Os mais antigos frequentadores do Pub da Berê, nome fantasia deste blog, em priscas eras, quando fervilhava com a presença virtual de poetas, prosadores, advogados, bolsonaristas, lulistas, machistas e feministas, e até flamenguista (uma única exceção concedida ao primo Rick, que mora na Carolina do Norte, USA), tínhamos a presença sempre oportuna e didática de uma idosa professora de português, cujo nome consta do título da postagem.
Ela, soube tempos depois, por informação de uma filha que era amiga de minha irmã, (também ex-frequentadora, mas felizmente viva), e por isso veio dar com os costados neste sitio, faleceu já lá se vão alguns anos.
Estou a falar da professora Rachel, de quem jamais cheguei a desfrutar de amizade, pelo pouco tempo de convívio cibernético; sim, estou a falar porque ela nos faz muita falta.
Aqui judiamos muito de nossa língua, nas grafias, nas concordâncias e na pontuação. As vírgulas, coitadas, ou abundam aleatoriamente, ou pela ausência até mudam o sentido de algumas sentenças.
O que dizer das crases?
Mas vamos acentuar mais especificamente à ausência sentida pelo viés humano e pelo profissional.
Tenho como cliente uma brasileira, filha de portugueses, há muito residindo em Portugal, na cidade do Porto.
Nossos contatos, via ZAP ou e-mail, dão-se na língua, digamos culta, o que me enriquece bastante.
Inclusive me levando aos dicionários. Vocês já ouviram, já usaram o verbo colmatar (transitivo direto)?
Pois bem, tive que usar o Google por causa dele. A gente consegue deduzir, mas não tem a certeza do sentido.
Eis trecho da mensagem que me enviou:
"Desculpe a demora a responder, está tudo bem! Falha minha, demorar a responder mensagens/emails é um defeito que preciso colmatar (resolução de fim de ano).."
Notaram o humor? Resolução de fim de ano. 😊
ResponderExcluirCurioso como algumas palavras, lidas ou ouvidas pela primeira vez, causaram-me surpresa e ficaram na memória.
Algumas até, aqui mesmo neste espaço, já foram temas de postagens; caso, por exemplo, de esgargalado (lida em José Saramago).
Lembro de eutanásia (assunto de composição no curso científico); masturbação (lida num questionário no exame para a EPCA); bucéfalo (mencionada pelo Otávio, colega de sala de aula no primário); e glabro (Chico Buarque, em Budapeste).
Nenhuma delas eu conhecia o significado. Nem mesmo eufemismo, objeto de pergunta no vestibular da UFF, que eu deveria saber, posto que se trata de uma figura de linguagem, ou de pensamento, caracterizada por suavizar um enunciado.
Portanto constava do programa da prova de português, excepcionalmente naquele ano eliminatória, com nota mínima 6 (seis).
Agora me deparo com colmatar, aos 83 anos.
Quantas mais morrerei sem conhecer? Talvez nem mesmo o Romário - o homem dicionário, do programa do César de Alencar soubesse.
Quem se lembra?
;
Por que "resuloção de fim de ano" ? É o objetico da "colmatagem" ? rsrsrs
ResponderExcluirEsgargalado não tenho como não lembrar, pois vc me fez buscar ajuda nessa kkkkkkk.
PS
Imperdível drama de hoje Fortaleza x Cruzeiro
ResponderExcluirEntendi que ela adotará como resolução de fim de ano, ser mais atenta e ágil na leitura e resposta aos e-mails.
Na linha do fazer dieta. parar de fumar, etc.
Colmatar achei no Google.
Mesmo tema há 9 anos:
https://jorgecarrano.blogspot.com/2014/08/palavras-sao-palavras.html
ResponderExcluirEsgargalado há 13 anos:
https://jorgecarrano.blogspot.com/2010/04/esgargalado.html