DIA DOS PAIS

 

Hoje, dia 11 de agosto, em obediência à tradição, serei homenageado, paparicado e acarinhado pelos meus dois filhos.

Entretanto, em matéria de amor, carinho, respeito, atenção, desvelo, eles já o demonstraram nos últimos dias que antecederam esta data.

Venho de uma internação hospitalar de oito dias, em decorrência de arritmia que se manifestou inesperada e agressivamente.

Neste interregno os dois se alternaram em cuidados, presença e dedicação ao meu restabelecimento.

O caçula, Ricardo, assumindo o desconforto de um pequeno sofá para dormir ao meu lado.

Por causa disso o encontro de hoje terá o caráter meramente festivo, porque as provas de amor, respeito e  reconhecimento ao meu papel de pai foram amplamente explicitados no monitoramento de minha recuperação.

O Jorge - primogênito - virá cozinhar para atenuar o trabalho da mãe que exerceu outro relevante papel durante a internação e estes três dias já em casa.

Ao papel sempre desempenhado de esposa, amiga, parceira e amante, adicionou o de cuidadora.

E que cuidadora! Colocando o meu bem-estar acima e além de seus prazeres e compromissos com ela mesma.

Nunca imaginei, nestes sessenta anos de vida em comum, a serem completados em dezembro, que além de tudo que compartilhamos, para o bem e para o mal, nossa relação de amor fosse culminar em troca de fraldas geriátricas.

Amo meus filhos e à parceira que os trouxe ao mundo.