17 de novembro de 2010

Volta ao passado, ainda

Coincidências recentes levaram-me ao passado. Deu-se que, além do relógio da Pêndula Fluminense, em São Lourenço, que já contei, fui contratado pela Síndica de um prédio comercial, no centro de Niterói, para assessorar na atualização e adequação da Convenção deles, à legislação mais recente.

E no primeiro encontro com a administração condominial, deparei-me com o Upiraci Ribeiro, que é membro do Conselho Fiscal do tal condomínio. Há anos não nos encontrávamos. Na segunda reunião de trabalho lá no condomínio, o Upiraci levou duas fotos de nossa formatura* (conclusão do curso ginasial), tiradas na porta da Catedral de São João Batista, em Niterói. E lá estávamos todos, uma turma grande, de 40 pessoas, inclusive o Ney, referido no último post.


O Upiraci quis fazer comigo o jogo de identificar e lembrar o nome dos fotografados. Matei 80%.

Fiquei sabendo pelo Upiraci que também o Ney, além dele próprio, formou-se em Direito. Os advogados somos uma praga. Procriamos como ratos, sem maiores insinuações. (risos por favor)

Fiquei surpreso, porque na minha cabeça o Ney seria diplomata. Quando o confundiam, achando que fosse bichinha, era porque ele tinha educação esmerada. Culto e elegante no trajar e nos modos, tinha tudo para ser um embaixador. E tocava piano, como comentei.

Embora estudasse o piano clássico, vez por outra se aventurava no popular. Em conseqüência disto, resolvemos formar um conjunto musical. O Doraly (também na foto citada) me emprestou um bongô e lá fui eu para o primeiro ensaio. Decidimos começar ensaiando um prefixo. A discussão não tomou muito tempo: a opção foi por um sucesso da época, uma música caribenha chamada Cerejeira Rosa, que permitiria boa presença do bongô.

O conjunto não fez sucesso, e antes pelo contrário foi um fracasso de crítica (da mãe do Ney, que não o queria tocando aquela vulgaridade) e de público, pois jamais nos exibimos além das fronteiras da casa dele.

Estou falando do ano de 1954, quando concluí o curso ginasial, e a foto na porta da igreja foi tirada no dia da missa. Acreditem, havia festa de formatura e, além da missa, havia um baile. E que baile. Com a orquestra do Waldyr Calmon (é preciso ter, no mínimo, 50 anos, para saber de quem se trata) , realizado no amplo salão da Associação Comercial, no Rio de Janeiro.

Tive que aprender a dançar valsa. Perto do final do ano, começaram os ensaios, na casa do Doraly (morava no início da Rua Visconde Uruguai, quase esquina com a São Diogo) E treinávamos (eu e ele) com a irmã dele e com uma manincure vizinha. A manicure era uma jambete de corpo bem desenhado (e quente) e, tanto eu quanto ele queríamos treinar com ela, por razões óbvias. Nem ele e nem eu poderíamos arrochar a irmã. Não vou desenvolver este episódio, porque o objetivo era só falar do baile de formatura de ginásio. Hoje, não existe mais o curso ginasial e não se fazem mais bailes como antigamente.

* na conclusão do curso ginasial, tinha entrega de diploma, missa e baile. Que tempos, hein!?

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