais.
Abraço
Muito poucos, sendo certo que Ronaldinho, este chamado Gaucho, não será um deles.
ResponderExcluirNo Barcelona, com Eto'o e o próprio Messi ao lado, até eu e o Ricardo dos Anjos brilharíamos.
Aquele gol sem querer contra a Inglaterra, cobrando falta, e que ele se arroga premeditado, não me convence. Falta-lhe, portanto, humildade.
E, tirante o "chapeu" desrespeitoso no Dunga, pouca fez que me impressionasse. Passar a bola olhando para o outro lado é uma gracinha sem maior objetividade.
O outro Ronaldinho sim, jogou muita bola.
Abraço
PS: Ah! Todas aquelas premissas que coloquei para o Neymar vir a se tornar "O CARA" são atendidas pelo Messi.
Sem querer me meter ms já me metendo, concordo quanto ao Messi ser o melhor neste momento.
ResponderExcluirMas o que você disse do Neymar, em relação ao Messi, digo do Messi em relação ao Pelé.
Faltam ao Messi pelo menos três títulos mundiais (de seleções), fazer mais de mil gols, parar uma guerra (tregua) para ve-lo jogar, ser responsável pela substituição em juiz que ousou expulsa-lo num jogo. E outras coisas registradas em vídeo.
Sem contar que cada qual tem seu estilo, suas características.
Abraço
Sabe, até o Messi já teve seu dia de Deivid. Goleiro batido, e frente a frente com ninguém, o hermano chutou pro alto. Contra qual time não me lembro. Mas que vi, ah, isso eu vi.
ResponderExcluirA Síndrome de Deivid contagiou mais um hoje, sábado: Willian, do Corinthians,livre,livre, chutou e a bola caprichosa bateu na trave do Guarani.
ResponderExcluirEu vi este lance do William. Teria dado a vitória ao Corinthians.
ResponderExcluirO gol do Corinthians foi do Elton, Carrano.
Acho que você preferira te-lo no Vasco ao invés do "caneleiro" Alecsandro como você o chama (rs).
Abraço
Luvanor,
ResponderExcluirNão lembro deste lance do Messi. Acho que não assisti, senão lembraria.
A diferença entre o Messi e o Deivid, é que o argentino faz vários gols, alguns verdadeiras pinturas e perder é uma exceção; o Deivid faz poucos e perde muitos.
Gusmão,
Tem toda razão. Eu teria ficado com o Elton. A grana que o Vasco gastou com o Bernardo teria sido melhor empregada para manter o Elton que não é nenhuma brastemp, mas joga mais e faz mais goals do que o Alecsandro.
Abraços
Até que enfim a FIFA vai se modernizar e permitir que sejam utilizados recursos eletrônicos no futebol.
ResponderExcluirPor enquanto somente para tirar a dúvida se a bola entrou ou não, transpondo a linha.
O sistema, parece, será o "Hawk-Eye".
Quem acompanha ou asiste esporadicamente jogo de tênis já conhece.
Abraços
Gostei muito de todos os comentários e do post. Quanto ao Clodoaldo, o cara era MUITO eficiente mesmo, a ponto de desaparecer em campo, jogando para o time sem ser percebido. Mas acabou aparecendo naquele gol de empate contra o Uruguai, que tenho a impressão, foi SALVADOR ter acontecido no 1º tempo do jogo. Descer pro vestiário com 1x0 contra, naquele jogo, ia ser brabo !
ResponderExcluirHá algum tempo fiquei meio "chocado". Minha esposa sempre vai dia 8 de dezembro na Igreja N S Conceição, celebrar o dia ... até casamos lá. E um desses dias eu fui com ela (não sou católico).
E fiquei impressionadíssimo de ver um dos maiores artilheiros do Maraca, ajoelhado do lado de fora da igreja, vestido muito humildemente, fazendo suas preces com todo o fervor ... era o Caio Cambalhota, que tantas tristezas tricolores me proporcionou...rsrs.
O dia que estiverem dispostos, poderíamos nos encontrar em algum lugar pra trocar toda a nossa vivência de futebol, de Maraca, etc. Tenho certeza que vai dar para fazer um livro !!!!! Tenho até o título : " Eu estava lá."
Sds TRIcolores