Descoberta do Brasil

 

Hoje se comemora a descoberta do Brasil. Coisa recente.

A civilização egípcia, por exemplo, surgiu às margens do rio Nilo, por volta do ano 3.200 a.C., ou seja, antes de Cristo, ou seja, se não estou enganado, há 5.223 anos.

Nós, por calmaria - falta de vento - deixamos de aqui permanecer escondidinhos, como Tupis ou Tamoios, vivendo de caça e pesca, com muito ouro, sem saber seu exato valor e aplicações, em nosso subsolo; e muita turmalina e outras pedras coloridas dando sopa.  

Aí  chegaram uns gajos que  levaram algum tempo para se darem conta de que não éramos uma ilha, como a Austrália, e o território era tão vasto e rico que poderiam, numa boa, compartilha-lo com espanhóis.

Trocaram nosso nome, duas vezes, assim como mudaram o nome das turmalinas para esmeraldas.

A princípio pretendiam que o nome da terra que acharam ao acaso fosse  "Vilela Seca", mas este nome estava destinado para uma aldeia portuguesa perto de Chaves, junto à raia com a Galícia, não muito distante de "Ponte Vedra", que viria a ser criada  por descendentes dos "descobridores". 

Como não tinham a bordo monges budistas especialistas em compilação e narrativas, pegaram um certo Caminha para contar as novidades ao rei.

Se tiveres  muito grande interesse sobre o que  Caminha achou por bem contar, acesse o link: 

http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/carta.pdf

Eram tempos difíceis, sem Internet, de sorte que o monarca teve que esperar muito tempo para saber por onde andaram, perdidos, posto que na Índia não haviam chegado.

O escriba deu ênfase a nudez dos habitantes:

... "E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, estando da dita Ilha obra de 660 ou 670 léguas, segundo os pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buxos. Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome – o Monte Pascoal e à terra – a Terra da Vera Cruz. Mandou lançar o prumo. Acharam vinte e cinco braças; e ao sol posto, obra de seis léguas da terra, surgimos âncoras, em dezenove braças — ancoragem limpa. Ali permanecemos toda aquela noite. E à quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos em direitos à terra, indo os navios pequenos diante, por dezessete, dezesseis, quinze, catorze, treze, doze, dez e nove braças, até meia légua da terra, onde todos lançamos âncoras em frente à boca de um rio. E chegaríamos a esta ancoragem às dez horas pouco mais ou menos. Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos, por chegarem primeiro. Então lançamos fora os batéis e esquifes, e vieram logo todos os capitães das naus a esta nau do Capitão-mor, onde falaram entre si. E o Capitão-mor mandou em terra no batel a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou de ir para lá, acudiram pela praia homens, quando aos dois, quando aos três, de maneira que, ao chegar o batel à boca do rio, já ali havia dezoito ou vinte homens. Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram."...

"Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas."

Este trecho da carta, serviu de inspiração para que anos mais tarde surgissem as "praias de nudismo".

Como são decorridos 523 anos desde então, não terei espaço e nem tempo para falar das trapalhadas, bizarrices, bobagens e asneiras que se seguiram.

Para lhes dar uma tênue ideia, a horas tantas elegeram  um certo Bolsonaro para presidir o país.

Parece piada de português ... 😢😢😢 

Se você quer, a sério, saber sobre a história de nosso país, leia os livros abaixo, de Laurentino  Gomes: