Por
RIVA
(A pedido e sob encomenda do BM)
“Não conhecia essa história”, disse-me um grande amigo vascaíno ao me enviar essa matéria.
Vascaíno “roxo”, que me levou há alguns anos a São Januário para conhecer as instalações do VASCO, a impressionante sala de troféus, e devorar um excelente bacalhau no restaurante do estádio – acho que Almirante, o nome.
Praia das Virtudes: a última do Centro do Rio, onde o remo do Vasco treinava e a preferida de Madame Satã.
Na altura da Avenida Beira Mar, entre a Presidente Antônio Carlos e a Rua Marechal Câmara, Centro do Rio, ficava a Praia das Virtudes. Muitas curiosidades históricas boiaram por essa pequena faixa de areia e mar que sobrou da antiga Praia de Santa Luzia.Quando o morro do Castelo foi derrubado, na década de 1920, a Praia de Santa Luzia foi praticamente toda aterrada. O que sobrou foi o trecho que passou a ser chamado de Praia das Virtudes. Foi a última praia do Centro do Rio.
O motivo do nome, contam alguns pesquisadores, foi influencia do Club de Regatas Vasco da Gama, que treinava seus atletas de remo por lá. Como a praia era conhecida por ser frequentada por boêmios e casais à noite e as histórias que lá aconteciam eram um pouco chocantes para a sociedade da época, o Vasco resolveu começar a chamar o local de “Virtudes” para ver se a imagem melhorava para não prejudicar seus atletas.
No Carnaval, a Praia das Virtudes era uma das preferidas dos foliões para os tradicionais banhos à fantasia.
Falando em Carnaval, boêmia, amor e fantasia, esta praia era a favorita de Madame Satã.
Conta Rafael Haddoc-Lobo no livro Arruaças, que ele assina ao lado de Luiz Antonio Simas e Luiz Rufino. “Esse ser da noite no qual João Francisco [nome de Madame Satã] se tornou teve como primeira alcunha ‘Caranguejo’, dada por seu mentor, o malandro Sete-Coroas, por causa do seu certeiro soco de esquerda e por viver na praia das Virtudes (no Centro, e que não existe mais). Em seguida, surge seu desejo de ser artista, e o Caranguejo se torna a Mulata do Balacochê nos teatros de Copacabana“.
Para quem não sabe (deveria saber), Madame Satã foi um transformista brasileiro, figura emblemática e um dos personagens mais representativos da vida noturna e marginal da Lapa carioca na primeira metade do século XX.
O restante da orla do Centro do Rio de Janeiro foi aterrado para a construção do Aeroporto Santos Dumont em meados dos anos 1930. Com isso, a Praia das Virtudes, a última da região, desapareceu.
Antes disso, em 1931, a praia apareceu em uma matéria do jornal O Globo, que dizia: “A escassez de vestes de banho, ou mesmo a sua ausência, eram factos que poderiam ser verificados sem que em absoluto causassem qualquer incômodo àqueles que investiam contra a moralidade pública. Aquele recanto afastado das ruas de maior movimento era escolhido pelos que não queriam serem incomodados com as exigências da polícia”.
Essa praia tinha mesmo muitas virtudes.
NOTAS:
1. Link do Google Images:
2. Ao receber do mencionado amigo vascaíno, como narrado no texto, apressei-me em encaminhar para outro. Amigo e vascaíno. O manager deste blog. Que me pediu para escrever a respeito. Falta de tempo? Preguiça? Vai saber ...
3. Sou tricolor casado com um vascaína. Mas poderia ter virado vascaíno se meu irmão Freddy não tivesse escolhido primeiro o lado do Vasco, na mesa de Totó- Pebolim, que ganhamos na infância. Mas não lamento ter restado o lado do tricolor das Laranjeiras. Adotado no coração.
ResponderExcluirVascaíno roxo é heresia. rsrsrsrs
As cores estatutárias do C. R. Vasco da Gama são o preto, o branco e o vermelho.
Eu não gosto nem um pouco quando vejo, por exemplo, camisas azuis com a cruz de cristo.
Fui ao Google, para sanar uma dúvida histórica.
ResponderExcluirE o que encontrei sobre a cruz? Está lá, num verbete:
"Qual a cruz que o Vasco usa?
A cruz no escudo do Vasco da Gama tem origens históricas consigo. Ela é conhecida como a "Cruz de Malta" ou a "Cruz de São Jorge". A cruz de malta remete bastante à Ordem dos Cavaleiros Hospitalários de São João de Jerusalém, também conhecida como Ordem de Malta."