A dificuldade foi titular esta postagem. Poderia ser o pai, o jornalista, o ativista político ...
E antes que se dediquem a dar tratos a bola, na busca de resposta para "por que será que ele escreve sobre isto aqui e agora?" Já antecipo:
Tem gente que, por inocência, má-fé ou para me zoar, repete à exaustão que sou petista, lulista, só porque abomino Bolsonaro.
Engano absoluto. O fato é que rejeito Lula bem menos do que ao capitão cloroquina. # Simples assim.
Voltando ao título, o escolhido - o orador - permitirá ampliar as adjacências, os entornos e chegar ao "ser político".
Desde de que fugiu do colégio onde estava internado (era arteiro), por medo da febre espanhola que grassava no Brasil, Fernando abandonou os estudos.
Acumulou vivência durante anos, fazendo de um tudo na imprensa, onde iniciou como linotipista, exercendo adiante outras funções tais como copydesk, revisor, redator, e diretor de jornal. Pelas múltiplas atividades, foi reconhecido como jornalista, durante a ditadura Vargas, com registro na carteira profissional.
O registro foi assinado pelo notório Lourival Fontes, ministro de propaganda de Getúlio.
Mas Fernando, melhor do que nos textos, era bom na oratória, E gostava de discursar, fosse qual fosse o evento, a oportunidade. Esse fato fez dele "orador oficial" de algumas agremiações clubísticas e políticas.
Nas fotos a seguir ele aparece saudando o governador Amaral Peixoto, quando de uma visita deste, então governador, às instalações do Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro (antes da fusão), então dirigido por Fernando Carrano.
Ao suceder Amaral Peixoto na governança do Estado, Miguel Couto Filho também foi recebido no mesmo local com discurso de agradecimento pela visita e apoio.
Na foto, ao lado do governador, aparece o Deputado Raul de Oliveira Rodrigues; e bem atrás do orador, último à direita na foto, aparece seu filho, no caso o blog manager. Notem a elegância, com lenço na lapela 😀.
Bem, agora penso que posso chegar aos finalmente. Sim, já tivemos políticos idôneos, dotados de espírito público, e foi em contatos com eles, acompanhando suas trajetórias que pude constatar e aprender que é possível fazer política com decência, transparência, lealdade e dedicação a causa pública.
Conheci, pessoalmente, senadores, deputados federais, estaduais, e não lembro de um que tenha ficado rico por meio de corrupção. Tinha, sim, um emprego para um correligionário aqui, para um cunhado acolá, mas as funções existiam. Era a época do "pistolão".
Os Correios já foram reputados como empresa respeitada; Getúlio foi um ditador preocupado com direitos sociais; Getúlio, ex-ditador, foi reconduzido ao poder, pelo voto popular; a classe média comia galinha aos domingos; a polícia (os Cosme & Damião) era respeitada.
O mundo mudou, a moral, a ética, os costumes mudaram, parte da polícia agora é milícia, parte dos legisladores adotam as "rachadinhas", juízes vendem sentenças ou fazem tráfico de influências.
Militares (alguns poucos, felizmente) perderam o pudor, a vergonha, violam o RDE e seus nobres princípios, tisnam suas fardas imiscuindo-se em política partidária.
Alguns poderiam participar de um quadro do Silvio Santos: "Topa tudo por dinheiro".
http://jorgecarrano.blogspot.com/2012/01/fernando-da-motta-carrano.html